Navios com arroz da Tailândia começam a descarregar em Rio Grande

 Navios com arroz da Tailândia começam a descarregar em Rio Grande

Silver chega no dia 15 em Rio Grande trazendo mais 32 mil t de arroz da Tailândia. Foto: Divulgação

(Por Cleiton Evandro, AgroDados/Planeta Arroz) A primeira, de duas cargas de arroz adquiridas pelas indústrias gaúchas na Tailândia, já está em fase final de descarregamento no porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Tratam-se de 30 mil toneladas do Thai 100%B Grade, branco, transportado pelo navio Arcadia, importadas pela ADM em favor de um pool de aproximadamente 10 indústrias. O navio chegou no sábado, descarregou a primeira parte da carga que permanecerá armazenada em Rio Grande, para ser carregada parceladamente pelas indústrias. Nesta terça-feira iniciou o descarregamento direto sobre rodas, para as empresas que optaram pelo transporte direto. A previsão é que o navio parta no final da noite desta quarta-feira.

Na próxima segunda-feira, dia 15, outras 32 mil toneladas de arroz do mesmo tipo, padrão e origem deve ancorar em Rio Grande, desta vez em operação da trading Viterra. Nesta, são 14 as indústrias que ratearão a carga. Na média, o valor da tonelada adquirida ficou em US$ 630/640,00, mais os 12% da Tarifa Externa Comum (TEC) e taxas, o que soma algo entre US$ 720,00 e US$ 732,00. Na opinião de agentes de mercado, a operação já compensou, levando em conta que o arroz branco brasileiro, Tipo 1, hoje é comercializado na faixa de US$ 910,00 a tonelada.

Ainda assim, parte da indústria e, principalmente o varejo, considera que o produto irá compor um “mix” no pacote do Tipo 1. Embora seja considerado o melhor arroz longo-fino da Ásia, o Thai 100%B (que apesar do 100% chega no porto com 2% a 4% de quebrados) é levemente mais fino que o grão brasileiro e do Mercosul, segundo agentes de mercado. De qualquer maneira, o país já o importou no final de 2021, quando o governo Bolsonaro retirou a TEC para as importações de arroz. A indústria, no entanto, referendou a aquisição, pois diferentemente do arroz híbrido dos Estados Unidos, o vietnamita e o indiano (este último de péssima qualidade, com odor e coloração rejeitadas pelo mercado) apresentou qualidade mais próxima do agulhinha brasileiro.

Embora tenha sido cogitada no final do ano, não há informação de novas aquisições de arroz na Ásia pelo Brasil, uma vez que já começou a entrar – mesmo que lentamente – arroz do Paraguai e do norte catarinense e do Maranhão no mercado nacional, ainda que timidamente. No Maranhão, a colheita das lavouras de arroz irrigado, localizadas nas regiões norte e centro do Estado está avançada. Já em Goiás, as áreas cultivadas sob pivôs estão na fase reprodutiva, muitas em maturação, principalmente na região
leste, e devem entrar em colheita nas próximas semanas.

O Paraguai iniciou a sua colheita no Natal, mas os primeiros resultados estão com rendimentos entre 10% e 15% abaixo da mesma época no ano passado. Parte dos grãos foram negociados em contratos antecipados com empresas brasileiras, para entrega entre fevereiro e março na faixa de R$ 95,00 a R$ 110,00 na fronteira. Também próximo do Natal foram  algumas lavouras de Santa Catarina, em especial aquelas que fazem um primeiro corte e trabalham com o sistema de ressoca, ou seja, adubação e irrigação para forçar nova brotação na mesma lavoura e uma segunda colheita aproveitando as condições climáticas.

No Paraguai a colheita já começou. Foto: Eládia S/A

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