Mercado gaúcho separa cotação das safras e aumenta queda de braço

 Mercado gaúcho separa cotação das safras e aumenta queda de braço

Mercado apresenta grande expectativa para informações da colheita

Safra antiga tem maior valorização, enquanto o “arroz verde”, tem ofertas de compra pela indústria em torno de 80 Reais.

Somente nos próximos 15 dias, com um cenário mais claro sobre a área plantada – que deve ser pouco maior que 940 mil hectares – e indicação de produtividade média que será apresentada pelo Irga, aliado ao começo efetivo da colheita de arroz no Rio Grande do Sul, haverá mais clareza na precificação do grão da nova safra.

Por enquanto, como é hábito, os valores de compra pela indústria estão "separados". O arroz da safra 2019/20 é comercializado – com baixo volume de negócios – até acima de R$ 90,00, com grãos nobres beirando os R$ 95,00 em algumas regiões quando a depósito, e o produto da safra nova "verde" sendo cotado na faixa de R$ 80,00 a R$ 82,00, mas com pouco interesse de venda. Mesmo as referências de contratos de financiamento estão sendo reavaliadas.

Ainda que no campo das incertezas das cotações neste momento, alguns fatos, no entanto, podem ser antecipados. O primeiro deles é de que a indústria tem demonstrado forte interesse de compra, outro é de que se não há demanda formalizada, ao menos os importadores estão cotando o grão brasileiro para aquisições. Estas condições foram importantes, nos primeiros dias de fevereiro, para estabelecer um padrão mínimo de R$ 79,00 a R$ 81,00 – livres – aos produtores, mas não para destravar as negociações.

De seu lado, os agricultores estão confiantes em médias superiores e por isso não têm pressa em ofertar arroz, em especial no caso daqueles que disporão de soja, até porque o clima tem ajudado algumas áreas que tiveram grandes prejuízos no ano passado. Mesmo os contratos de financiamento direto do arroz, via CPRs, estão sendo ajustados por uma presença mais agressiva da indústria. Os agricultores, mais uma vez, parecem ter aproveitado a temporada muito atípica de 2020/21 e se posicionam como definidores do preço. Em geral, o arrozeiro é um tomador de preços, definidos pela indústria e o varejo. Quanto a indústria está pagando pelo arroz era uma tradicional pergunta. Hoje, a indústria é quem busca o arrozeiro para saber quanto está pedindo.

A expectativa, portanto, é de que essa “queda de braço” entre indústria e varejo pela definição nas cotações acompanhe o período de colheita, apresente leves oscilações, e o lado que prevalecerá só se definirá, em muitos casos, por fatores como o fluxo (volume e velocidade) de comercialização, qualidade e também os fatores econômicos, como a definição do câmbio. Certo é que o patamar de preços é outro, cerca de 60% superior às últimas temporadas. O indicador Esalq-Senar/RS para o arroz em casca no estado, apresentou referencial de R$ 89,45 nesta quinta-feira, com valorização no mês de 0,3%, o equivalente a US$ 16,40.

MERCADO

A comercialização do arroz ao consumidor tem encontrado mínimas entre R$ 17,00 e R$ 18,00 na maioria das regiões e máximas de R$ 38,00. O valor mais comum varia entre R$ 25,00 e R$ 27,00. Mesmo com a argumentação do varejo de que houve uma queda significativa no volume de negócios, é certo também que as grandes redes varejistas aguardam a oferta de uma boa safra pressionar as cotações ao produtor, de maneira que consigam formar seus estoques a preços mais atrativos que permitam promover ofertas em valores menores.

Claro que o cenário de 2021 é outro, com uma imunização a covid-19 – ainda que mais lenta do que o desejável – em andamento, sem auxílio social – agora cogitado – e sem risco de desabastecimento, fatores que deslocaram a faixa de consumo em 2020, o que leva a crer em uma “volta à normalidade” na demanda nacional. A Conab, porém, segue apostando num ligeiro aumento da demanda e numa redução gradual da oferta. Ainda assim, até o último levantamento, trabalhou com números acima da expectativa local no Rio Grande do Sul.
Os próximos dias devem ser marcados pela oscilação de preços em todas as regiões, enquanto os agentes da cadeia produtiva buscam este cenário mais claro de safra e comercialização.

