Ministro pede estudo para reduzir assimetrias do Mercosul

 Ministro pede estudo para reduzir assimetrias do Mercosul

Autoridades setoriais e políticas abrem o plantio da safra, em Restinga Sêca (RS)

Anúncio é do secretário de Política Agrícola do MAPA, Caio Rocha, em Restinga Sêca, na Abertura Oficial do Plantio da Safra de Arroz 2011/2012.

Uma boa notícia foi levada aos arrozeiros, durante a solenidade de Abertura do Plantio da Safra de Arroz 2011/12, neste sábado, em Restinga Sêca (RS), pelo secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Caio Rocha. Representando o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, que precisou cancelar sua presença no evento por conta da agenda presidencial, Caio Rocha anunciou que o MAPA realiza um estudo para reduzir as assimetrias do comércio de arroz no Mercosul.

Segundo ele, não é possível que o Brasil siga importando mais cereal do que precisa por conta de uma conjuntura nociva ao arrozeiro nacional, que tem custos maiores que a receita. “Algo será feito para buscar o equilíbrio”, avisou, para o aplauso dos mais de 400 presentes, apesar da chuva. Caio Rocha também foi aplaudido ao anunciar que foi determinada a reavaliação dos preços mínimos do arroz para a próxima safra. O MAPA havia congelado os valores. O dirigente lembrou que é filho de arrozeiro, já presidiu a Emater/RS e que, como o ministro Mendes Ribeiro Filho, que é cidadão restinguense, conhece a realidade do arroz. “Nós sabemos a exata dimensão do que ocorre e faremos todo o esforço para avançar nestas questões”, destacou.

Caio Rocha lembrou, porém, que a lei de mercado, inclusive pelo excesso de oferta no bloco comercial, vem impedindo que os mecanismos de comercialização do governo federal alcancem o objetivo final, que é remunerar a saca de arroz de 50 quilos, em casca, por R$ 25,80 aos produtores gaúchos e catarinenses. “Apesar de investir R$ 978 milhões para retirar do mercado 2,97 milhões de toneladas de arroz de fevereiro ao final de setembro, o governo ainda não conseguiu fazer com que as cotações alcançassem o preço mínimo. Mas, se não resolveram integralmente, pelo menos estas medidas amenizaram as proporções desta crise de comercialização”, avisa.

Ainda de acordo com Caio Rocha, o governo já atendeu inúmeras medidas solicitadas pelo setor arrozeiro, como a alteração nas Instruções Normativas referentes à classificação do arroz, os mecanismos de comercialização, inclusive para produção de ração animal, e prorrogou as dívidas dos arrozeiros. “Como a prorrogação é válida só para o Banco do Brasil, o governo assumiu a interlocução com bancos privados, em busca da flexibilização do pagamento das dívidas”, disse.

O endividamento, aliás, gerou o maior volume de perguntas por parte dos arrozeiros presentes ao evento. Houve a entrega de um projeto por dirigentes da Câmara Setorial do Arroz, Farsul, Federarroz e Fetag, a Caio Rocha, propondo a repactuação das dívidas da orizicultura, que superam R$ 3 bilhões, em parcelamento de 35 anos. O representante do ministro garantiu que para 2011/12, o MAPA tem previsão orçamentária para dar suporte à comercialização do arroz por meio de mecanismos como AGF, PEP, Pepro, Contratos de Opções, entre outros, à medida da necessidade. O secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento (Seappa), Luiz Fernando Mainardi, reforçou que o governo do Estado apóia a cadeia produtiva do arroz, vital para a economia de mais de 150 municípios da Metade Sul gaúcha.

DEMANDAS – O presidente da Federarroz, Renato Rocha, pediu a inclusão de R$ 1,76 bilhão no Orçamento Geral da União para a comercialização de 5 milhões de toneladas de arroz na safra 2011/12. “Será uma safra menor, com queda de 10% a 15% da área em razão do déficit hídrico e da baixa rentabilidade nas últimas safras, o que leva ao emprego de baixa tecnologia e migração, do produtor para culturas de maior liquidez, como milho e soja”, citou.

O evento teve a presença de deputados estaduais e federais, dirigentes setoriais, prefeitos e vereadores da Depressão Central gaúcha, o prefeito de Restinga Sêca, Tarcizo Bolzan, e o presidente da Associação de Arrozeiros do município, Cláudio Pozzebon, que realizaram o plantio simbólico da lavoura de arroz, abrindo a safra brasileira 2011/12. Renato Rocha considerou o evento um sucesso e reforçou o convite para a comunidade arrozeira se fazer presente em Restinga Sêca, entre 25 e 27 de fevereiro de 2012, para a 22ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz.

1 Comentário

  • Para reduzir assimetrias é necessário:
    1- máquinas e implementos poduzido no país e os que são exportados aos hermanos, deverão ter mesmo valor;
    2- insumos como fertilizantes e agrotóxicos, tbém deve ter os mesmos valores, afinal o acordo ‘Mercosul’ é só vantagem do outro lado?
    3- combustível, deve ser subsidiado, ou pelo menos de mesmo valor.
    4- desonerar tributos em toda cadeia produtiva, afinal é alimento de primeira necessidade!
    Com ítens acima solucionados, certamente o produto brasileiro será competitivo!

    Aproveitando o espaço, sugestão para aumentar o consumo de arroz pela população brasileira: há mais de 5 anos fala-se no assunto, desgastando-se dirigentes de entidades, de pesquisas, agroindustriais e outros segmentos…
    Que tal fazer acordo com autor de novelas da Globo, do horário ‘nobre’, mostrando que o cereal é bom e faz bem a saude, em vez de ficar comendo porcarias como: pães, pizzas, etc., que só faz mal à saude, provocando obesidade, doenças cardiovasculares, etc.; de que forma?
    quando a criança e/ou adolescente pedir lanches no horário das principais refeições, principalmente da noite (jantar), a mãe sugere o arroz com feijão e outras misturas… explicando das vantagens….e assim por diante.
    Em pouco tempo o consumo explodirá..!

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter