Novos horizontes

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Mais qualidade para o grão de terras altas

Mato Grosso foca na produção para abastecer o mercado local.

O Mato Grosso será superado por Tocantins nesta temporada 2014/15 e passa a ser o quarto principal produtor de arroz do Brasil, o primeiro em cultivo de arroz de terras altas. Conforme o relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o desempenho das lavouras mato-grossenses apresenta-se estável em comparação à safra 2013/14. A produtividade crescerá apenas 0,1%, passando de 3.285 para 3.287 quilos/hectare, mas a área plantada reduziu 800 hectares, para 175,1 mil hectares (- 0,7%). A produção total apresentou retração de 0,6%, para 575,6 mil toneladas.

O Mato Grosso tem nova realidade nos últimos anos, depois de ser o segundo maior produtor nacional, mas enfrentar problemas com a qualidade do cultivo. Parte dos produtores utiliza a área para renovação de pastagens e baixa tecnologia, mas a maioria dos arrozeiros no estado é formada por profissionais, o que vem garantindo uma evolução permanente no grão que produzem. Preços estáveis, oferta e demanda ajustadas, um parque industrial bem estruturado, boas variedades da Embrapa e AgroNorte, domínio do sistema de cultivo em terras altas e evolução destas tecnologias – especialmente variedades mais produtivas, de maior rendimento industrial – fazem a diferença.

“Hoje, o produtor do Mato Grosso sabe que a indústria compra todo o arroz de qualidade. E sabe que produto ruim é prejuízo. A indústria não adquire”, diz Carlos Magri Ferreira, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, de Goiás, que realiza um trabalho de organização da cadeia produtiva na região. A AgroNorte Pesquisas e Sementes, por exemplo, está lançando duas variedades de terras altas – uma com dupla aptidão, adaptada à irrigação – com maior potencial produtivo (5 mil quilos/hectare) e rendimento de grãos inteiros superior a 62%. A cadeia produtiva busca garantir o abastecimento de seu mercado interno, embora exporte pequenos volumes ao Pará e Goiás.

MARANHÃO
No Maranhão, mais uma vez a expectativa de tornar-se o principal produtor de arroz fora do eixo Rio Grande do Sul/Santa Catarina não se confirmou. O estado tem a segunda maior área plantada do Brasil, com 368 mil hectares, mas a produtividade é afetada por métodos rudimentares de cultivo, formado pelo sistema de plantio em vazantes e de roça-de-tocos, que consiste em fazer rodízio sobre áreas de capoeira que são alvo de queimadas e depois semeadas com arroz de sequeiro, sem nenhuma tecnologia, para subsistência. A cada cinco anos o agricultor volta a semear a mesma área, em rotação de terreno.

Os rizicultores maranhenses reduziram 5,3% a lavoura do estado nesta temporada. O clima e o avanço na área de milho foram decisivos para a retração. O atraso na entrega de sementes de programas governamentais que alicerçam o cultivo em pequenas propriedades, a falta de crédito e o uso em larga escala de sementes “salvas” interferiram também na produtividade, que cairá 8,3%, de 1.692 para 1.551 quilos por hectare. Com isso, a Conab avalia que serão colhidas 571,5 mil toneladas. A colheita no Maranhão tem seu pico em abril, tendo em vista que a implantação da maioria das lavouras se deu em dezembro, mas só deve ser concluída em maio. Em termos de preços, os três estados mantêm estabilidade, com a saca de 60 quilos valendo entre R$ 40,00 e R$ 45,00 no primeiro quadrimestre.

 

Pico de colheita no Maranhão foi em abril

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