O genoma desvendado

 O genoma desvendado

Origem asiática: arroz saiu da China para conquistar o mundo

Pesquisadores obtêm mapa completo das variações
do genoma do arroz
que foi cultivado inicialmente no sul da China e depois no
restante da Ásia
.

Uma das mais conceituadas publicações científicas, a revista Nature publicou recentemente um mapa completo das variações do genoma do arroz asiático. Com isso, conseguiu esclarecer a história do cultivo deste cereal que alimenta mais de 3 bilhões de humanos. Quase todo o arroz cultivado é da espécie Oryza Sativa L., também conhecida por “arroz asiático”, e dividida em duas subespécies: índica e japônica.

De uma maneira geral, a ciência entende que o cereal cultivado foi domesticado a partir do arroz selvagem (Oryza Rufipogon) há milhares de anos, mas há diferentes linhas de interpretações e debates em torno da origem e do processo de domesticação. O cientista Bin Han, da Academia Chinesa de Ciências, e seus colegas analisaram o genoma de mais de mil variedades de arroz cultivado, assim como cerca de 500 variedades de arroz selvagem.
Os pesquisadores também demonstraram que o Oryza Sativa japônica foi o primeiro domesticado a partir de uma pequena população de arroz selvagem no sul da China e depois foi cruzado com o arroz selvagem local no sul da Ásia e no sudeste asiático para produzir o arroz Oryza Sativa índica.

“Um melhor entendimento do processo de domesticação auxiliará nos esforços futuros de seleção do cereal”, afirmam os autores do estudo. Vale citar que nem todos os especialistas concordam com o resultado desta pesquisa e acreditam em outras linhas que indicam diferentes origens para as espécies.

Cerca de 155 milhões de hectares de arroz cultivados no mundo produzem atualmente 720 milhões de toneladas de arroz por ano, e a Ásia garante 90% da produção e do consumo mundial. Para garantir a segurança alimentar de parte importante da população mundial, a produção deve ser duplicada até 2030 e o arroz deve evoluir para variedades mais produtivas.

FIQUE DE OLHO
No Brasil, os cientistas acreditam que os elementos descobertos e a revelação do mapa genômico do arroz servirá para futuros experimentos. Como são informações compartilhadas internacionalmente, os pesquisadores poderão utilizar alguma delas nos programas de melhoramento genético das empresas públicas e privadas brasileiras. Em alguns anos, essa informação poderá tornar-se um subsídio importante para o desenvolvimento de variedades que serão cultivadas nas lavouras gaúchas, catarinenses ou de outras regiões brasileiras, chegando ao prato do consumidor nacional.

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