O desafio dos produtores de arroz

Aumento do consumo e exportação são os caminhos que o RS defende para equilibrar o mercado a médio prazo.

Aumentar o consumo de arroz e prospectar mercados para exportação são as metas a ser perseguidas pelo Instituto Riograndense do Arroz (Irga) para reverter a situação dos produtores no Estado.

A auto-suficiência na produção do grão, alcançada em 2004, devido ao aumento da produtividade pela mecanização das lavouras acabou se voltando contra o agricultor. O preço pago pela saca de 50 quilos, cerca de R$ 20, está inferior ao custo de produção, estimado em R$ 30.

Em meio a uma exposição de artesanato confeccionada com arroz, o assunto foi discutido ontem no Seminário Cenários e Perspectivas para a Cadeia do Arroz, na Casa RBS, na Expointer 2005. Segundo o diretor comercial do Irga, Rubens Pinho Silveira, a solução é fomentar o consumo do produto. Na última segunda-feira, a entidade apresentou ao governador Germano Rigotto projeto sobre o assunto que inclui campanha publicitária e deve entrar em funcionamento até o final deste ano.

– Nos últimos anos, o consumo caiu de 45 quilos per capita para os atuais 35 quilos por habitante – disse Silveira.

Para o secretário de Agricultura, Odacir Klein, esse projeto aliado ao programa de incentivo às exportações é a única solução. E acrescentou que é preciso manter as áreas de plantio e reduzir os custos de produção.

– Se não conseguirmos criar mercados, ficaremos sem alternativas – afirmou Klein.

O diretor para América do Sul da Ascot Commodities da Suíça, Luciano Scoccimarro, avalia que a exportação é possível, porém, não a curto prazo. Conforme Scoccimarro, os países africanos, da América Central e do Sul seriam clientes potenciais, desde que o Brasil mantenha preços competitivos e a qualidade do produto.

Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Valter José Pötter, se o governo federal colocasse em prática uma política agrícola legal, garantindo aos produtores de alimentos da cesta básica mercados e preços acima do custo de produção, o setor não estaria na atual situação:

– Há casos de produtores negociando a saca de 50 quilos a R$ 17.

Também foi lançada a 16ª Abertura da Colheita do Arroz, prevista para 3 a 5 de março de 2006, em Itaqui.

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