O gigante desperta
“MT em uma fase de organização adiantada”, atesta Maronezzi .
A cadeia produtiva do arroz do Mato Grosso, em 2003, deu passos decisivos e encontra-se em uma fase de organização bastante adiantada. A conclusão é da maior autoridade no assunto em todo o estado, o presidente da Associação de Produtores de Arroz do Mato Grosso (APA-MT), Angelo Maronezzi, também empresário no ramo de desenvolvimento e comercialização de sementes."Uma de nossas importantes vantagens competitivas é exatamente contar com dois centros de pesquisa trabalhando no desenvolvimento de novas cultivares, sempre atendendo às exigências do mercado e desenvolvendo tecnologias para que o agricultor tenha sucesso no cultivo", acrescenta.
Este importante papel é desempenhado pela Embrapa, na área pública, e pela AgroNorte, na iniciativa privada. No rumo da organização, as empresas de sementes de arroz do estado recentemente constituíram um comitê que terá como função básica disponibilizar para o agricultor cultivares com germinação e pureza garantidas. "As indústrias de insumos e defensivos estão atentas à cultura e à sua excelente remuneração. Novas formulações de adubos, herbicidas e fungicidas específicos para a orizicultura foram e continuam sendo lançadas", informa Maronezzi.
Balanço
Safra 2002/2003
• Área plantada: 377.550 ha
• Produção aproximada a 1.187.557 toneladas
• O ano de 2003 bateu recorde de preços na história do arroz em Mato Grosso desde seu início, em 1970. A média do ano ficou em R$ 32,90, com picos de R$ 43,78 em novembro e R$ 47,00 em dezembro.
Perfil
Indústria do arroz em Mato Grosso
• O Mato Grosso conta com um parque industrial para beneficiamento de 1,2 milhão de toneladas de arroz, considerando que 50% da produção do estado é comercializada e beneficiada em outras unidades da federação. Há indústrias para atender uma produção total de 2,4 milhões de toneladas de arroz por safra.
• O clima vem correspondendo e as primeiras colheitas de arroz no estado começaram já na primeira quinzena de janeiro, com excelentes perspectivas para o preço de mercado, pois trata-se de produto de boa qualidade que entrará no mercado na entressafra nacional. Esta é uma das vantagens da colheita antecipada. O maior volume, no entanto, será colhido do final de fevereiro ao final de março. Em abril acontecem as últimas colheitas.
• O fechamento de área de plantio para a safra 2003/2004 está sendo concluído com expectativa de 585 mil hectares. Na entressafra, o preço do saco de 60 quilos com 54/68 de renda girou de R$ 46,00 a R$ 50,00. A expectativa na colheita é de alcançar entre R$ 27,00 e R$ 30,00 por saco.
• Há uma tendência bastante generalizada entre os rizicultores matogrossenses de vender a soja e segurar o arroz esperando melhores preços. Isso, segundo Maronezzi, demonstra uma nova e empreendedora visão sobre a cultura. "O arroz, aos poucos, está deixando de disputar área com a soja e encontrando o seu espaço no sistema de produção do Centro-Oeste", frisou.