Mercado levemente aquecido no Sul e com procura no MT

A aproximação do final do mês faz com que o mercado do arroz beneficiado experimente um leve aquecimento no Sul. No Mato Grosso, cerealistas fazem pressão em busca de arroz primavera de boa qualidade.

A semana encerrou com ligeira alta no mercado de arroz em casca e beneficiado no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso. Santa Catarina acompanhou a evolução timidamente. Mesmo assim, o valor do produto no mercado está muito abaixo do custo médio de produção, que varia entre R$ 28,00 e R$ 30,00

No Rio Grande do Sul, a expectativa do lançamento de contratos públicos de opção e de prorrogação da primeira parcela do financiamento de custeio está fazendo com que os produtores segurem o produto de melhor qualidade e que a indústria volte ao mercado.

A pressão contra as importações está surtindo efeito, embora não tenham cessado as compras gaúchas na Argentina e, principalmente, no Uruguai. Sendo assim, esta semana já houve negócios de arroz de 58% de inteiros fechados na casa de R$ 20,00 em algumas regiões.

Na Fronteira-Oeste e na Campanha, onde as cotações mais baixas vinham ocorrendo – na faixa de R$ 18,00 há poucas semanas – os negócios estão mais firmes na faixa de R$ 19,00 a R$ 19,50. Arroz de melhor qualidade (63% de inteiros) já é negociado entre R$ 21,00 e R$ 22,00 em Cachoeira do Sul e por até R$ 23,00 em Capivari do Sul, Mostardas e Santo Antônio da Patrulha.

No Mato Grosso, o arroz primavera com mais de 50% de inteiros passou a ser melhor valorizado pelos cerealistas, que já aceita pagar R$ 21,50 pelo produto posto em Cuiabá. Há três semanas a cotação era R$ 19,00 por este produto. O corretor Jorge Fagundes, da Futura Cereais, afirma que existe pouco produto com esta qualidade no mercado do Mato Grosso e o que existe está sendo retido pelos produtores diante da expectativa da liberação de contratos públicos e privados de opções em valores superiores a R$ 23,20.

O arroz Cirad, com mais de 50% de inteiros é cotado a R$ 15,00 posto em Cuiabá. Produto com 40% de inteiros, chega em Cuiabá por R$ 11,00.

Segundo Jorge Fagundes, o problema do mercado do Mato Grosso neste momento é a existência de um excesso de oferta de arroz de baixa qualidade, principalmente Cirad 141 abaixo de 40% de rendimento, manchados, picados de insetos, gessados e com problemas de qualidade. Este produto, que a indústria não tem interesse, é o que mais está sendo ofertado pelo produtor, principalmente aquele que usou a cultura apenas para a abertura de área. Apesar da má qualidade, este produto acaba pressionando o mercado e puxando o preço do arroz de melhor qualidade para baixo.

Em Santa Catarina os preços tiveram uma ligeira reação. No Sul já foram realizados negócios na faixa de R$ 19,50 para o arroz com 58% de inteiros (50Kg) e na região de Itajaí, alguns negócios por até R$ 20,00.

BENEFICIADO

O produto beneficiado do Rio Grande do Sul experimentou um leve aquecimento a partir da última quarta-feira (15). Os supermercadistas do Centro do país começam a se preparar para a formação dos estoques para a virada do mês, quando os brasileiros costumam se abastecer dos gêneros da cesta básica. Por este motivo, algumas empresas já confirmaram que deverão trabalhar com novas tabelas de preços a partir de segunda-feira, forçando uma alta de R$ 0,50 a R$ 1,00 por fardo.

O arroz gaúcho chega por valores médios de R$ 31,00 o fardo de 30 quilos (Tipo 1) em São Paulo e por R$ 33,50 a R$ 34,00 ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. O arroz catarinense segue preços bastante similares em prazo também de 21 a 28 dias.

Todavia, segundo compradores paulistas, segue entrando arroz gaúcho de marcas conhecidas pelo preço de R$ 28,00 a R$ 28,50 (CIF) em São Paulo, numa estratégia para ganhar mercado. Estes preços costumam ser praticados por empresas que realizam a venda direta e têm caminhões próprios para o transporte, o que os isenta de custos com seguro, corretagem, comissão de representante e outras despesas. O tema, por sinal, foi debatido recentemente em um encontro de cooperativas arrozeiras.

O arroz primavera beneficiado, chega a São Paulo por valores entre R$ 28,00 e R$ 32,00, enquanto o Cirad, também Tipo 1, chega a São Paulo por até R$ 25,50. A demanda por produto beneficiado do Mato Grosso, no entanto, tem aumentado no Nordeste, o que está gerando um certo aquecimento e maior procura de arroz primavera, acima de 50% de inteiros, pelos cerealistas.

A provável liberação de recursos para os contratos de opção também está fazendo a indústria buscar arroz de melhor qualidade para a formação de estoques de mais longo prazo.

O arroz beneficiado ensacado em 60 quilos é cotado a R$ 40,00 FOB Cachoeira do Sul e Santa Maria para prazos curtos, 10 a 14 dias. Há negócios confirmados deste produto por R$ 41,00 para 14 dias. Posto em São Paulo, o arroz beneficiado Tipo 1, em sacos de 60 quilos é cotado a R$ 54,00.

O arroz do Mato Grosso, no entanto, chega por até R$ 52,00 e o Cirad 141 por até R$ 49,00. A previsão é de mercado levemente aquecido nos próximos dias, pela formação de estoques pelos supermercados para atender à demanda de virada de mês.

SUBPRODUTOS

O canjicão gaúcho manteve a cotação dos R$ 24,00 por saco de 60 quilos, com negócios de até R$ 25,50 (FOB) para exportação. A pressão de exportadores no mercado esta semana para fechar carga de um navio atracado no porto de Rio Grande, assegurou até 188 dólares por tonelada colocada na cidade portuária. Isso permitiu estes negócios com maiores preços. Há escassez do produto, pois muitas empresas estão procurando o canjicão para misturar no branco para Tipo 1. Pelo mesmo motivo, a quirera, que é misturada em pequena proporção no quebrado para exportação, seguiu cotada a R$ 21,00.

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