Mercado se reabilita e segue ritmo dos últimos meses

 Mercado se reabilita e segue ritmo dos últimos meses

Colheita 2017/18: produtores querem reduzir

Referência de preços voltou a passar dos R$ 40,00, mas ainda não mantém oscilações.

Depois de recuar nos oito primeiros dias do mês, até o patamar de R$ 39,94, o preço médio da saca de 50 quilos do arroz em casca (58×10) no Rio Grande do Sul apresentou pequena recuperação na semana que passou e alcançou R$ 40,50 na última sexta-feira (11/8). Com isso, o valor acumula 0,77% de elevação nos 13 primeiros dias do mês e chegou, em dólar, ao equivalente a US$ 12,78 pela cotação do dia. A recuperação traduz um pouco melhor o mercado, que segue pouco ofertado e com baixo interesse das grandes indústrias. Em geral, os produtores estiveram mais ocupados com o preparo de solo, que foi atrapalhado pelas chuvas ocorridas entre quarta-feira (9/8) e este domingo (13/8) em todo o Rio Grande do Sul.

Com a retomada do ritmo, a expectativa de produtores e analistas é de que os preços se elevem em agosto, mas em patamares muito distintos daqueles vistos há um ano, quando as cotações superaram R$ 50,50, exatamente R$ 10,00 a mais do que agora. Isso gera um déficit de R$ 1.580,00 nos preços atuais – considerando a média da produtividade gaúcha por hectare, nesta temporada: 158,2 sacos/ha – em um ano. E desconsiderando o aumento do custo de produção e a inflação. O comportamento dos preços em dólar também mantém baixa a competitividade brasileira para exportar arroz, enquanto os preços no Mercosul se mostram bastante atraentes.

Por falar em Mercosul, a indústria tem protestado contra a lei que determina a indicação da origem do arroz na embalagem do produto beneficiado. Entende que isso exigirá um processo de segregação e separação que irá aumentar os seus custos e estes valores precisarão ser transferidos ao consumidor, num momento em que o varejo não aceita mais repasses. Por seu lado, a representação dos produtores defende a medida, pois entende que alguns países do Mercosul utilizam agrotóxicos proibidos no Brasil, que futuramente poderão ser identificados em uma análise de resíduos e é preciso salvaguardar a produção nacional. O assunto ainda vai dar muita discussão.

Ainda sobre o tema Mercosul, a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) iniciou uma campanha de conscientização pedindo para os produtores reduzirem a área cultivada na próxima temporada. Entende que é hora de tomar medidas de impacto para impedir que 2018 chegue com um cenário de ainda mais prejuízos ao rizicultor. A missão agora é convencer os produtores do Mercosul. No próximo dia 22, o vice-presidente da Federarroz, Alexandre Velho, estará no Uruguai, em evento que comemora os 70 anos da Associação de Cultivadores de Arroz (ACA) no Instituto Nacional de Investigações Agropecuárias (INIA) para falar sobre cenários da orizicultura no Mercosul e vai defender mais uma vez que o bloco inteiro corte pelo menos 250 mil hectares de cultivo na próxima temporada, como forma de recuperar os preços.

Apesar dos méritos da iniciativa, nem todos os produtores e analistas concordam com a estratégia. Entre os produtores, muitos argumentam que cada vez que um agricultor afirma que vai diminuir a área, outros 10 aumentam o plantio pensando em ganhar dinheiro com a retração alheia. E que essa seria uma lógica no Rio Grande do Sul, mas também adotada pelos países vizinhos.

Alguns analistas acreditam que a avaliação da entidade precisa ser ampliada para que se vislumbre o efeito imediato e o futuro de uma medida radical como o corte de 250 mil hectares de cultivo. Diante do câmbio atual e se mantendo o Real valorizado perante o dólar, uma elevação significativa de preços no Brasil fará com que os preços sejam tão atraentes que o país correrá o risco de voltar a importar dos Estados Unidos e da Ásia. E muito mais do que seria necessário ao seu abastecimento. E não podemos esquecer que se trata de um ano eleitoral, no qual o governo faz de tudo para que o preço ao consumidor seja baixo. O problema é que um saco de arroz a US$ 12,70 é um grande preço nos parâmetros internacional, mas no Brasil não cobre nem os custos de produção.

Portanto, o problema brasileiro não é o preço de venda, mas o custo de produção.

