Momento de exportar mais

O ano vai ser de cautela e esforço para manter o Brasil competitivo no mercado internacional, embora haja um certo otimismo quanto a preços.

Produção gaúcha recorde poderá chegar a 8 milhões de toneladas do grãoAinda que o arroz seja visto como a commodity que menos reflexos sente com a crise mundial, o panorama das consequências da turbulência no mercado do grão será um dos principais temas em pauta na 19ª Abertura da Colheita do Arroz, que ocorre até amanhã, em Cachoerinha.

O ano vai ser de cautela e esforço para manter o Brasil competitivo no mercado internacional, embora haja um certo otimismo quanto a preços. A meta do setor é exportar cerca de 10% da produção recorde estimada em 8 milhões de toneladas no Estado.

Os mais otimistas partem do princípio que o alimento é fundamental para sobrevivência humana e o setor será o último a sofrer com a crise econômica. Outro fator positivo é que o estoque de passagem foi um dos mais baixos dos últimos tempos: 1,08 milhão de toneladas ante 2,2 milhões de toneladas em 2008. Estoque de passagem baixo somado a uma queda na produção no Uruguai e na Argentina resultam em bons preços.

– O Brasil, desde o ano passado, entrou definitivamente no mercado internacional. Se exportarmos 10% do que produzirmos, haverá valorização dos 90% restantes – analisa o diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz, Rubens Silveira.

O dirigente destaca que embora os produtores saibam que o ano não será de preços bons como em 2008, o desafio será se manter na condição de exportador. Silveira afirma que o perfil foi ampliado. O Brasil não exporta somente arroz quebrado para África, mas produto de qualidade superior para a América Central, Europa e América Latina também.

– Será nosso poder de barganha com o varejo – acrescenta Silveira.

Debatedor na palestra que o diretor da Glencore SA, Ricardo Hahn, vai proferir sobre a crise mundial e o mercado de arroz, o produtor Walter Arns mantêm boas expectativas:
– Precisamos aproveitar o momento para exportar e fazer com que o governo faça uma reforma nos tributos que temos a pagar para sermos mais competivivos– explica.

Segundo o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Renato Rocha, há expectativa de que o governo anuncie um programa de compra do grão com valores mais próximos do custo de produção.

– Temos R$ 500 milhões disponíveis para venda do arroz. Mas é imprescindível a ajuda do governo em relação aos preços – conclui Rocha.

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