O governo importa arroz devido a um mau cultivo: chefe de sindicato de agricultores

 O governo importa arroz devido a um mau cultivo: chefe de sindicato de agricultores

Lavouras de arroz egípcias estão menores nesta temporada

O aumento da população do Egito está causando restrições à irrigação de áreas agrícolas.

O chefe do sindicato de agricultores do Egito, Hussien Abdel Rahman Abu Sedam, anunciou no domingo que o governo egípcio importará arroz após a recente queda no cultivo de terras agrícolas, num cenário muito distante de quando o Egito era exportador de arroz.

Sedam questionou a razão das importações, uma vez que o país poderia incentivar o cultivo nacional. Para ele, a compra de produto externo precisa considerar o risco que isso representa para o futuro das fazendas egípcias e da agricultura.

Ressaltou que existem múltiplas alternativas à crise de abastecimento hídrico, como o uso do arroz de sequeiro, uma cultura especial que só precisa de água a cada 15 dias e pode crescer dentro de 120 dias, o que seria racionalizar o uso da água e evitar a perda de qualidade do solo e a redução de área, além da dependência de importação de alimentos. 

Sedam também disse que o governo pode utilizar o sistema de intensificação agrícola, que aumentaria a produção e usaria menos água.

O dirigente setorial sugeriu ainda que o Centro de Pesquisa Agrícola do país procure cooperação com os países que tenham tecnologias mais avançadas para desenvolver melhores variedades de arroz de sequeiro que sejam capazes de suportar a salinidade da terra, pois esta poderá ser a melhor esperança para ajudar a crise de pobreza e alimentar do Egito e garantir o abastecimento para as necessidades de arroz das pessoas do país.

O Ministério de Irrigação e Recursos Hídricos decidiu, em janeiro de 2018, reduzir o tamanho das terras cultivadas de arroz de 275 mil para 180 mil hectares, causando aumento nos preços do produto. A medida se deve à crise hídrica pela qual passa o país e a necessidade de direcionar a água disponível para o abastecimento das cidades.

O ministro da Agricultura e Recuperação de Terras do Egito, Ezz Eddin Abo Setit, afirmou em junho que o Egito sofre com a escassez de água e cai abaixo do nível de emergência hídrica, segundo a classificação internacional de países onde a água per capita diminuiu.

Ele acrescentou que o Egito depende de uma fonte importante e constante de água, que é a participação na água do Nilo, e que o país está sofrendo de grande aumento populacional, restringindo o uso da água especialmente no setor agrícola em algumas regiões.

Ele explicou que a superpopulação aumenta a demanda de água para fins de irrigação para garantir as necessidades alimentares do país, e isso eleva a pressão para que os programas racionalizem o uso da água na irrigação.

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