7 Comentários

  • Exportações via porto de RG , 85,00 e indústria de Pelotas beliscando os 90,00 pra arroz safra nova, inclusive verde, não podemos nos precipitar, uma das menores áreas do século no RS, seca que afetou os países produtores de arroz do Mercosul, resistência de plantas daminhas e agora temporais e frio em plena floração e enchimento de grãos … safra será muito menos que a passada além do estoque de passagem baixo , dólar acima de 5,00…
    Vamos vender soja e que logo logo arroz vai a 3 dígitos que começa a ser o preço justo por tudo que temos passado.

  • Diego só tem uma forma de conseguir isso que tu estás dizendo! É o pessoal que plantou com CPRs entregar arroz fora da industria que o financiou para poder joquear com os preços. Mas dai na próxima safra não financiam mais eles! Não tem mais arroz velho ou seco! Tudo é exploração da industria! Todos os anos eles inventam uma falcatrua! Primeiro foi a diferenciacao absurda entre o 409 e o 424… A tabela chegava a R$ 7,00… Agora é essa do arroz verde! Produtor que não tem silo e nem secador não podia nem pensar em plantar! Muito menos aqueles que dependem de CPRs!!! Faz 11 anos q digo sempre a mesma coisa aqui! Ano a ano. Mas ainda tem otário que cai no papo! Arroz vai cair a R$ 60 no forte da colheita! Depois só Deus sabe! Segue a exploração! Tem muito otário q deixou de plantar soja e plantou arroz! Se lascaram. Otários!!!

  • Depois que não tem mais arroz eles e o atacado eles vão se queixar na midia e no governo pedindo ajuda pra importar! Quase todos os anos é a mesma ladainha! Tudo se tornou muito previsivel! Mas os colonos e pequenos produtores não conseguem enxergar isso! Me desculpem a palavra otário, mas cego é aquele que não consegue ter opinião própria! Que não evolui. Que não consegue enxergar além. Quem não disconfia da sorte! Nao tive a seca e agora a chuvarada venderiamos arroz a R$ 40 novamente esse ano! O pessoal não consegue entender que primeiro lá em agosto em largam noticias de que o arroz não vai cair no ano seguinte. Mas que no decorrer do ano fazem mil manobras pra ele despencar na colheita! Pois vou adiante! Se o pessoal guardar ou esconder produto eles vão ir já em maio prá cima do governo pedindo a liberação precoce das importações ou de mais 400 mil toneladas alegando que vai ter desabastecimento! Anotem ai. Eles sempre tem uma estratégia. Uma carta na manga. E o pobre do produtor cai como um patinho porque as entidades de classe não tem força contra Abiarroz, Sindarroz, Sindicatos dos Atacadistas! E o produtor é desunido e desorganizado. Lamento ter que falar nesse tom, mas é o que se repete! E ninguém toma uma atitude. Ficam acreditando que os preços não vão cair e daqui a pouco despencam e, só sobem quando meia duzia tem produto!

  • ‘ … Corretíssimo Sr. Flávio Evandro !!! A indústria gaúcha tem mais remuneração ‘financiando ‘ o arrozeiro que planta sem ‘custeio bancário do que vender arroz beneficiado pra mercados de São Paulo e Rio de janeiro !!! ‘

  • marcos . isto e barba cabelo e bigode .kkkkkkk

  • Não é à toa que a industria com ajuda de certos deputados e senadores conseguiram alterar a lei das CPRs retirando a legitimidade ativa exclusiva e só dos bancos, permitindo que industrias e pessoas fisicas pudessem emití-las. O lobby da industria é muito forte. E como já foi dito um dia desses “escolheram matar a galinha dos ovos de ouro que é o produtor”. É muito mais fácil explorar o produtor do que o Atacado ou as Tradings!

  • Negócio são negócios e não uma guerra, olhamos o mercado este ano está com os preços superiores ao ano passado na mesma época, e com o Dólar estabilizado na faixa de 5.3 dificilmente vai diminuir o preço do arroz não tem jogo de braço, a demanda de arroz vai ser grande e os preços na safra vai ficar estabilizado na faixa de RS 85 a RS 95 reais, e depois da colheita quem tiver fôlego vai vender a RS 100 reais acima, não esquecemos o importado tem oferta da Índia à UD 395,00 Arroz T1 com 7% Quebrado. Fonte JCAFOODS-MOGUIRY.

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