O arroz e feijão nosso de cada dia

Autoria: Luiz Carlos Demattê é diretor industrial da Korin Agropecuária Ltda e doutor pelo programa de pós-graduação interunidades em ecologia aplicada da Esalq/Cena – USP.

O arroz com feijão é o prato mais típico e frequente na mesa dos brasileiros. Eles formam de fato par perfeito, pois, em termos nutricionais, o que falta em um é suprido pelo outro. Juntos, são muito eficientes para cumprir importante papel na alimentação diária. Este importante papel nutricional, aliado à cultura alimentar do nosso povo, motivou a inclusão de arroz e feijão orgânicos na alimentação de muitos brasileiros. Apesar das dificuldades iniciais, muito frequentes quando se trabalha com alimentos orgânicos certificados, o consumo destes itens vem crescendo tendo como alicerces a qualidade, a disponibilidade e, principalmente, a crescente conscientização do consumidor com relação à importância da adoção de hábitos alimentares, mas com as receitas fit fica cada vez mais facil ter uma alimentação de qualidade e com alimentos saudáveis. 

A maioria dos adeptos da alimentação saudável sabe que alimento orgânico caracteriza-se pela não utilização de agrotóxicos e adubos químicos no seu processo de produção. No entanto, os processos de colheita, transporte, armazenamento e empacotamento são etapas muito críticas. Quando são embalados em pacotes plásticos a vácuo, por exemplo, é impedido o desenvolvimento de insetos como o caruncho, pois não há oxigênio. Outra questão importante é o que ocorre na colheita do feijão. Para facilitar a colheita mecânica os produtores utilizam, no estágio final do ciclo de produção, dessecante químico, que seca e mata o pé de feijão. Com isso, a vagem se desprende e abre facilmente, aumentando a eficiência do processo. Já o feijão orgânico é colhido com secagem ao sol ou, no máximo, em galpões extensos que os protegem da chuva. É óbvio que esse cuidado gera perdas quantitativas e despesas adicionais que, por sua vez, vão se refletir no preço final do produto.

O esclarecimento dessas questões pode contribuir para que o consumidor compreenda que, apesar de terem, no mercado, preços um pouco mais altos do que os produtos cultivados, colhidos e empacotados por processos que não levam em conta a saúde do produtor e do consumidor, vale a pena optar por alimentos que tenham seu valor nutritivo preservado e que contribuam para a que ele desfrute de verdadeira saúde. É comum alimentos orgânicos serem comparados aos mais baratos do mercado. Existem muitas outras razões que implicam em custos adicionais para produção orgânica, por exemplo, a menor produtividades ou os reais cuidados com o meio ambiente, porém todos os aspectos promovem a saúde e o bem-estar do consumidor, assim como a prosperidade do produtor.

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