Novo ciclo

 Novo ciclo

Após uma alta produtiva
e queda no comércio global, 2014 trará estabilidade e mais demanda por arroz.

A produção mundial de arroz cresceu 1% em 2013, para 741 milhões de toneladas (494 Mt de arroz beneficiado), contra 733,5 Mt de arroz em casca obtidos em 2012. Essas estimativas são da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), avaliadas pelo analista internacional Patrício Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França. Os valores estimados para 2013 foram reduzidos pela FAO devido a colheitas mais baixas do que o esperado nos principais países produtores da Ásia, especialmente na China, onde a produção caiu 1%.

Nos demais países do mundo, a produção teria permanecido estável, exceto na Oceania, onde subiu significativamente. Na América do Sul, a produção também aumentou, mas sem atingir o nível de 2011. Na África Subsaariana, a situação foi mais diversificada. Na África do Norte e Ocidental, a produção aumentou 5%, enquanto na África do Sul, e especialmente em Madagascar, as condições climáticas geraram uma queda de 4% em relação à temporada anterior. As perspectivas para 2014 indicam estagnação produtiva ou, no máximo, a alta de apenas 0,4% em relação à safra passada.

Em 2013, o comércio mundial caiu 2,3%, para 37,5 milhões de toneladas, contra 38,4 Mt em 2012, pela menor demanda internacional dos principais compradores da Ásia e África Ocidental. Em 2014, as previsões foram elevadas, considerando a estagnação da produção mundial pelas más condições climáticas no Sudeste asiático. O comércio mundial poderá, pela primeira vez, se aproximar de 40 Mt.

Os estoques globais de arroz no final de 2013 atingiram um novo recorde, de 174,4 milhões de toneladas, com alta de 8,3%. Segundo Patrício Méndez del Villar, as projeções iniciais para 2014 indicam um novo aumento, para 179 milhões de toneladas, apesar da estagnação produtiva global. Ele considera que os elevados estoques mundiais têm impedido movimentos bruscos nos preços internacionais e também contribuem, em parte, para evitar saltos mais acentuados em caso de um colapso da produção universal.

QUESTÃO BÁSICA

Em janeiro, os preços mundiais marcaram uma ligeira contração, mas com baixas mais significativas nos arrozes de baixa qualidade. Os preços vietnamitas tiveram que baixar, já que se encontravam mais altos em relação aos preços indianos e tailandeses. Na Tailândia, o Conselho Nacional do Arroz anunciou o fim do programa de preços subsidiados. Apesar das últimas eleições, a crise política que atravessa o país continua aguda e o futuro das imensas reservas de arroz acumuladas não é claro ainda. Os excedentes de exportação dos exportadores asiáticos permanecem abundantes e é pouco provável que os preços mundiais possam subir significativamente, mesmo que as perspectivas para a produção mundial não sejam otimistas e a demanda global de importação seja maior este ano.

FIQUE DE OLHO
Em janeiro, o índice Osiriz/InfoArroz (IPO) caiu 1,6 ponto, para 209,4 pontos (base 100 = janeiro 2000), contra 211,0 pontos em dezembro. Ele retorna, assim, aos níveis de setembro-novembro. No início de fevereiro, o índice IPO apresentava-se estável, ao redor de 210 pontos.

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