O agricultor faz o que é feito pela natureza

Agroindústria familiar produz e beneficia arroz orgânico no Vale do Rio Pardo.

Nos cerca de 20 hectares em que Waldomiro José Schuster cultiva arroz, o controle dos inços é feito pela regulagem do nível da água na lavoura. Já os insetos são alimento para os marrecos criados na propriedade. Como insumo, o agricultor utiliza um biofertilizante que chama de super-rápido: esterco de galinha e gado fermentado em um tambor, que é dissolvido em água para a pulverização. As sementes de pré-germinado são do próprio local.

Mas Schuster não pára por aí. Além de plantar de forma ecológica, ele resgata variedades antigas, como o arroz cateto, o farroupilha e o japonesinho, que estavam praticamente esquecidos na região. Também recupera as propriedades do solo com a utilização de microorganismos, como fungos, e está sempre realizando experiências.

“O que caracteriza a agroecologia é uma visão holística”, afirma o engenheiro agrônomo do Capa, Jair Staub, que assiste a família. “Na agricultura ecológica, o produtor observa e detém o conhecimento. Na convencional, o conhecimento é das indústrias, que diz ao produtor o que fazer.” Segundo Staub, “o agricultor ecológico faz o que é feito pela natureza”.