Novas regras na política cambial não atendem expectativas, diz economista do Imea

A rizicultura se manteve sem alterações no mercado, segundo o Imea.

O Boletim de Acompanhamento de Safra do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) do mês de julho, divulgado ontem, repercute as alterações na Política Cambial do País anunciadas na última quarta-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo presidente do Banco Central, Henrique Meireles.

– O mercado esperava mais – avalia a economista responsável pelo instituto, Anamaria Guadencio, em relação à parcela de 30% do valor recebido pelas exportações que não precisará retornar para o País.

– A frustração fez com que o dólar fechasse o dia do anúncio em queda, cotado a R$ 2,191- argumenta.

A expectativa, ainda tímida, é de que a medida do Ministério da Fazenda provoque a desoneração do real com a redução da entrada de dólares no país.

– Por enquanto, não há reflexos diretos na cotação do câmbio e a conseqüente redução de custos esperada pelo setor – adverte Anamaria.

A SAFRA

De acordo com as informações do boletim desta semana, o milho está praticamente colhido nos principais municípios produtores, apresentou uma redução de quase 15% em relação ao preço da saca, no mesmo período do ano passado. A média de preços no Estado girava em torno de R$ 10,76/saca, diferença de R$ 1,61 por saca para a cotação atual, ou, queda de 14,96%.

Com relação à soja, enquanto, o produtor mantém os olhos voltados para a safra norte-americana, as atenções se concentram nos leilões do Pepro e Pesoja, que garantem um preço de comercialização superior aos preços de mercado. Segundo o Imea, apesar dos contrapontos, os leilões promovidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para Mato Grosso estão entre os mais disputados.

– Para que a trading ou indústria possa comercializar a soja do produtor no leilão do Pesoja a mercadoria precisa, necessariamente, estar armazenada no respectivo armazém na data do leilão. O problema gerado por essa condição é que grande parte da soja que estava depositada nos armazéns sob a forma de ‘a fixar’, já foi expedida para a indústria local ou para exportação, no comprimento dos contratos. Desta forma, o leilão do Pesoja não atende a demanda total existente no Estado – explica a economista.

Cinco novos municípios foram inseridos nas cotações diárias da soja balcão: Brasnorte, Diamantino, Querência, Sapezal e Sinop. Em praticamente todos os 11 municípios pesquisados a cotação, ficou estável. Variaram entre R$ 17,25 (Sinop) e R$ 20,95 (Rondonópolis).

ALGODÃO

A fibra, que tem metade da área colhida no Estado, apresenta produtividade abaixo das expectativas dos cotonicultores. Em Sorriso e Primavera do Leste, a estimativa é de que metade da área esteja colhida e que a produtividade alcance média de 230 arrobas por hectare. Em Sapezal, a colheita também chega a 50%, registrando nos talhões mais tardios um aumento na produtividade média, passando de 240 arrobas para 260 arrobas. Os municípios de Campo Verde e Pedra Preta atingiram, até o dia 25 de julho, 40% da área colhida e a produtividade média variava entre 230 a 240 arrobas por hectare.

O mercado interno de algodão em pluma passou por mais uma semana de queda nas cotações motivadas pelo aumento da oferta no mercado. Apesar da leve retração, as cotações no mercado internacional estão sendo aquecidas dia-a-dia em função da safra norte-americana, que está sendo prejudicada pelo forte calor e falta de chuvas.

ARROZ

A rizicultura se manteve sem alterações no mercado. O produto foi ofertado a R$ 25/saca em Cuiabá e Rondonópolis, R$ 24/saca em Primavera do Leste, R$ 22/saca em Sorriso e R$ 21/saca no município de Sinop.

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