Balança Comercial

Uma das boas notícias da semana foi a retomada das exportações em julho, com 112,5 mil toneladas em base casca, volume maior até mesmo do que o mesmo mês em 2016 e que representa praticamente um terço de tudo que foi exportado no ano e mais do que a metade da exportação dos outros quatro meses. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano comercial (março de 2017 a fevereiro de 2018), as vendas chegam perto de 317 mil toneladas, ainda com um déficit de 220 mil sobre o mesmo período de 2016, diante da importação de 540 mil toneladas, sendo mais de 55% do Paraguai, 23% do Uruguai, 19% Argentina e os outros 3% da Guiana, Suriname e uma pequena fração de arrozes especiais de outras origens.

Mas, o volume exportado em julho gera uma expectativa de retomada ao longo do ano. Em seu levantamento, divulgado na última semana, a Conab mudou as estimativas da balança comercial, e reduziu a expectativa de que o Brasil exporte 1 milhão de toneladas para 800 mil/t. Prevê agora um déficit de 200 mil toneladas, com a importação de 1 milhão/t.

Apenas uma empresa gaúcha já tem um navio carregando em Rio Grande em agosto e um contrato de mais 24 mil toneladas (base casca) em setembro, com destino à América Central. Trata-se da mesma empresa que, em julho, exportou 21,5 mil toneladas de arroz para a Costa Rica. Julho também marcou a retomada das vendas de quebrados de arroz e a volta de alguns consumidores africanos. As entidades setoriais estão negociando a formação de um comitê de negociações para visitar alguns países daquele continente, que têm buscado produto na Tailândia, Vietnã e Índia, mas que já estão reduzindo a demanda na Ásia por causa do aquecimento dos preços nestes fornecedores.

Apesar do superávit de 15,5 mil toneladas no mês de julho, as importações brasileiras também cresceram dentro do mês, e atingiram 97 mil toneladas. O crescimento foi de 13% sobre as compras de junho.

Uma notícia interessante é o início de tratativas dentro do governo federal, por iniciativa dos técnicos da área, em buscar a criação de um programa fora da Política de Garantia de Preços Mínimos, capaz de dar suporte para as exportações brasileiras. A PGPM só pode ser deflagrada quando os preços de mercado forem inferiores ao preço mínimo do arroz no Rio Grande do Sul, que é de pouco menos de R$ 35,00. Pela proposta, em situação similar à atual, com preços travados abaixo do custo de produção e o mercado com oferta acima do desejável para as cotações ao produtor, deflagraria um sistema de suporte a pelo menos 250 mil toneladas de grão para terceiros mercados. Similar ao que houve com o PEP em 2012, mas com ajustes no mecanismo. O entendimento é de que o custo para que haja normalidade no fluxo do mercado e aos preços, seria muito inferior ao governo ter que intervir comprando arroz.

Estados

No mercado livre, o arroz gaúcho é comercializado entre R$ 39,00 e R$ 42,00 na maioria das praças, dependendo dos critérios do contrato, da relação entre produtores e indústrias e de mercado, do tipo, variedade e classificação do grão. Os melhores preços são praticados em Santa Maria e Dom Pedrito, e também nos polos de Camaquã e Pelotas (colocados na indústria), entre R$ 41,00 e R$ 42,50. Há um bom volume de produto do Sul gaúcho (Jaguarão, Santa Vitoria, etc…) sendo negociado colocado no porto a R$ 41,00 (56/57 de inteiros, até 13% de umidade e até 3% de defeitos). O preço acaba sendo vantajoso porque na indústria, com estas características, o grão não alcançaria R$ 38,00.

Em Santa Catarina os preços médios vêm mantendo estabilidade na faixa de R$ 40,00, com boa parte já transferida para a indústria.

No Mato Grosso o grão está mais barato do que no Rio Grande do Sul, mesmo que em sacas de 60 quilos. Os preços médios praticados ficam na faixa de R$ 41,00 (55% de inteiros, acima). Quase a totalidade do produto já foi transferida para a indústria por venda ou a depósito, por falta de estrutura de armazenagem na região produtora e a dimensão da segunda safra de milho. 

Congresso

O arrozeiro é um personagem em extinção nas lavouras gaúchas, por incrível que pareça. Esta é uma das conclusões a que se pode chegar no Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado, em sua 10ª edição, que chegou ao final na última sexta-feira, dia 11, no Hotel Serrano, em Gramado (RS). A integração entre lavoura e pecuária, a sustentabilidade do ambiente de várzea e da lavoura, a rotação com soja, pastagens, pecuária, adubação verde, milho, é uma realidade que transforma o rizicultor num produtor de alimentos múltiplos.

