Nigéria será o maior importador de arroz do mundo em 2024

 Nigéria será o maior importador de arroz do mundo em 2024

Foto: Arquivo/PA

(Por Planeta Arroz) Apesar de apresentar-se como “autossuficiente” na produção de arroz graças a um programa de incentivos, a Nigéria deverá tornar-se o maior importador de arroz do mundo em 2024, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Prevê-se que a Nigéria importe 2,1 milhões de toneladas métricas de arroz (base beneficiado) em 2024, o que pode tornar o país o maior comprador de arroz a nível mundial.

Isto está de acordo com o último relatório Rice Outlook do Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O relatório observa que o comércio global de arroz atingirá cerca de 52,85 milhões de toneladas (base branqueada) até 2024, com mais exportações esperadas do Brasil e da Coreia do Sul, e mais importações esperadas de  Burkina Faso, Indonésia e Nigéria.

Cita o relatório:
“O comércio global de arroz no ano civil de 2024 está projetado em 52,85 milhões de toneladas (base beneficiado), um aumento de 345.000 toneladas em relação à previsão anterior, mas 460.000 toneladas menor do que a previsão revisada do ano anterior de 53,3 milhões de toneladas.

As previsões de exportação para 2024 são elevadas para o Brasil e a Coreia do Sul, enquanto as previsões de importação são elevadas para Burkina Faso, Indonésia e Nigéria, com a previsão de importação da Indonésia aumentada de 600.000 toneladas para 2,0 milhões de toneladas.”

Culturas mais fracas na Nigéria

De acordo com o relatório, espera-se uma produção de arroz mais fraca na
Nigéria e em sete outros países.

O relatório observa:
“Prevê-se que a produção de arroz continue a diminuir no Japão e na Coreia do Sul devido à diversificação da dieta e ao declínio e envelhecimento da população. Colheitas mais fracas também são projetadas em 2023/24 para Costa Rica, Equador, Mali, Nigéria, Turquia e Uzbequistão.”

Acrescentou que a produção global de arroz em 2023/24 está projetada num recorde de 517,8 milhões de toneladas (base beneficiado), o que representa uma diminuição de 340.000 toneladas em relação à previsão do mês passado, mas 4,4 milhões de toneladas maior do que no ano anterior. Do valor projetado da produção de arroz, espera-se que a Nigéria produza cerca de 5,23 milhões de toneladas.

Maior importador de arroz

Os dados do relatório também mostraram que a Nigéria será provavelmente o principal importador de arroz em 2024. O país será seguido pela Indonésia com projeção de importação de 2 milhões de toneladas e pelo Brasil com projeção de 900 mil toneladas. Observou que a previsão de importação para a Nigéria aumentou em 100.000
toneladas métricas em relação à projeção anterior de outubro.

Sobre a razão do aumento, o relatório indica: “A previsão de importação é aumentada com base na procura mais forte do que o esperado por arroz importado, devido tanto aos preços elevados do arroz interno como às
preocupações de qualidade”.

A Nigéria já foi o maior cliente do Brasil e comprava arroz branco e quebrados de arroz, mas há cerca de 10 anos  impôs sobretaxas que podem chegar a 120% sobre o preço do grão brasileiro e direcionou suas compras à Ásia. No entanto, embora alegue autossuficiência em diversos momentos pelos meios políticos, continua sendo uma das três maiores importadoras do grão de acordo com relatórios oficiais. Extraoficialmente, porém, sabe-se que boa parte de seu abastecimento ingressa por meio de contrabando pelas diversas fronteiras terrestres com outros países africanos e também por mar.  O país tem uma das maiores densidades demográficas da África, sendo um décimo do tamanho do Brasil, em território, e tendo praticamente a mesma população (207 milhões de  habitantes lá, e 210 milhões aqui).

Mais informações

O Banco Central da Nigéria (CBN) levantou recentemente as restrições cambiais que impôs aos importadores de arroz e de 42 outros produtos há oito anos. Isto provavelmente incentivará a importação de mais arroz, entre outros itens, para o país. Houve reações contraditórias após a remoção das restrições, tendo alguns agricultores mostrado recentemente apoio ao levantamento da proibição cambial à importação de arroz.

 

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