MPA quer impulsionar produção de arroz no Espírito Santo
(Por Elaine Dal Gobbo) O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) do Espírito Santo deu início a um levantamento sobre a produção de arroz na agricultura familiar capixaba. A iniciativa foi impulsionada pelo lançamento do Programa Arroz da Gente, que faz parte do Plano Nacional de Abastecimento Alimentar (Planaab), também chamado de Alimento no Prato, lançado nessa semana em Brasília, do qual participaram representantes da entidade no Espírito Santo. O objetivo do programa é estimular a produção e a formação de estoque do grão para além da região sul do Brasil.
Por meio do programa, pequenos e médios produtores que quiserem produzir arroz poderão assinar contratos com o governo, que garantirá a compra da produção com preço já estabelecido. Serão investidos cerca de R$ 1 bilhão para a compra de até 500 mil toneladas de arroz. O integrante da coordenação estadual do movimento, Dorizete Cosme, informa que no Espírito há produção de arroz em Nova Venécia e em Baixo Guandu, ambos no norte, mas é preciso averiguar se há em outros locais.
O Estado, afirma, ficou de fora da primeira fase do programa por não se ter conhecimento do volume da produção do arroz no Estado. Por isso, o mapeamento é visto como uma forma de garantir que agricultores capixabas possam ser incluídos na segunda fase do Arroz da Gente. O MPA, afirma Dorizete, irá contatar a Secretaria Estadual de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), para que possa contribuir com a elaboração do levantamento.
Para o movimento, impulsionar a produção do grão é uma forma de atender a uma demanda dos consumidores capixabas, que dependem praticamente 100% do produto que vem de fora, principalmente do Sul. Além disso, explica, o arroz passaria a ser vendido por um valor mais barato no Espírito Santo, já que um dos maiores custos é com transporte.
O Planaab reúne 29 iniciativas e 92 ações estratégicas com a ampliação de sacolões populares e centrais de abastecimento por todo o país. Está prevista a implantação de seis novas centrais, sendo duas em São Paulo e as demais na Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e Sergipe. De acordo com Dorizete, o plano é bem-vindo, pois por meio de ações como financiamento para estruturação de transporte e beneficiamento da produção, facilita a chegada do produto ao consumidor. “Estamos mais animados, mais impulsionados para trabalhar aqui na ponta, pois teremos mais incentivo, apoio, oportunidade a produção e comercialização dos alimentos”, diz.
O integrante da coordenação estadual do MPA avalia positivamente também o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), lançado junto com o Planaab. “Vai contribuir para avançar na implementação de um outro modelo produtivo, com alimentos saudáveis, preservando a saúde dos agricultores e dos consumidores”, aponta. Dorizete informa que o Planapo traça um conjunto de ações que vão desde o aspecto produtivo até a comercialização. Uma delas é a criação de linhas de crédito por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para aquisição de insumos biológicos.