Mercosul precisa alavancar produção para ser grande exportador de arroz

Pesquisador uruguaio participou de seminário cooperativista.

"O Arroz no Mercosul: Posicionamento na America Latina e no Mundo", foi o tema da palestra de Bruno Lanfranco, engenheiro agrônomo e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola (INIA – Uruguai), durante Seminário realizado pela Cooperativa de Plantio Direto, em Gramado na semana que passou. Conforme ele, o bloco já é exportador do cereal. "Mas, para ser um grande player mundial, precisa aumentar muito a produção" destaca.

Para Lanfranco, atualmente o Uruguai é o país mais especializado na produção e exportação de arroz, com boa produtividade das lavouras. "Mas tem uma limitação de área", lembra. Um ponto favorável às exportações uruguaias é que o consumo interno é ínfimo. "Lá, o cereal pode subir a vontade, pois quase toda a safra é exportada", explica.

"Ao contrário daqui, ninguém fica preocupado se o valor elevar 10% nas gôndolas dos supermercados", acrescenta. Questionado sobre a reação uruguaia frente a um eventual incremento da TEC (Tarifa Externa Comum) para 30% sobre importações de fora do Mercosul, o pesquisador acredita que o país vizinho é favorável, pois reduziria a competição com o cereal asiático. "Seria bom para o Uruguai", frisa.

Ainda sobre o vizinho do Prata, Lanfranco comenta que o convênio de preços, instituído há muitos anos, pode estar com os dias contados. "Alguns grandes produtores, com bastante força de decisão, estão reclamando do valor do convênio, o que pode levar ao fim do acordo", completa.