México fecha seu mercado à uruguaia Saman por contaminação em contêiner

 México fecha seu mercado à uruguaia Saman por contaminação em contêiner

Produto de exportação da Saman é rejeitado no México por uma praga que não existe no Uruguai

A empresa, que pertence ao grupo brasileiro Camil, representa 50% do mercado uruguaio. País vizinho acredita que contaminação foi gerada na origem do contêiner.

O governo mexicano decidiu fechar seu mercado de arroz à empresa uruguaia Saman, do Grupo Camil, depois de sua fiscalização sanitária ter detectado o besouro Khapra (Trododerma granarium) em um dos contêineres de uma remessa recente do produto.  Trata-se de uma das das pragas mais comuns e mais destrutivas em grãos, tem origem no Sul da Ásia, mas não existe no Mercosul. A relevância do caso é maior porque há um ano o México suspendeu as importações totais do Uruguai pelo mesmo fato. 

“Se trata de um caso de contaminação cruzada que se deu no contêiner, algo similar ao que se deu no ano passado e que determinou o fechamento do mercado", assegurou o brasileiro Alfredo Lago, gaúcho de Sentinela do Sul, que é presidente da Associação de Cultivadores de Arroz do Uruguai (ACA).

Lago lamentou que o México não está aplicando o protocolo que se havia acordado após caso similar no ano passado. Este protocolo inabilitava a planta onde se carregou o contêiner infectado, que neste caso foi em Varela (Lavalleja). Entretanto, o México fechou as portas para toda a empresa. 

Atualmente há 4.000 toneladas de arroz viajando entre o Uruguai e o México e empresas e governos buscam uma solução para que possam ingressar. “Vamos insistir em que se aplique o protocolo corretamente, contemplando os detalhes e insistindo nas comprovações sanitárias de que Uruguai não tem esta praga” agregou o dirigente.

Em caso de chegar outro embarque contaminado ao México, o fechamento do mercado poderá ser abrangente a todo o arroz uruguaio. E por tempo indeterminado. O mercado mexicano para o arroz havia sido reaberto em abril, logo depois de permanecer fechado desde setembro de 2019 por um caso similar. O besouro Khapra, também conhecido como gorgulho ou escaravelho, é nativo do Sul da Ásia, tem alto poder destrutívo sobre grãos e sementes.

Se trata de um inseto que não tem presença no Mercosul, mas a avaliação dos uruguaios é de que apareceu por uma contaminação cruzada nos navios que carregam o arroz por diferentes continentes e destinos abastecidos por exportadores uruguaios.

Neste caso se estima que podería haver passado algo similar. Ao mesmo tempo, há quem desconfie da coincidência, uma vez que da mesma forma que ocorreu em 2019, o México descobriu o inseto nas inspeções depois  de já estar abastecido e durante a colheita do seu maior fornecedor e parceiro comercial do arroz, os Estados Unidos.

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