Nota conjunta sobre consumo do arroz e falsas informações sobre incidência de câncer

Esta hipótese não é verdadeira conforme estudos recentemente publicados.

A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) vem a público prestar esclarecimentos sobre o conteúdo veiculado em determinadas mídias que associa de forma precipitada o consumo de arroz à incidência de câncer pelo suposto elevado teor de arsênio presente no arroz. Esta hipótese não é verdadeira conforme estudos recentemente publicados.

Destaca-se, em especial, estudo epidemiológico realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard e da Universidade de Medicina de Indiana e publicado no periódico International Journal of Cancer, em 2016. Neste estudo, conduzido com mais de 200 mil pessoas, de três cortes diferentes do ano de 1979, não foi encontrada associação alguma entre o consumo de arroz, tanto na forma de arroz branco polido como de arroz integral, com a ocorrência de câncer.

O professor Nathan Levien Vanier, da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), explica que o teor de arsênio no arroz é dependente (1) da concentração de arsênio no solo e na água de irrigação, (2) de fatores genéticos das plantas e (3) de fatores ambientais e de manejo, e que os teores de arsênio encontrados em grãos de arroz produzidos no Brasil, até então, são compatíveis com os teores observados em grãos produzidos nos Estados Unidos e na Europa.

Não há, portanto, razão objetiva alguma para restrições ao consumo de arroz. Pelo contrário, o professor salienta que há mais de meia centena de pesquisas científicas conduzidas na Ufpel, como Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado, que confirmam que o arroz brasileiro é um alimento saudável e muito nutritivo, seja ele consumido como grão integral, branco polido, parboilizado ou nas cultivares especiais de cariopse colorida, encontradas no mercado como arroz preto e arroz vermelho.

Agradecemos, antecipadamente, a atenção dispensada, ao tempo em que alertamos para a prioridade que o tema requer.

Cordiais saudações!

10 Comentários

  • Tenho visto nos últimos dias uma movimentação maior com relação ao tema nas redes sociais. Principalmente Facebook, fan pages da BBC e outras, tem colocado a matéria com viés de alerta a população.

    Acredito ser necessário por parte das entidades do setor, uma mobilização imediata, se caso a notícia do estudo não se aplica ao produto produzido no Brasil. E vou além, deveríamos diante desse estudo, que nossas leis para importação de arroz fossem mais rígidas, porque temos uma questão sanitária e de saúde pública implícita nessa questão.

    Marcas que importam arroz de regiões onde o nível do arsênio é maior, deveria ter isso exposto ao consumidor, ou até mesmo, não consigam importar de tais regiões.

    Agora, julgo mesmo necessário que o setor se mobilize para minimizar os estragos, partindo da premissa que nosso arroz está livre de risco, devido a níveis menores de arsênio.

  • Pois eh seu Felipe ha quantos anos venho pedindo isso??? A Uniao Europeia tem sistematicamente devolvido arroz asiatico em funçao do arsenio e outras substancias… Mas nos tupiniquins fazemos vistas grossas e muitos desses produtos se misturam com o arroz produzido aqui… Controle sanitario: muito pouco!!! Dai quando falamos em Tio Ratalino o pessoal da industria vai a loucura. Tomara que nao seja uma campanha maldosa para assustar as pessoas para consumirem menos arroz e forçar a queda dos preços ao produtor. Sou contra teorias conspiratorias mas…

  • Também vou de encontro ao seu sentimento, espero que não seja uma campanha para diminuir o consumo de arroz, mas o fato é que houve repercussão perante a uma parcela da população. Se isso irá se reverter em mudança de hábito de consumo ou mudança de hábito de preparo não sabemos ainda, mas certamente haverá uma mudança. Caso a notícia não seja prontamente rebatida, com argumentos sólidos e capilaridade social.

  • É uma excelente ideia Senhores.

    Porque os produtores não fazem um caixa, uma vaquinha, e contratam uma agência de marketing para defender seus interesses ?

  • Bom… Não sei ao certo o nível de ironia contida na mensagem, mas ficar parado não vai ajudar em nada. Existem inúmeras saídas, umas delas já discuti com diversos membros da cadeia produtiva, basta então cada um fazer o seu…

    Abraços!

  • Sr. Felipe, não tem ironia nenhuma.

    O que acham da ideia ?
    Todo mundo fala em fazer …. essa é a oportunidade e o momento.

    Pois logo, logo vamos ter arroz a R$ 38,00.

  • Peço desculpas por minha interpretação equivocada Sr. Fernando.

    A mídia está muito alarmista com esse tema, que deve ser amplamente debatido afim de se chegar a um veredito sobre o arsênio contido no arroz, afinal é um produto de consumo em massa e dúvidas não devem pairar.

    Se pegarmos países como o Brasil e países da Asia que são os maiores consumidores de arroz do mundo, não se é possível traçar uma correlação entre o consumo e a incidência de câncer.

    Deve-se na verdade, identificar o nível de arsênio do nosso produto e o nível de arsênio dos demais países que importamos, Paraguai, Argentina, Uruguai e asiáticos, para daí barrar a entrada dos que excedam os níveis toleráveis e ou, mudar a concepção do beneficiamento se nós não nos adequemos a tais níveis.

    Talvez maior polimento a água, passar mais vezes no brunidor, criar novas sementes que sejam mais impermeáveis ao arsênio no irrigado. A EMBRAPA, tenho certeza que têm capacidade de criar uma planta que filtre melhor, ou que seja mais impermeável ao arsênio contido na terra.

    Envolto a isso temos que correr atrás das informações sobre como nosso produto realmente está nessa seara, e se for realmente inofensivo, tratemos de divulgar em massa. O que não exclui buscarmos alternativas para deixar de vez essa discussão de lado e fazer com que o consumidor tenha CONFIANÇA na hora da escolha de seu prato tradicional.

  • Sobre arroz a R$38, Sr, Fernando, devemos primeiro tentar manter o consumo interno na casa das 12 milhões de toneladas, e depois tentar firmar a possibilidade de vender ao México, e outros que podem estar arranhados com Trump Altista. Por si só, essas duas variáveis mantém a cotação nos patamares atuais. Fácil? Com certeza não!!

  • Quando disse manter as cotações nos níveis atuais, foi referente a médio anual e não as cotações de agora em plena safra, pois sabemos que nessa época muito produtor endividado, ou financiado, ou desesperado entrega sua produção. Mas se firmarmos bons acordos internacionais, acredito que em maio as cotações já comecem a voltar aso patamares atuais. Até porque, se os estoques de passagem são reduzidos e a safra desse ano terá incremento de 10 a 15% ante a do ano passado, que foi um desastre, não existe motivo para o cereal ficar nos patamares de R$38-40. Não acham?

  • ARROZ À R$ 40,00 JÁ TEMOS EM JARAGUA DO SUL SC

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