MT pode ampliar produção de arroz
Tecnologias para plantio em áreas velhas são difundidas para viabilizar as lavouras de arroz em terras altas.
A produção de arroz no Estado de Mato Grosso vive um momento propício, com bom preço do produto, dinheiro disponível para financiamento e novas tecnologias de plantio. Tudo isso deve resultar em uma recuperação da produção do grão. O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Alimentação no Estado de Mato Grosso (Siamt), Marco Lorga, acredita que a próxima safra mato-grossense do cereal deva ter em torno de 1,2 milhão de toneladas, quase o dobro do que se colheu no atual plantio.
Todas essas questões vão ser discutidas hoje no 2º Seminário da Cultura do Arroz em Terras Altas, em Sinop. O evento vai reunir toda a cadeia produtiva para discutir pesquisa, mercado e financiamento. Segundo Lorga, a situação é totalmente favorável, só falta vontade do produtor plantar.
Amanhã, o encontro será a 2ª Reunião da Comissão Técnica da Cultura do Arroz MT/RO, de onde será retirado um documento com tudo que foi levantado sobre a cultura do arroz para tornar público o que foi apresentado.
Conforme o presidente do Siamt, o ápice do evento deve ser a apresentação de novas tecnologias para plantio de arroz em áreas degradadas.
– Será o ponto chave para desmistificar a idéia de que arroz só pode ser plantado em área nova.
Lorga observa que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolveu tecnologia nessa área e vai mostrar o consórcio pecuária e agricultura, o sistema onde de utiliza a mesma área para as duas atividades. A cultura é possível nessas condições e, o que é mais importante, com um baixo custo de produção.
De acordo com Lorga, a cadeia produtiva está apostando nessa nova frente.
– Nós podemos aumentar nossa produção sem derrubar uma árvore sequer. Em pastagens onde o pasto já não cresce mais e o produtor precisa fazer um tratamento do solo, planta-se o arroz e a terra é recuperada.
O presidente do Siamt diz que este ano a produção de arroz está muito atrativa porque a saca de 60 quilos chegou a R$ 40. O preço mínimo pago pelo governo também subiu de R$ 20,80 para R$ 25 a saca. Além disso, o governo federal apresentou no orçamento R$ 1 bilhão para renovação de áreas degradadas (faz parte do plano safra), o mercado internacional está aquecido e “os estoques de arroz de arroz da Conab devem zerar até o fim do ano”.
O primeiro seminário do arroz foi realizado em Sorriso, agora acontece em Sinop, porque é a região do Estado que concentra a maior parte da produção do grão, aproximadamente 60%.
Para Marco Lorga, se o produtor decidir aproveitar essa oportunidade e plantar mais como se está prevendo, o problema da indústria local de arroz, que reclama da falta de matéria-prima para ser beneficiada, pode ser resolvido.