Cerca de 700 pesquisadores debateram, apresentaram estudos, teses, defenderam posições e saíram do congresso com posições tomadas para o futuro da orizicultura e os ambientes de terras baixas. Ainda que não seja coadjuvante, o arroz entra como um dos componentes do novo sistema de produção que se forma. Mas, essa não será a realidade de todos. Pelo custo da integração, a falta de capital e até mesmo as condições do solo, a soja não é uma cultura que entrará em todas as áreas. O que se viu, também, foi o avanço das tecnologias que devem trazer novas cultivares, sistemas de manejo, em busca de alongar a vida dos recursos já usados na lavoura, como a soja RR e o arroz CL. A organização da Sosbai foi primorosa.

Mercado

A Corretora Mercado, de Porto Alegre, indica queda nos preços na semana que passou no mercado livre gaúcho e também para o farelo de arroz. Segundo a corretora, o preço médio do arroz em casca caiu 0,5%, para R$ 40,00, no caso da saca de arroz em casca (58×10, à vista). Já o beneficiado (60kg, Tipo 1) perdeu R$ 1,00 (1,2%) e agora é avaliado a R$ 82,00. O farelo de arroz perdeu mais R$ 20,00 no valor por tonelada, passando a valer R$ 360,00 (-5,26%) na região de Arroio do Meio, Vale do Taquari (RS). O canjicão (R$ 51,00) e a quirera (R$ 45,00), em sacos de 60 quilos, mantiveram as cotações.

22 Comentários

  • Até que um dia alguém escreveu algo de fundamento, pode ser que os produtores que aqui comentam comprem essa idéia, de que o problema não é o preço de venda e sim os custos de produção e parem de atirar pedra na indústria e passem a focar no verdadeiro alvo que é o governo, que cada vez mais aumenta impostos para arrecadar mais afim de suprir sua ganância e sustentar essa cambada de parazitas que vivem as custas de nosso dinheiro. Olho vivo pessoal. E feliz dia dos pais a todos os pais que lerem esse comentário.

  • Sim seu Alexandre o problema é realmente o custo alto , agora porque é só subir o preço do casca você e teus amigos industriais vem aqui fazer a maior choradeira dizendo que não podem pagar que vão quebrar etc….
    Porquê em vez de quererem cada vez mais baixar o custo em cima do produtor não vão para cima do governo que quer nos sugar com seus impostos .
    A verdade é que o produtor não tem como baixar custo a não ser com aumento de produtividade que acaba aumentando a oferta , mas a indústria sempre baixa seu custo para cima do produtor.

  • Mas como não é o preço de venda ? a baixa no valor nas gôndolas é irrisória.
    Que conversinha é essa ? se não é a industria que etá ganhado muito com essa queda no casca é o varejo. Alguém tá faturando bastante em cima do produtor.

  • Prezado Carlos, hoje quem está ganhando rios de dinheiro, em cima do produtor e da indústria é o VAREJO. Existem muitas e é a grande maioria, que estão em tremenda dificuldade. Os grandes conseguem importar arroz e isso os faz competitivos. Os pequenos e médios que produzem a até 200 mil fardos, estão assim como os produtores, com muita dificuldade de honrar seus compromissos, pois estão sendo esmagados pelo varejo. Leia por favor o comentário que fiz na matéria do planeta arroz, “Federarroz faz campanha para a redução de área de arroz no Mercosul” que explica melhor o que estou falando neste momento… Obrigado e boa leitura a todos.

  • Não adianta realmente se queixar do preco e querer baixar custos contando com governo q não tá nem aí, q só se preocupa com os investidores e bancários pra manter uma imagem de competente. Mas já ficou evidente q com dolar baixo ou abaixo de R$3,60 q é o ponto de equilibrio pra agricultura bombar, as arrecadacões já não atingiram numeros satisfatórios, pq agricultores retraidos o comércio das cidades param ou diminuem fluxo. O QUE TEMOS QUE FAZER É REDUZIR 50% DAS ÁREAS DE ARROZ , PQ PENSAR EM AUMENTAR PRODUCÃO PRA RENDER MAIS É BURRICE. QUEM ESTÁ ENDIVIDADO SABE QUE AS DÍVIDAS SÃO IMPAGÁVEIS, PLANTARÁ PRAS INDUSTRIAS QUE FINANCIAM E MANTERÁ O CICLO VICIOSO. DEPENDERÁ DE CADA UM VER O QUE MELHOR LHE CONVEM FAZER !! A SOJA já é uma realidade crescente nas várzeas , embora esse anos o preco não ajuda, pode ser q pro ano esteja melhor, pq um ano de eleicão configura um dolar mais alto, portanto adquirimos insumos com dolar baixo agora e vendemos a soja com dolar melhor ano q vem, já q esse ano foi do contra. E COMO ANO Q VEM É ELEITORAL, PROVAVELMENTE O ARROZ ESTARÁ EM TORNO DE R$34,00.

