Minas cria Câmara Técnica Estadual de Arroz e Feijão

O órgão vai atuar também na promoção de estudos e pesquisas para melhorar a qualidade da produção e na elaboração de propostas e acompanhamento dos programas voltados para o desenvolvimento da atividade
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Produtos indispensáveis na mesa do brasileiro, o arroz e o feijão passam a contar com mais um órgão de apoio à organização da cadeia produtiva em Minas Gerais. Foram empossados nessa quinta-feira (19), pelo secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana Rodrigues, os membros da Câmara Técnica Estadual de Arroz e Feijão.

Coordenada pela secretaria, a nova câmara vai funcionar como um apoio à elaboração de políticas governamentais. O órgão vai atuar também na promoção de estudos e pesquisas para melhorar a qualidade da produção e na elaboração de propostas e acompanhamento dos programas voltados para o desenvolvimento da atividade.

Compõem a Câmara Técnica de Arroz e Feijão representantes de instituições ligadas ao setor, tanto da iniciativa privada quanto governamentais, órgãos de ensino e pesquisa, entre outros. Para o secretário, a câmara técnica voltada para o arroz e o feijão, bases da tradição agrícola, será um veículo para a construção de ações dentro do cenário da produção mineira. Ele alerta que a nova câmara vai propor soluções viáveis para as demandas naturais do setor e não trabalhar em busca de soluções milagrosas. Gilman Viana reforçou ainda o papel do comitê gestor da câmara que é o de dar prosseguimento formal às propostas que vierem a ser discutidas.

Para o coordenador da nova câmara e presidente do Sindicato da Indústria de Arroz de Minas Gerais, Jorge Tadeu Araújo Meirelles, os trabalhos serão focados na integração da cadeia produtiva, contemplando soluções para o produtor, indústria e consumidor. Ele acrescenta que temas como o desenvolvimento de novos cultivares, incentivo à pesquisa, implantação de tecnologia de ponta e a criação de uma política de incentivo à produção visando ao aumento da produtividade e dos lucros para o produtor serão prioritários. “Nosso objetivo é mostrar ao produtor que tanto o arroz quanto o feijão são boas opções para a rotação de culturas”, informa.

Uma das primeiras iniciativas do grupo será a elaboração de um plano setorial que vai nortear os trabalhos da nova câmara. Os membros do grupo já começaram a analisar o setor, identificando problemas pontuais e buscando soluções para beneficiar todos os elos da cadeia produtiva dos dois produtos.

A Câmara Técnica de Arroz e Feijão conta com representantes do ministério da Agricultura, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Fórum das instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais (IPES/MG), Sociedade Mineira de Engenheiros Agrônomos (SMEA), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Associação dos Produtores de Sementes do Estado de Minas Gerais (Apsemg) e Associação dos Produtores do Entre Ribeiros (AAPER). O Estado conta atualmente com 17 câmaras técnicas.

Números

Minas Gerais é o segundo maior produtor nacional de feijão, atrás apenas do Paraná. A região Noroeste é a principal produtora estadual, com 38,5% da safra mineira. Em seguida, aparecem as regiões do Alto Paranaíba (16,9%) e o Sul do Estado (10,5%). Os municípios que lideram a produção são Unaí, Paracatu e Buritis, todos no Noroeste de Minas. A produção mineira de feijão no ano passado foi de 567 mil toneladas.

Já o arroz figura na lista dos principais produtos importados por Minas Gerais. Em 2008 a produção do grão no Estado foi de 142,3 mil toneladas, contra 1 milhão de toneladas consumidas. Os principais municípios produtores de arroz são Paracatu, João Pinheiro e Unaí. As maiores regiões produtoras são Noroeste, Rio Doce e Sul de Minas.

O produto vem apresentando sucessivas quedas da área cultivada no Estado, apesar dos preços favoráveis ao produtor. A situação é provocada pela concorrência com o arroz do Sul do país e pelo aumento do custo da mão-de-obra o que desestimulou principalmente os pequenos e médios produtores a investirem no cultivo.

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