No fim da colheita, preços do arroz e da soja reagem

O preço do grão reagiu, estando cotado a R$ 39,23 na última semana, ligeira alta frente aos R$ 39,01 da semana anterior.

Está praticamente concluída a colheita da safra de grãos de verão na região de Santa Maria e no Estado. Conforme o balanço divulgado pela Emater regional, até quarta-feira 98% das áreas de arroz e 95% das de soja já haviam sido colhidas. A produtividade média registrada confirmou as expectativas que eram positivas e o preço da saca teve leve alta na última semana, aliviando a pressão sobre os agricultores.

No arroz, a produtividade média ficou em 7,7 mil kg, o equivalente a 154 sacas de 50kg por hectare. O preço do grão também reagiu, estando cotado a R$ 39,23 na última semana, ligeira alta frente aos R$ 39,01 da semana anterior.

A soja também fechou a colheita com produtividade em alta: 3,6 mil kg – 60 sacas – por hectare. Em Tupanciretã, que detém a maior área de soja do Estado, a média é a maior já registrada no município.

Além disso, algumas lavouras chegaram a 70 sacas por hectare. O preço da oleaginosa também reagiu, sendo vendido a uma média de R$ 58,57 a saca, pouco superior aos R$ 56,47 da última semana, conforme levantamento da Emater.

A expectativa do setor é que essa tendência de alta dos preços se fortaleça, por conta do comportamento das cotações do grão na bolsa de Chicago, influenciado nos últimos dias pelas chuvas que atingiram a região produtiva de soja e milho dos Estados Unidos. As áreas inundadas e as temperaturas baixas possivelmente terão de ser replantadas, prejudicando a produção norte-americana.

A avaliação de analistas é que o mês de maio registre os melhores preços do período de colheita para a soja. Já o mês de abril ficará marcado pelas menores médias de preços desde 2010 (valores corrigidos pela inflação).

Vendas

Mesmo após a leve alta, o ritmo de venda continua muito lento, de acordo com o vice-presidente da Cooperativa Tritícola Sepeense (Cotrisel), Sinval Gressler. Mesmo assim, boa parte dos produtores só tem até o fim do mês para aguardar preços melhores, já que muitas contas vencem em 30 de maio.

– De toda a soja que já recebemos, apenas 10% já foi vendida, enquanto que no arroz, esse índice chega a 36%. Nos últimos dias o preço aqui passou de R$ 58 para R$ 59, deu uma leve animada, mas ainda não motivou os produtores a vender. Só não se sabe se essa alta vai permanecer – analisa Gressler.

Armazenagem

Outro problema enfrentado pelas cerealistas e cooperativas de todo o Estado é a armazenagem. E a situação que já estava difícil de administrar ficou ainda mais complicada, com a interrupção de parte das operações do porto de Rio Grande. Com isso, muitas cooperativas foram obrigadas a alugar galpões e silos em Pelotas e região para depositar os grãos provisoriamente.

– A questão da armazenagem é problemática, ainda mais este ano, em que a colheita começou com os silos já ocupados, com parte da soja que restou do ano passado em todo o Estado. É um custo que todos tiveram de arcar – comenta Gressler.

 

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