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Produtores norte-americanos: impasse com clima e preços

EUA deverão reduzir sua área de cultivo com arroz de grão longo

Com preços mais baixos, temor de perder competitividade por causa das taxas de importação — o efeito de reciprocidade — que o presidente Donald Trump promete adotar e o clima adverso nos principais estados arrozeiros do país, os Estados Unidos da América (EUA) poderão registrar uma queda importante na área semeada e na produção. Essa tendência deverá interferir no mercado de arroz das Américas não só em volume, mas também em preços e na relação de comércio, com impacto na temporada 2025/26 no Mercado Comum do Sul (Mercosul).

Os EUA são o maior competidor do Mercosul por mercados de arroz. Uma redução na sua oferta traz alento para uma temporada em que os quatro países do Cone Sul projetam dificuldades para exportar e remunerar de forma justa a produção arrozeira. A confirmação ocorrerá no fim de junho — e durante a própria safra.

Dwight Roberts, porta-voz da Associação dos Produtores de Arroz dos Estados Unidos (USRPA), explicou que, no geral, o país está à frente da média nas operações de semeadura, mas diversos temporais, em abril e maio, atrasaram os processos e comprometeram as superfícies, em especial no Arkansas, que tem 50% dos arrozais dos EUA. “A queda de área parece próxima de 120 mil ha. Em algumas regiões, o clima adverso destruiu as primeiras lavouras semeadas, o que será confirmado ao fim de junho”, explicou.

EEnquanto o mercado estadunidense se ressente da produção de baixa qualidade industrial da safra passada, é difícil encontrar bons preços de comercialização. A Bolsa de Chicago também apresenta queda nos preços futuros. “Relatórios do Usda sobre estoques são imprecisos, falta transparência”, explicou Roberts. Para ele, a previsão do United States Department of Agriculture (Usda) está em descompasso com a realidade e passará por um ajuste nos próximos 60 dias.

Com retração conservadora em área e produção, combinada com relatório de estoque menor, reduzindo a transferência de safras antigas, os estoques finais seriam bem menores. “As condições de mercado são as mais difíceis desde a década de 1980”, disse Roberts.

A grande safra na América do Sul pressiona as expectativas para a colheita nos EUA. Diversas vendas recentes da Argentina, Paraguai e Uruguai foram confirmadas para o México e a América Central. O câmbio com o Brasil está mantendo esses preços entre US$ 10 e US$ 12 por tonelada FOB acima dos vizinhos. Da área de 1,172 milhão de hectares prevista pelo Usda, cerca de 78% são destinados ao cultivo de arroz de grão longo, o que representa 922 mil hectares.

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