Muito além dos mecanismos

 Os arrozeiros conquistaram vitória importante após quase um ano de batalha pela obtenção de recursos para a comercialização, o que vai impedir de os preços ao produtor caírem abaixo de R$ 30,00, como previsto para esta safra. A consolidação desses mecanismos mais as aquisições do governo federal (AGFs) para mais 200 mil toneladas e outra portaria com o gatilho de PEP e Pepro em caso de necessidade são avanços incontestáveis. Embora o preço previsto seja ainda inferior ao custo de produção, este é um piso 20% superior ao que o mercado apontava. Isso muda o cenário de comercialização e as referências do mercado, impulsiona as exportações e ajusta o estoque de passagem.

A mobilização das entidades, reforçada pelo movimento de base Te Mexe, Arrozeiro, ainda tem um longo e árduo caminho, talvez o mais difícil deles, para convencer o governo federal de seis pontos cruciais para fazer justiça ao setor: a renegociação do endividamento setorial, ajustes para eliminar as assimetrias do Mercosul, o estabelecimento de equilíbrio nas alíquotas de ICMS entre os estados da federação com a neutralização da guerra fiscal, a liberação da compra externa de insumos livres de impostos, como é feito em outros países, a fiscalização sanitária e de tipificação do produto levado ao consumidor e a redução da carga tributária sobre a produção de alimentos.
Cada ponto é uma batalha. Cada vitória deve ser comemorada. Mas isso não acontecerá sem mobilização, sem poder de convencimento, sem pressão política. Então, Te Mexe, Arrozeiro!

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