Ministério da Agricultura garante verba para projeto sobre manejo de pombas em lavouras de arroz e soja

 Ministério da Agricultura garante verba para projeto sobre manejo de pombas em lavouras de arroz e soja

Renato Rocha, Maria Emília, Jerônimo Goergen e José Pires na audiência

Conforme relatos dos agricultores, a perda pelo ataque da pomba pode atingir até 1.500 quilos por hectare na lavoura de arroz e exigir a ressemeadura da soja.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) assegurou, na tarde desta quarta-feira (9), recurso no valor de R$ 500 mil para o projeto de pesquisa sobre o manejo da pomba-de-bando (Zenaida auriculata) na região da Campanha do RS para controle dos danos na produção agrícola. A garantia foi dada pela secretária executiva do Mapa, Maria Emilia Mendonça Pedroza Jaber (a segunda em comando na hierarquia do Ministério), durante audiência em Brasília, com as presenças do diretor Administrativo do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Renato Caiaffo da Rocha; do deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que agendou o encontro; e do assessor do Irga José Carlos Pires. O recurso será repassado via Embrapa Clima Temperado e deve estar disponível já em janeiro de 2016.

“Foi uma audiência rápida e objetiva e, ao final, a secretária executiva deu como certa a inclusão do recurso no orçamento de 2016 via Embrapa, que é órgão vinculado ao Mapa. Ela se mostrou sensível ao problema, porque sabe que os agricultores gaúchos precisam de uma solução imediatamente, pois eles não têm margem para suportar mais prejuízos”, acrescenta Renato Rocha.

Na sequência, o diretor do Irga e o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado de Pelotas, Clenio Pillon, participaram de audiência com o secretário do Produtor Rural e Cooperativismo do Mapa, Caio Rocha, que recebeu o Termo de Execução Descentralizada (Ted) do projeto de manejo da pomba-de-bando. O secretário prometeu dar seu apoio à reivindicação e ajudar na liberação do recurso. “Caio Rocha é um grande parceiro da agricultura gaúcha e vai contribuir de forma importante. O dano causado à lavoura pela pomba-de-bando é um problema sério e montamos uma articulação forte, com participação da Embrapa, para a solução do problema. Importante destacar ainda o simbolismo dessa parceria entre Irga e Embrapa, o que poderá resultar em futuras ações conjuntas em outros projetos”, destaca Pillon.

Paralelo ao encaminhamento junto ao Mapa, Rocha e Pires também se encontraram em Brasília com os deputados federais Alceu Moreira (PMDB-RS), Afonso Hamm (PP-RS) e com a assessoria do deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS) em busca de apoio por emendas parlamentares. Todos os parlamentares se mostraram receptivos e prometeram ajudar na efetivação do projeto para o ano seguinte.

RESPALDO NA LEI AMBIENTAL
O Termo de Execução Descentralizada (TED) entregue ao Mapa explica que nos últimos seis anos os produtores e técnicos perceberam o aumento de danos nas lavouras de arroz irrigado e soja na região da Campanha do Rio Grande do Sul. Conforme relatos dos agricultores, a perda pelo ataque da pomba pode atingir até 1.500 quilos por hectare na lavoura de arroz e exigir a ressemeadura da soja. O documento justifica ainda que há uma percepção empírica de que a população desta ave aumentou consideravelmente nos últimos anos. Mas as causas deste crescimento populacional e as medidas de redução dos danos são desconhecidas tanto pelos produtores como pela assistência técnica e pela pesquisa. O plano de trabalho acrescenta que todas as ações executadas pelo projeto deverão estar respaldadas pela legislação ambiental vigente, já que se trata de uma espécie silvestre.

No TED, os participantes do projeto se comprometem com cinco metas: aquisição de equipamentos e materiais de consumo; estudo dos aspectos biológicos e ecologia da pomba-de-bando (contagem da população), identificação e quantificação dos danos causados pelas aves às lavouras de arroz e soja, identificação de práticas de manejo para o controle dos danos causados pela pomba-de-bando às lavouras de arroz e soja, e transferência de tecnologia.

Além de Irga e Embrapa, participam do Grupo de Trabalho integrantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Fundação Zoobotânica, Secretaria Estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS) e do Instituto Federal Sul-rio-grandense (Ifsul).

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