Mercado mantém trajetória de reação com oferta restrita

 Mercado mantém trajetória de reação com oferta restrita

Índia põe o mercado internacional sob expectativa

(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) O mercado do arroz entra na reta final de julho mantendo sua trajetória de recuperação baseada essencialmente em dois fatores. A resistência do produtor em ofertar – pedindo valores mais altos em busca da remuneração dos custos passados e futuros que estão em alta – e o comportamento do câmbio que tem permitido a concretização de novos negócios de exportação. Este fenômeno, no entanto, está provocando um descompasso cada vez mais evidente entre o preço da matéria-prima e o do fardo e dificultando as relações entre produtores x indústrias e entre indústrias x varejo, este cada vez mais resistente a aceitar o repasse dos custos ao preço final.

Para alguns industriais, a situação está ficando insustentável, com uma pressão que há muito não era observada no mercado. O descolamento entre os preços, que levam arroz beneficiado de alta qualidade, com pequeno prazo, ser negociado a R$ 85,00 por saca no Litoral Norte em operações pontuais e o fardo de arroz do Tipo 1, ter valor similar, tem feito algumas empresas cortarem na carne para manterem seus espaços nas gôndolas.

Nesta terça-feira, o indicador de preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul apontou média de R$ 76,94 para a saca de 50 quilos, em casca, à vista, acumulando valorização de 3,44% no mês de julho. O valor, pelo câmbio do dia, equivalia a US$ 14,20.

PREÇO AO CONSUMIDOR

Os preços aos consumidores têm oscilado nas seis capitais pesquisadas por AgroDados/Planeta Arroz, mas numa margem bastante estreita. Percebe-se que o pacote de cinco quilos do arroz branco, Tipo 1, aproxima-se de R$ 21,00 após uma longa temporada mais próxima dos R$ 20,00. O mínimo está mais próximo de R$ 15,00 e o máximo referencial voltou a subir acima dos R$ 35,00.

A expectativa para julho e agosto é de preços sustentados com uma oferta limitada e o câmbio dando suporte aos negócios externos. A entrada do reajuste do auxílio social do governo federal também poderá impulsionar, ainda que levemente, o consumo. O temor do mercado, no momento, é de que os preços mais fortes gerem uma sobreoferta em setembro. Isso enfraqueça os preços mais na frente. Um anúncio de redução da área plantada poderá ser fator de neutralização deste efeito.

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