Nascimento diz que arroz foi o grão mais atingido pelas chuvas

Números no Rio Grande do Sul são preliminares e não incluem quebras ocorridas no Vale do Paranhana.

Até agora os prejuízos causados pelas chuvas intensas que caíram sobre o Rio Grande do Sul, nos meses de novembro e nos primeiros dias de janeiro, somam perdas que ultrapassam R$ 717,3 milhões, contabilizados em 65 municípios das regiões mais atingidas: Depressão Central e vales do Rio Pardo e Taquari. As perdas provocadas pelas enxurradas registradas recentemente no Vale do Paranhana ainda estão sendo calculadas.

O presidente da Emater-RS, Mário Ribas do Nascimento, disse que o arroz está entre as culturas mais atingidas e que os estragos durante o mês de janeiro nas lavouras chegam a 59,8 mil hectares, com perdas na produção próximas a 217 mil toneladas. O valor bruto da produção perdida é de R$ 129,6 milhões.

O fumo também é uma das culturas que mais prejuízos sofreram, chegando a 64 mil hectares de área devastada apenas no mês de janeiro, gerando perdas de 41,5 mil toneladas do produto, o equivalente a R$ 9,4 milhões. "Mesmo com esses números em mãos, precisamos esmiuçar melhor a situação em cada propriedade, pois são casos muito específicos e extremos, cujos produtores vão precisar de linhas especiais de crédito para se recuperar", defendeu o deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS). Segundo o parlamentar, no caso do fumo, cujos primeiros levantamentos indicam quebras de 20%, muitos agricultores perderam não só a produção, mas estufas e galpões e tiveram a terra varrida das lavouras, que em alguns casos foram tomadas pelo asfalto.

Na soja, a área atingida chega a 84 mil hectares, correspondente a uma produção de 41,7 mil toneladas que somam R$ 28,3 milhões. Até agora, o milho sofreu com quebra de 34,1 mil toneladas, com 36,4 mil hectares prejudicados e perdas de produção bruta de R$ 9,6 milhões. O presidente da Fetag, Elton Weber, ressaltou que não adianta apenas o governo sinalizar apenas com prorrogações. Segundo ele, o seguro deve ser o primeiro a ser acionado e de forma ágil. "E quem não tem seguro precisa se recuperar por meio da liberação de crédito a longo prazo e subsidiado." A entidade solicitou valores nos moldes dos liberados pelo programa Mais Alimentos, com dez anos de carência, R$ 100 mil mais sobreteto", enfatizou. Weber destacou ainda que seria viável a liberação de recursos semelhante aos destinados a Santa Catarina, quando o estado passou por situação parecida. "Foram R$ 46 milhões para indenizar perda de animais e mais R$ 246 milhões aos municípios", informou.

O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, criticou a ausência de representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na reunião e também pelo desinteresse em verificar in loco a situação no Estado. "Ficamos aqui semeando expectativas para depois ouvir que não tem dinheiro para o produtor. Queremos saber como chegar aos cofres", disse Sperotto.

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