Mercado mundial ofertado no segundo semestre e preços em baixa
As perspectivas para o último semestre de 2008 indicam um incremento da oferta mundial. Por isso, esperam-se novas baixas nos preços, já observadas no início de outubro
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Em setembro, os preços mundiais baixaram levemente, exceto na Tailândia, onde se mantiveram firmes graças ao programa de intervenção público que contribui para sustentar os preços internos e restaurar os estoques. As perspectivas para o último semestre de 2008 indicam um incremento da oferta mundial. Por isso, esperam-se novas baixas nos preços, já observadas no início de outubro.
Em setembro, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) caiu apenas 1 ponto para 304,4 pontos (base 100 = janeiro de 2000), contra 305,4 pontos em agosto. No início de outubro o índice marcava 293,6 pontos.
Mercado de exportação
Na Tailândia, os preços de exportação se mantiveram firmes devido às compras públicas massivas durante a segunda colheita. As autoridades anunciaram que comprariam cerca de 3 milhões de toneladas, sendo 75% da segunda colheita. Por outro lado, o governo deve começar as vendas de arroz no início de outubro, o que deveria provocar uma queda de preços. Em setembro, o Tai 100% B marcou US$ 718/t Fob contra US$ 705 em agosto. O arroz quebrado A1 Super também subiu, para US$ 598/t contra US$ 584/t.
No Vietnam, os preços desceram entre 4% e 8% segundo as categorias, reativando o mercado externo. As autoridades vietnamitas aumentaram as previsões de exportação em 2008 para 4,8 Mt, contra 4,5 em 2007. Em setembro, o Viet 5% marcou uma média de US$ 568/t contra US$ 593 em agosto. O Viet 25% marcou US$ 498/t contra US$ 540 em agosto.
No Paquistão, os preços baixaram novamente 10%. Em dois meses a baixa atingiu 30%. A colheita de arroz deve ser mais abundante este ano e os produtores têm pedido ao governo que reative as compras públicas para estabilizar os preços internos. Em 2008, as exportações poderiam ultrapassar 3,5 Mt. Em setembro, o Pak 25% marcou US$ 533/t contra US$ 600 em agosto.
Na Índia, se espera uma produção recorde de 94,4 Mt (base arroz branco). As áreas arrozeiras aumentaram 5%, estimuladas pelos elevados preços mundiais. Não obstante, as medidas de limitação das exportações de arroz continuam até abril de 2009.
Nos Estados Unidos, os preços de exportação tiveram uma queda de apenas 1%. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros seguem com tendência baixista. Em setembro, o arroz longo Long Grain 2/1 marcou US$ 809/t contra US$ 816/t em agosto.
No Mercosul, os preços de exportação baixaram 3%. No mercado interno, os preços do arroz em casca se mantêm firmes em função da demanda das indústrias e da escassa oferta por parte dos produtores. Os primeiros plantios devem começar nas próximas semanas.
Na África, os preços internos ao consumidor dobraram em relação ao ano anterior na mesma época. Mesmo assim, eles tendem a se estabilizar graças ao declínio dos preços mundiais. A demanda de importação continua forte. Em 2008, as importações africanas poderiam alcançar 10 Mt contra 9,8 Mt em 2007.
As informações são do Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz (InterArroz) elaborado por Patricio Méndez del Villar, pesquisador do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa
Agronômica para o Desenvolvimento (CIRAD, www.cirad.fr) da França e traduzido e divulgado pela Natural Consultoria & Comunicação, que desenvolve o Projeto Arroz Brasileiro.