Mercado de arroz busca direção com ingresso da safra colhida

Os níveis de paridade de importação e exportação mostram que ainda existe espaço para novas retrações, porém, a intensidade reduzirá.

O mercado brasileiro de arroz segue buscando um ponto de ajuste dentro da realidade de ingresso de safra. Segundo o analista de Safras & Mercado, Élcio Bento, depois de recuar bastante durante quase todo mês de março, as cotações sinalizam para uma lateralização num patamar levemente inferior aos R$ 40,00 pela saca do grão em casca.

“A dúvida nesse momento é sobre qual será o ponto de suporte na atual temporada. Os níveis de paridade de importação e exportação mostram que ainda existe espaço para novas retrações, porém, a intensidade reduzirá”, Bento explica que a resposta dessa pergunta passa por uma série de fatores, como por exemplo, os preços internacionais, a produção no Mercosul e o comportamento cambial.

De acordo com ele, considerando a média mensal, o recuo entre fevereiro (R$ 49,04/saca) em relação à de março (R$ 42,69/saca) foi de 12,9%, o maior para o período desde 2004 (14,7%).

Safra gaúcha

No Rio Grande do Sul, conforme relatório a Emater/RS, o panorama da atual safra não sofreu alteração em relação às últimas semanas, com os produtores aproveitando o tempo seco. Com isso o percentual de área colhida chega a 56% da área plantada, ficando próximo da média das últimas temporadas. Esse cenário, porém, deve mudar, considerando os prognósticos de intensa precipitação para os próximos dias, o que provocará a paralisação dos trabalhos de colheita.

Segundo o relatório, outro fato negativo ao produtor de arroz diz respeito aos preços praticados para a bolsa de 50 quilos, que vêm se desvalorizando a cada semana. No momento, o orizicultor está recebendo, em média, R$ 39,74. Há um mês recebia o equivalente a R$ 46,24, uma diferença de 14%.

Safra global

A produção mundial de arroz em 2017/18 deverá totalizar 504 milhões de toneladas, contra 499 milhões do ano anterior. A estimativa faz parte do relatório de abril do Sistema de Informação do Mercado Agrícola (Amis), órgão do G-20 para divulgar dados de oferta e demanda das principais commodities globais. Em março, o número era de 498 milhões de toneladas para 2016/17.

O Amis indica que os estoques finais deverão ficar em 171 milhões de toneladas, mesmo número do ano anterior. O USDA indica produção global de 480 milhões e estoques finais de 118 milhões de toneladas para 2016/17. O Conselho Internacional de Grãos indica safra de 487 milhões de toneladas e estoques de 119 milhões de toneladas párea 2017/18.

4 Comentários

  • So tem uma direçao!!! Reduzir area novamente!!! Nao valorizam nosso trabalho com preços remuneradores… Ou vao querer seguir plantando e vendendo a 35 pila pra industria e o varejo seguirem se esbaldando!!!

  • Se você acha que a industria ganha horrores por que você não coloca uma?

  • Porque nao adianta colocar industria pequena… Quando falo aqui eh das grandes… Das que comandam o mercado… Das que trazem arroz de fora sem necessidade para tumultuar o mercado… Das que lucram com arroz a 35 e a 52… Mas os pequenos se ofendem por eles… Os pequenos e medios ha anos falo que estao na mesma michornia que os produtores… Prefiro arrendar que arriscar a plantar… Muito risco pra pouco lucro!!! Abraço.

  • É um paradoxo , se a industria no ganha, quem ganharia? os supermecados q só repassam o produto pronto ou a indústria q financia o produtor? As cooperativas só falam q o arroz é oq mais dá despesas pra elas, então quem ganha afinal, ou será o governo com impostos? Mas o produtor e o consumidor tenho certeza que não ganham.SDS.

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