Ministra Dilma Roussef dá mais esperanças a produtores agrícolas

“Dilma Roussef demonstrou muito mais trato para a negociação que seu antecessor, José Dirceu”, destacou o deputado Darcísio Perondi após a audiência.

Parlamentares integrantes da Comissão de Agricultura da Câmara discutiram nesta quarta-feira 10 com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, a pauta de reivindicações apresentada ainda no mês de junho, durante o “Alerta do Campo”, evento que reuniu 20 mil produtores agrícolas em Brasília e que culminou com o “tratoraço” que paralisou o centro da capital federal. “Dilma Roussef demonstrou muito mais trato para a negociação que seu antecessor, José Dirceu”, destacou o deputado Darcísio Perondi após a audiência.

Uma das questões da pauta trata da liberação de R$ 3 bilhões do BNDES para que os produtores possam quitar suas dívidas com fornecedores de insumos agrícolas. Um grupo técnico do Ministério da Agricultura vem estudando uma proposta que prevê juros de 13,75% ao ano. Os produtores arcariam com 8,75% e as indústrias com os 5% restantes, mais as garantias. O problema é que as indústrias que fornecem os insumos, entre fertilizantes, adubos e agrotóxicos, não querem arcar com a parte que lhes caberia. A ministra Dilma Roussef entendeu o problema e disse que “as indústrias não vão querer matar a galinha dos ovos de ouro”.

Os parlamentares também voltaram a sugerir a liberação da importação de insumos e defensivos agrícolas de países do Mercosul. Essa medida reduziria sensivelmente o custo da produção no Brasil, uma vez que naqueles países não há taxação sobre esses produtos e que, por conseqüência, têm preços muito baixos que os similares brasileiros.

O deputado Darcísio Perondi insistiu com a ministra Dilma Roussef no sentido de que seja incluída numa Medida Provisória a prorrogação das parcelas da securitização, RECOOP e PESA. Ele informou que as execuções das dívidas estão acontecendo e deixando inseguros os produtores inadimplentes. “Algo precisa ser feito”, disse. O Governo também havia se comprometido a prorrogar as dívidas do custeio que já estão vencendo, para os meses de março e abril do ano que vem. Infelizmente, lamentou Perondi, o Governo insiste na política do mata-mata. “Os produtores precisam de todo o dinheiro do custeio da safra 2005/2006 para preparar a terra e colher bem. Só assim eles conseguirão pagar tudo no ano que vem”.

A franqueza e bom humor da ministra Roussef agradou os membros da Comissão de Agricultura da Câmara. Ela disse aos parlamentares que não vai interferir nas negociações que já estão em curso pelo Ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, sob pena de atrasar todo o processo. Mas, prometeu ajudar Rodrigues nas negociações com os produtores e com a equipe econômica do Governo Federal.

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