  • Pois bem meus amigos… Quando vejo o comercil de uma das grandes industrias do RS em horário nobre e em programas nobres da televisão brasileira com gastos milionários em marketing e propaganda fico a pensar de quanta riqueza é gerada pelo arroz. É sinal que alguém está no topo da cadeia alimentar do arroz! Eu até entendo que propaganda faz parte do processo de concorrência, mas não essa transferência de renda absurda. Quanto deve custar 1 minuto em horario nobre? De centro a norte do país! Quanto dinheiro que poderia estar sendo utilizado no processo produtivo… Mas que vai parar na mídia! Tomara que venda mais e que paguem melhor para que tudo isso valha a pena!

  • Concordo com o amigo Eduardo, a culpa é do VAREJO: compra com prazos de 30, 60, 90 dias e vendem avista com margens de 20%. Produtor e indústria têm que estar unidos e pedir intervenção das entidades em um estudo que analise a cadeia do produtor à gôndola. O VAREJO ESTA FICANDO COM TODO O RESULTADO DA PRODUÇÃO DE ARROZ.

  • Caro Flávio, produtor e indústria unidos ? de que forma ? Isto nunca aconteceu, é histórico a industria sempre desconta em cima do produtor, está cada ano pior !!!

  • Seu Carlos, mas em momento algum eu falei em parceria entre produtor e industria no meu comentário. Reclamei que estão gastando milhões em publicidade e arrancando nossos olhos no preço. Não tem de parceria. Se o ano der seco como estão falando ano que sobrará não 2 milhões de toneladas, mas sim 4 milhões. O discurso é um, porém o pessoal vai plantar 1,200,000 hectares no Brasil. E o Mercosul vai plantar a mesma área. Bye bye produtores de arroz no ano que vem, capitalizados e descapitalizados vão tomar ferro para aprenderem a abrir os ouvidos e não se atracarem a plantar mais do que devem! Vai ser daqueles anos como em 2010 que o preço caiu bem abaixo do minimo e o governo terá que intervir aumentando os estoques públicos. Não tem escapula gurizada. Agora em agosto, setembro e outubro o arroz vai subir, mas depois bau baus!!! E ano que vem em março de R$ 30 a 35 !!!

  • Bom dia, comentaristas! Muito boa realmente a análise do site sobre a comercialização do arroz. Entendo que hoje já temos base suficiente para apontar o porquê o nosso custo de produção do arroz, que torna o preço internacional de 12,70 U$ ainda insuficiente para remunerar o produtor. O principal é o arrendamento que responde por 25% da receita da produção, isto é um dado alarmante.
    Outro aspecto que temos que trabalhar são as formas de aumentar o consumo, fazendo-o chegar em outros momentos da refeição e como alimentação animal. Entendo ser um contrassenso reduzir a produção ou “dirigir com o freio de mão puxado”! A integração com o engenho é possível, desde que seja feita sob contrato antecipado com as bases de preços estabelecidas.
    Outro ponto que todos temos que entender e aceitar é que a situação mudou há muito tempo, pois querer que as coisas que foram boas no passado retornem é o que se chama “sebastianismo” ou ficar à espera do muito querido e bondoso Rei Dom Sebastião, que não retornou de uma guerra de cruzada. Portanto as bases a serem analisadas/estabelecidas deverão ser outras.

  • Caro Flávio, Sorry, desculpe o lapso, troquei os nomes na hora de digitar, meu comentário foi dirigido ao cidadão de São Lourenço, Alexandre Cunha da Rosa.

  • Prezados amigos: Eu reitero minha posição, defendo o entendimento do produtor/indústria, com regras claras e uma investigação, que se abram as planilhas, que se identifiquem quem esta ganhando com o arroz. Sou contra redução de área e a favor de exportar os excedentes de produção, via apoio governamental.

