O desafio do gigante
Produtividade recorde é a meta dos arrozeiros gaúchos até 2010.
O Rio Grande do Sul é o maior estado produtor de arroz do Brasil. Representa 55% da produção nacional e gaba-se de ter as melhores cultivares do Mercosul, as chamadas “variedades nobres”: BR Irga 409, Irga 417 e a nova Irga 423. Mas depois de vencer com folga o desafio de aumentar em uma tonelada a produtividade média da lavoura gaúcha, de 5,3 mil para 6,5 mil da safra 2002/2003 até a 2006/2007, o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) agora pretende elevar esses níveis em mais uma tonelada, chegando à média de 7,5 mil quilos/hectare até a colheita de 2010. “É um desafio respeitável, mas é possível prever que vamos alcançá-lo”, frisa o presidente Maurício Fischer.
O argumento da elevação da produtividade média foi o mais utilizado no anúncio do Programa Arroz RS, pois os números são muito expressivos. Para assumir esse compromisso, o presidente do Irga está bem fundamentado. Muitas das lavouras gaúchas que adotaram parcial ou totalmente as tecnologias do Programa Arroz RS alcançaram médias superiores a 10 toneladas por hectare.
Afora isso, o instituto vai lançar nas próximas quatro safras novas variedades, novas tecnologias, recomendações técnicas e cultivares híbridas com ganho produtivo de até 20% sobre o potencial produtivo das “comuns”, que anda na casa dos 15 mil quilos/hectare. A tendência é que os gaúchos consigam ultrapassar a invejável média da lavoura de Santa Catarina, atualmente em 7,050 mil quilos por hectare, líder em produtividade no Brasil e segundo maior produtor.
PROGRAMA – O programa do Irga reúne mais de 30 projetos e subprojetos voltados a ações que permeiam toda a cadeia produtiva do arroz, do preparo e conservação do solo e da água ao consumo. Portanto, a proposta lançada em outubro pelo presidente do Irga, Maurício Fischer, não trata só de metas produtivas. “É um conjunto de políticas e práticas voltadas ao desenvolvimento e à sustentabilidade da lavoura de arroz irrigado no Rio Grande do Sul”, define. Nos últimos quatro anos, o programa deu um grande resultado: a produtividade da lavoura de arroz aumentou de 5,3 mil quilos por hectare para 6,88 mil quilos por hectare. Na safra 2006/2007, o Projeto 10/RS, do Arroz RS, esteve em 55 municípios da região arrozeira, sendo 51.804 hectares de áreas de projeto envolvendo diretamente 497 produtores, alguns com médias produtivas acima de 10 mil quilos por hectare e todos ampliando em mais de uma tonelada a média produtiva.
Fique de olho
O objetivo maior do Programa Arroz RS é impulsionar o desenvolvimento do setor por meio do aumento produtivo, bem como reduzir os custos de produção, diminuir o impacto ambiental da atividade e melhorar a qualidade do produto. A primeira etapa, lançada na safra 2002/2003, atingiu o seu objetivo nos 133 municípios arrozeiros gaúchos. Com mais de 30 projetos destinados a promover a sustentabilidade da cadeia, o Arroz RS busca também fomentar a demanda interna, a exportação e a diversificação do arroz como matéria-prima para outros produtos. Para aumentar o rendimento do cereal, o presidente do Irga explica que foram transferidas novas tecnologias aos produtores e entregues novas cultivares.