Nigéria garante estabilidade de preços a partir de abril

No ano passado, representantes da orizicultura gaúcha estiveram na Nigéria para negociar com o Ministério do Comércio e a autoridade aduaneira, a redução das sobretaxas incidentes sobre as exportações brasileiras de arroz para aquele país, que superavam 120%.

O governo da Nigéria anunciou na semana passada, durante um evento de incentivo à produção de trigo naquele país, que os preços do arroz – em alta nos últimos meses – serão estabilizados a partir de abril. As autoridades nigerianas do comércio e da agricultura consideram que o grão deverá tornar-se mais acessível ao continente africano com a contínua retração dos preços internacionais e por medidas do governo nacional, que não foram detalhadas.

Os governantes insistem na versão de que até 2018 a Nigéria será autossuficiente em produção de arroz – e avançará na produção de outros grãos, como trigo e milho – e projeta começar a exportar o cereal a partir de 2019. Para os analistas internacionais, no entanto, a proposta parece estar muito além da viabilidade.

Para se ter uma ideia, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta que a Nigéria terá um asafra de 2,7 milhões de toneladas de arroz em casca na atual temporada (outubro de 2015 a setembro de 2016), e precisará importar 2,5 milhões de toneladas do grão para fazer frente ao consumo local, que atinge 5,85 milhões de toneladas. 

Embora anuncie diversas operações, os nigerianos têm dificuldades para segurar o ingresso de arroz contrabandeado por suas inúmeras fronteiras terrestres. No ano passado, representantes da orizicultura gaúcha estiveram na Nigéria para negociar com o Ministério do Comércio e a autoridade aduaneira, a redução das sobretaxas incidentes sobre as exportações brasileiras de arroz para aquele país, que superavam 120% e inviabilizavam qualquer operação de venda.

De lá para cá, o governo da Nigéria já alterou quatro vezes as alíquotas, para baixo e para cima. Ainda assim, no final do ano passado o Brasil conseguiu enviar algumas cargas para este parceiro comercial, que já foi o maior cliente do arroz gaúcho no mercado internacional.

As tratativas seguem no sentido de o Brasil ter o mesmo tratamento que recebem outros países que exportam arroz para a Nigéria, como é o caso da Tailândia e do Vietnã.

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