  • Estou impressionado!
    Com base em tudo o que li acima, deduzo que nossos problemas estão com soluções bem encaminhadas. Primeiro combinamos com todos os milhares de produtores gaúchos. Depois com os russos, paraguaios, argentinos, uruguaios e catarinas, para que todos plantem menos. Mas todos têm que tomar a mesma decisão, ou seja, nada de uns aproveitarem a oportunidade pra aumentar área de plantio, só porque outros vão diminuir.
    Em seguida, temos que combinar com o maldito consumidor, e o varejo para que parem com essa mania de querer comprar pelo preço mais baixo.
    Depois, pedir que as indústrias todas combinem para não mais competir entre si. Isso tudo é passível de ser posto em prática se tivermos um ditadorzinho bolivariano. O PT quase estava conseguindo chegar lá. Mas ainda existe esperança de que eles voltem, pelo que se pode observar.
    Seria interessante ainda, que se colocasse em prática um preço mínimo bem remunerador, ou seja, uma política esquizofrênica, pois incentiva o aumento de produção e depois não sabe o que fazer com os enormes exedentes que se
    formam, prejudicando sempre o produtor.
    Vai ser fantástico!

  • Na verdade não estamos sabendo ganhar dinheiro com o arroz (isso vale para a soja também): produzimos bem e vendemos mal e cada vez estudamos apenas o aumento da produtividade e da produção e, em consequência, temos menor renda. Disse ali acima que as coisas mudaram muito e não voltam mais, sejam os subsídios, Pré-EGFs, EGFs AGF’s etc. e não adianta tentarmos achar culpados. O quanto antes colocarmos em prática novos modelos de consumo e comercialização, menos traumática será essa passagem e o sucesso será visto como um fator não tão difícil de ser alcançado. A inteligência dos técnicos, pesquisadores e produtores, está demorando a se dar conta e dedicarem-se a estudar formas de aumentar a renda do produto, seja na sua transformação em outros produtos para alimentação humana ou animal, bebidas, comidas funcionais etc. Integração com o engenho e tradings com encargos ou preços pré-fixados e contratados; produtores secando e armazenando e descascando a produção (lembrando que descascar arroz não é indústria). Cabe mencionar que reduzir custos também é aumento de margem, então, renegociação de arrendamentos, compras conjuntas de insumos, unidades cooperativadas ou condominiais de beneficiamento, etc.

  • Exatamente José Nei, temos que repensar, reinventar, inovar…Mas precisamos de apoio e coordenação governamental; Precisamos de protecionismo, tão praticado nos EUA, isto, longe de ser coisa de ditador comunista, apenas proteção aos 70% de produtores de arroz, que produzem em áreas de 50ha, para baixo e por isto se tornam vulneráveis, caso não exista, uma política agrícola de longo/médio prazo, o que é o caso. Temos que ser inteligentes, abertos à inovações, sem cores partidárias ou ideologia política. Caso contrário, no Brasil, será praticado uma espécie de agricultura de exclusão, de descarte do produtor… Só depende de nós E TEMOS DISCERNIMENTO E CAPACIDADE DE MUDAR!!!!

  • Convém ressaltar que o cooperativismo é uma doutrina econômica que visa a junção de esforços para fazer valer a sinergia de um grupo de produtores contra as dificuldades do enfrentamento do mercado de forma individual e de “peito aberto” ou de “franco atirador”. Assim são outras estratégias econômicas como a integração, as alianças, condomínios, associações etc. São estratégias que são ou foram utilizadas até por grandes corporações empresariais como a Souza Cruz, Brasil Foods, e da antiga Autolatina. Enfim, nada tem de bolivarianismo ou dependa de partido A ou B, pois isto existe desde 1.844 como forma dos produtores, trabalhadores e empresários, participar do mercado de uma forma mais organizada e lucrativa. Claro que o que se quer são ações de mercado, inteligentes e inovadoras, olhando para à frente, sem a famosa “teta” governamental, que, aliás, muitos a aproveitaram para se reerguer (dos seus perdãos, renegociações, políticas de preços mínimos) e hoje estão a renegar. Portanto entendo que ironias somente confundem e não contribuem para que um setor importante para o RS, para a sociedade como um todo (produtores, trabalhadores, profissionais liberais, empresas, municípios, estado), encontre uma saída que possa trazer maior renda para todos nós.

