Mercado interno

Para o ano safra 2009/10, segundo dados divulgados pela Conab, a produção está estimada em 11,2 milhões de toneladas e o consumo em 12,5 mil toneladas. Dessa forma, o estoque final foi calculado em 584,1 mil de toneladas, excluindo os estoques governamentais, que são na ordem de 990 mil toneladas.

QUADRO DE OFERTA E DEMANDA

A estimativa de importações para este ano comercial será em torno de 950 mil toneladas e as exportações avaliadas em 300 mil toneladas. Comparando com o mesmo período do ano comercial anterior, 2009/10, o desempenho das importações está bem próximo, com uma diferença de apenas 1,94%. No primeiro trimestre do ano comercial 2007/08 o volume importado foi de 215 mil toneladas. O quadro abaixo demonstra a evolução das importações brasileiras por países do Mercosul. Nota-se que está havendo um aumento das importações do Paraguai.


Fonte: Mdic – AliceWeb – (*) Junho/2010

No caso das exportações, nota-se que o Brasil aumentou o volume vendido ao exterior nos últimos dois anos devido ao ganho de novos mercados. Houve uma expansão considerável nas exportações, porém, na safra atual, o arroz terá como prioridade a comercialização no mercado interno, já que houve uma quebra na safra. Deste modo, o bom ritmo das exportações verificado nos últimos anos está comprometido. No primeiro trimestre deste ano comercial foram exportadas 92 mil toneladas.

O 11º Levantamento de Safra divulgado pela Conab no último dia 5 de agosto é o penúltimo levantamento dessa safra. Num panorama geral, a situação da lavoura de arroz vem crescendo em produtividade, embora a expansão da área encontre dificuldades pela falta de terras apropriadas à cultura, situadas próximas de mananciais suscetíveis a tomadas de água ou derivações para utilização na irrigação, uma vez que a maior parcela da produção vem do arroz irrigado.

A semeadura da safra 2009/10 no Rio Grande do Sul foi concluída fora do período recomendado devido às condições climáticas desfavoráveis, com chuvas em excesso, enchentes e enxurradas. O período ideal para o estabelecimento da cultura esgotou antes que os produtores conseguissem concluir a semeadura normal e o replantio das áreas perdidas por causa das adversidades climáticas.

Na maioria das regiões produtoras de arroz sequeiro a semeadura transcorreu dentro do período recomendado e as reduções de área, no geral, se deram por opção dos produtores, sendo que em parte da Região Nordeste foi a falta de chuvas que não permitiu a semeadura no período ideal para a região. O Maranhão foi o estado mais prejudicado pela falta de chuvas e a carência de assistência técnica.

De uma maneira geral, o pacote tecnológico utilizado foi considerado muito bom, principalmente no cultivo irrigado. Isto foi possível devido à queda dos preços dos insumos, principalmente dos fertilizantes. Nas áreas de arroz irrigado o constante uso das terras (sem rotação de cultura) aumentou a infestação com arroz vermelho e as variedades CL (Clearfield) não estão conseguindo cumprir sua função devido à segregação e consequente resistência ao herbicida utilizado no combate desta invasora. A colheita está finalizada em todo o país.


QUADRO DE PRODUÇÃO NACIONAL

O Rio Grande do Sul, maior estado produtor de arroz do Brasil, está com a safra 2009/10 estimada em 6,9 milhões de toneladas, 12,5% a menos em relação à safra 2008/09, que foi de 7,9 milhões de toneladas. O quebra da safra se deve ao fenômeno El Niño, que vem atingindo o estado com chuvas e enchentes desde outubro de 2009, período ideal para o início do plantio do cereal na região.

O ano de 2009 foi marcado pela baixa de preços no início da colheita, em março, e se estendeu até junho, com a saca de 50 quilos a um preço médio de R$ 27,30, atingindo patamares abaixo do preço mínimo em algumas regiões. As cotações esboçaram uma recuperação a partir de julho e em outubro a Conab iniciou a execução dos contratos de opção ao valor de R$ 30,25 a saca de 50 quilos, o que ajudou na recuperação dos preços do mercado. As cotações fecharam o ano com preços médios de R$ 29,00 a saca de 50 quilos.


ACOMPANHAMENTO DOS LEILÕES DE CONTRATOS PÚBLICOS DE OPÇÃO DE VENDA – 2009

A cotação da saca de arroz em casca no estado do Rio Grande do Sul iniciou o ano de 2010 com uma significativa recuperação. Em janeiro a cotação do arroz estava em torno de R$ 30,00. A partir do mês de fevereiro deste corrente ano houve uma inversão e os preços começaram a cair, tendo atingido na quarta semana de junho patamares um pouco abaixo do preço mínimo, R$ 25,80. A partir daí o preço esboçou um viés de alta, a média de preço no mês de julho é de R$ 27,02 em Pelotas e R$ 26,03 a média no estado.

O produto comercializado no Mato Grosso estava em R$ 29,40 nos últimos três meses e na última semana de julho foi para R$ 30,90 a média no estado.

Este cenário de recuperação de preços é o esperado para este período de entressafra.

Regina Célia Gonçalves Santos
Gerência de alimentos básicos
Analista de mercado de arroz

 

Fonte: Conab, Secex, IBGE, IpeaData, Elab.: Conab/Digem/Sugof/Gerab – 1º/42010
Observações: Ano safra: agosto/julho; Ano comercial: março/fevereiro
Notas: Safra: de agosto a julho; Produção, importação, consumo, estoques inicial e final e renda média mensal: de março a fevereiro; PIB e população: ano civil do início dos dados
(*) Estimativa


Obs.: A redução de 19,8% em MT indicada no levantamento não foi considerada.
Optamos pela redução de 12% e, se no próximo levantamento confirmar uma redução maior, faremos a correção.

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