O Brasil deve plantar uma área de 2,43 milhões hectares de arroz na safra 2013/14

Na Região Sul, apesar da redução de 6,0% na área do Paraná, Santa Catarina deve manter a área de produção e o Rio Grande do Sul deve aumentar em 4,7%.

O Brasil deve plantar, nesta safra, uma área de 2,43 milhões hectares, praticamente a mesma área da safra passada, com acréscimo de apenas 1,7%. Espera-se que a produção de arroz seja 5,1% maior do que a safra passada, em virtude da expectativa de melhores produtividades na maior parte dos estados produtores, com exceção dos estados onde predomina a cultura de arroz irrigado, uma vez que neste sistema de cultivo a produtividade é pouco influenciada por fatores climáticos. Se confirmada, o país deve colher 12,35 milhões de toneladas, basicamente a mesma quantidade consumida internamente.

Há reduções de área no Maranhão, Paraná, São Paulo e Goiás, possivelmente em virtude da expectativa futura de melhores preços da soja, commoditie que tem mantido preços atrativos nos últimos meses.

O Mato Grosso deve ter um aumento de 2,0% na sua área plantada, fruto da incorporação de novas áreas agricultáveis, em sua maioria, pastagens degradadas. Essas pastagens não recebem a devida correção da acidez no seu cultivo, o que leva os produtores de grãos a investirem primeiramente no cultivo do arroz em função da sua tolerância à acidez do solo. Depois de uma ou duas safras consecutivas com a cultura, essas áreas estão aptas para serem cultivadas com soja e milho. Isso diminui o custo inicial de implantação, pois, quando se opta por plantar uma cultura susceptível à acidez já no primeiro ano de cultivo, como a soja, há a necessidade de aplicação de calcário e aumento de doses de adubação.

Na Região Sul, apesar da redução de 6,0% na área do Paraná, Santa Catarina deve manter a área de produção e o Rio Grande do Sul deve aumentar em 4,7%. Esse aumento no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, é tão significativo, que recupera os demais decréscimos no resto do país, reforçando a hipótese de que a área a ser cultivada no país permaneça semelhante à do ano passado.

Neste estado, o acréscimo é devido à disponibilidade de água nos mananciais ser suficiente para irrigação e o preço do produto no mercado cobrindo o custo de produção. Ocorreu concentração de semeadura no mês de outubro, com índice de mais de 80% da área prevista. Em novembro, o excesso de chuvas não permitiu que os produtores concluíssem a semeadura, o que deve ter ocorrido neste mês de dezembro. No momento do levantamento apenas a Fronteira Oeste e a região da Campanha haviam concluído a semeadura. Nas demais regiões ainda restavam de 3 a 4% da área para semear. Do total previsto para o estado 97,3% já está estabelecido. Esta área semeada fora da janela ideal deverá ter produtividade menor devido às características de clima da região do arroz.

O clima das últimas semanas e a previsão para as semanas seguintes estão favorecendo a
lavoura de arroz em todos os sentidos, tanto para conclusão da semeadura como para os tratos culturais e desenvolvimento vegetativo. O estágio da lavoura predomina o desenvolvimento vegetativo com 93,7%, além de 0,8% em floração. A fase de germinação corresponde a 5,5% da lavoura já semeada.

Em Santa Catarina, o plantio do arroz que se iniciou em agosto foi concluído em novembro, o que é considerado uma normalidade no plantio para o estado, já que o clima foi favorável e permitiu um bom desenvolvimento do plantio. As ocorrências de pragas e mesmo doenças, foram as que costumeiramente aparecem, mas que são providenciado os respectivos controles por aplicação química de acordo com a recomendação dos técnicos que acompanham as lavouras. Praticamente a totalidade da cultura está no estágio de desenvolvimento vegetativo (78,1%), estando o restante em floração (21,9%) e com isso há uma boa expectativa de produtividade, de 7.050 kg/ha, 3,3% maior do que a safra passada.

Os produtores estão otimistas com a nova safra em função das boas condições climáticas e especialmente pelas boas condições futuras do mercado ao arroz, que mantém seus preços num patamar mais elevado, ocasionando uma boa remuneração aos produtores, e que estes podem investir mais nas lavouras, especialmente em tecnologia e máquinas.

Oferta e demanda

Nos últimos dados disponibilizados pela Secex/MDIC, em novembro de 2013, foram importadas 56,5 mil toneladas de arroz, sendo apenas 0,8 mil toneladas oriundas de terceiros mercados não pertencentes ao Mercosul. Até a presente data, 06 de janeiro de 2014, a Secex/MDIC não divulgou os dados referentes ao mês de dezembro de 2013, por esse motivo, o mês de novembro é a proxy utilizada na análise em questão. Esses números demonstraram uma redução do fluxo de produtos adquiridos no mercado externo em relação ao último ano. Em outubro de 2012, essas aquisições foram de 128,3 toneladas, sendo 29,8 mil provenientes de outros países não pertencentes ao Mercosul.

Acerca das exportações, estas tiveram uma significativa expansão, devido a desvalorização da moeda nacional, passando de 90,5 mil toneladas em novembro/2012 para 139,3 mil toneladas em novembro/2013.

Acerca do fluxo comercial internacional consolidado do período comercial 2012/2013, obteve-se um superávit de 387 mil toneladas, sendo o montante exportado igual a 1.455,2 mil toneladas e o montante importado igual a 1.068 mil toneladas. Entre março até novembro de 2013, primeiros meses de análise do período comercial 2013/14, observa-se um superávit no montante de 90,5 mil toneladas. Com esse resultado, estima- se que – para o período safra 2012/13 – a balança comercial do arroz encerre com um superávit de 100 mil toneladas, sendo as exportações estimadas em 1100 mil toneladas e as importações em 1000 mil toneladas.

Finalmente, para a próxima safra brasileira 2013/14 de arroz, a produção média deverá ser 5,1% superior em relação à safra 2012/13, atingindo 12.350,8 mil toneladas. Esse aumento de produção ocorre principalmente devido às boas condições de plantio e e o elevado patamar de preços do produto na região sul. Logo, com a projeção de manutenção do consumo, da importação e da exportação igual a da safra atual, projeta-se um estoque de passagem de 2.022,7 mil toneladas para a safra 2013/14.

1 Comentário

  • A CONAB ataca novamente com suas projeções forjadas de dentro dos gabinetes refrigerados em Brasília, na minha região, Camaquã, onde o ano passado se via arroz em uma área bem expressiva, hoje só se vê soja, que está muito boa por sinal, salta aos olhos de quem quiser vir ver a redução da área de arroz, é só constatar com os próprios olhos.

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