  • Fico impressionado com a ironia, insultos ou manifestações agressivas proferidas, por ocasião de debates ou reuniões, pelos próprios arrozeiros, que ao invés de debaterem as questões na boa fé, de peito aberto, acabam por tumultuarem, e encerrar os debates sem chegar a nenhuma conclusão ou objetivos práticos. O pior é que os tecnocratas do governo e demais interessado, sabem, e muito bem com lidar conosco. Ou seja, é só abrir os trabalhos e eles brigam entre si…

  • Às vezes só com com ironia se consegue fazer cair algumas fichas.
    No meu caso nunca me neguei e nem me negarei a discutir assuntos que dizem respeito à nossa atividade, desde que a discussão tenha fundamento.
    Como seria possível discutir em cima de argumentos que têm como premissa eliminar as leis da natureza, como por exemplo, a lei da oferta e procura? Aí fica difícil, não é?
    Jamais quis ofender ninguém. Apenas tento contribuir. Alguns contribuem com sonhos inatingíveis, outros com fundamento.

  • Seu Alexandre Cunha, isso ocorre porque alguns pensam somente no seu negócio e se esquecem da coletividade… Isso acontece porque alguns só destroem e nada constroem. Nada acrescentam. Não trazem soluções aos debates. A lei da oferta e procura não funciona no arroz brasileiro. Sempre teremos mais oferta do que procura. Nosso câmbio maluco permite que importemos mesmo tendo abundância de arroz interno. Mesmo em ano de El Nino não faltou arroz aqui. Nem que reduzissemos 30% a area esse ano faltaria arroz em 2018. O objetivo real é achar natural que 50% dos produtores saiam do mercado… Que quebrem e pulem da barca. Bagé, Dom Pedrito, Alegrete, e varias cidades, perceberam atraves da conscientizaçao e não da combinaçao que a soja é uma alternativa viável a monocultura do arroz. Porque o governo não a buscarmos novos mercados externos e trabalhe em conjunto garantindo as exportações? É certeza de renda para o produtor e certeza de que não haverá desabastecimento mais na frente. Se fala de desabastecimento reduzem a TEC e entra arroz as favas de fora do país. Tem que haver uma regulaçao forte e subsidios em caso de excesso de produçao. Agricultura é setor estratégico. É pena que no Brasil tudo funciona as avessas e no oba-oba!!!

  • Meus amigos, cada um deve montar a melhor estratégia para seu negócio de acordo com o mercado que esta inserido, se aqui a soja tem sido uma ótima alternativa, não significa que nas demais regiões também seja. E esse negócio de união entre concorrentes para combinar de aumentar ou diminuir área plantada pode esquecer, aumentar ou diminuir área plantada é decisão estratégica do negócio e isso é particular de cada produtor, pois interfere diretamente no bolso…$$$$$$. É a mesma coisa acreditar que as Indústrias vão combinar preço ou de parar de vender para determinada região para pressionar o mercado, piada para surdo rir. Portanto olho vivo pessoal!!!

  • E tem aqueles que, por total falta de argumentos racionais, preferem ofender, ao invés de argumentar. Isso não ajuda em nada, não constrói absolutamente nada!

  • Como diz o ditado antigo “Em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão!” . Infelizmente, para alguns, negócio é que nem pescaria: – quanto mais tumultuado ou em águas barrentas, mais peixe dá. Conheci um senhor que só entrava em negócio bem enredado (que ninguém entrava), ele praticamente sozinho, desenredava e ganhava rios. Assim, também é na agricultura, que como qualquer outro negócio pode ter planejamento, visão, organização, metas, etc. E não chamem de sonho, pois de tantos que já se realizaram não se pode duvidar de nenhum. Comecei a falar do arrendamento em 1993, me chamavam de comunista, comecei a falar de fazer pão de arroz em 2.000, me chamaram de louco, e hoje isso não é nada de outro mundo ou já é do nosso dia-a-dia. Foi isso que ocorreu com Nicolau Copérnico quando apresentou a teoria do Heliocentrismo em detrimento da até então vigente Geocentrismo. Somos avessos às mudanças, nos agarramos aos nossos dogmas e vamos cegos ao precipício. Vejam o artigo abaixo (O arroz um ritmo que precisa ser quebrado) de um renomado consultor, condena o custo do arrendamento e propõe como saída a exportação. É pouco e não tem dado resultado significativo nos últimos cinco anos, como afirmei no meu texto “O arroz, exportar é o que importa¨ de 22.04.2008, portanto, temos que mexer com o mercado e ter uma nova visão do consumo e do consumidor. E, claro, mexer no arrendamento da terra e da água.

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