México suspendeu restrição ao arroz uruguaio da Saman

Para conseguir a liberação, uruguaios precisaram excluir a produção de uma das suas unidades, cuja carga registrou a presença de uma praga quarentenária.

O jornal uruguaio El País informou nesta quinta-feira que a empresa de arroz Saman S.A (do Grupo Camil). pode retomar as exportações de cereais para o México. Após o encontro virtual entre as autoridades da Direção-Geral de Serviços Agropecuários e seus homólogos do Ministério da Agricultura do México, foram levantadas as restrições ao arroz uruguaio. 

A decisão asteca foi adotada após a detecção de uma praga quarentenária inexistente no Uruguai. Este é o gorgulho Khapra (Trogoderma granarium) que já havia deixado temporariamente o arroz uruguaio fora do México.

As restrições que pesavam sobre a exportação de Saman geravam nervosismo nos demais engenhos de arroz, numa época em que havia 4.000 contêineres do grão uruguaio com destino para os portos mexicanos, porque o protocolo fitossanitário acordado entre os dois países estava sendo ignorado.

“A limitação que pesava sobre a empresa poderia ser levantada”, afirmou ao El País o chefe da Diretoria de Serviços Agropecuários, Leonardo Olivera.

O dirigente uruguaio disse que no marco do encontro virtual com técnicos mexicanos ficou mais uma vez claro que "Trogoderma granarium não existe no Uruguai" e é "um problema gerado em contêineres", onde se pode evitar a desinfecção e viver muito tempo sem a necessidade de se alimentar.

Caso voltem a ocorrer problemas, a empresa será excluída da exportação, pois terá duas fábricas afetadas. “Se acontecer uma vez, a fábrica afetada fica fora do mercado e se acontecer duas vezes, a empresa toda é afetada”, explica Olivera.

A partir desta nova reunião técnica entre os dois países, a outra mudança é que passará a ser emitido um certificado fitossanitário – é emitido pela Direção-Geral de Serviços Agrícolas – para cada contêiner de arroz exportado para o México e não a cada cinco contêineres conforme era feito antes.

“Isso nos permitirá que em caso de problemas, apenas aquele contêiner seja excluído e os demais contêineres exportados continuem em trânsito”, explicou Olivera.

Ao mesmo tempo, a desinfecção dos contêineres antes do carregamento continua obrigatória.

O prazo para a Saman continuar exportando arroz para o México é de 90 dias. Do ponto de vista de Olivera, esse avanço na negociação "é uma conquista", porque tudo havia sido zerado.

“O México entende que não há garantias e que há processos a serem melhorados. Nesses 90 dias veremos o que melhorar para que o processo seja permanente ”, disse Olivera.

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