Novo cenário

Produção mundial crescerá em 2015, invertendo desempenho da safra passada
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A produção mundial de arroz em 2014 foi menor em 3 milhões de toneladas do que em 2013, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A queda foi de 0,4%, a primeira desde 2009, para 742 milhões de toneladas – base casca (494,7 Mt base beneficiado) – contra 745 Mt no ciclo anterior.

Patrício Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional de Pesquisas Agronômicas para o Desenvolvimento (Cirad), da França, diz que chuvas tardias ou insuficientes afetaram a colheita, em especial no sul da Ásia. A produção melhorou nos Estados Unidos e teve leve queda no Mercosul. Na África Subsaariana a evolução foi pequena por estagnação dos rendimentos e lento aumento das áreas semeadas.

Para 2015, a FAO projeta safra mundial maior em 1% graças às condições climáticas normais. O aumento será pequeno pelos baixos preços internacionais e políticas menos expansionistas dos países exportadores. A volta do fenômeno climático El Niño ao sudeste asiático, porém, pode alterar o quadro. Tailândia, Filipinas e China enfrentam atrasos de plantio e perdas por seca. O resto do mundo colherá bem.

Comércio
Em 2014 o comércio mundial deu um pulo de 15%, alcançando pela primeira vez 42,8 milhões de toneladas, contra 37,2 Mt em 2013. A demanda africana se manteve forte, bem como no sudeste asiático, aproveitando preços mundiais mais baixos para consolidar as reservas de segurança. Para 2015, a previsão é de baixa de 2% nos volumes, 42 Mt. Na Ásia, a demanda deve cair com melhores safras. Entre os exportadores, a Índia seria o grande perdedor, com queda de 20% nas vendas.

FIQUE DE OLHO
Os estoques globais de arroz aumentaram 3,2% em 2014, para o recorde de 182,3 milhões de toneladas (branco) ou 37% das necessidades mundiais. É o nível mais alto da última década. No entanto, as disponibilidades internacionais podem cair para 177,2 milhões de toneladas em 2015 pela relativa estabilidade nos volumes produzidos. Este, segundo Patrício Méndez del Villar, seria o primeiro declínio nos últimos 10 anos.

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