O peso no bolso
Os resultados do programa de transferência de tecnologias denominado Projeto 10+, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e do Fundo Latino Americano de Arroz Irrigado (Flar), foram econômica e financeiramente expressivos. Na avaliação técnica ficou provado que o método reduziu em 8,5% os custos de produção da lavoura e gerou renda superior a R$ 3 mil por hectare, mesmo contabilizada em agosto de 2017, quando a saca de arroz em casca equivalia a R$ 40,00. O planejamento de cada etapa detalhadamente fez toda a diferença.
Segundo Luciano Carmona, coordenador do projeto, 60% das áreas foram implementadas em semeadura direta sobre resteva soja e isso gerou economia de R$ 348,00 sob a referência dos custos de produção do Irga: R$ 580,00 = custo do preparo menos construção de taipas. Também foram economizados 20 quilos de semente por hectare, o equivalente a R$ 59,00 naquele momento. Em adubação, as áreas do projeto investiram mais e houve acréscimo de R$ 64,00. Segundo Carmona, neste item há uma lógica: “Para buscar mais produtividade é preciso dar ao solo a condição de fertilidade necessária”.
Enquanto isso, houve economia de R$ 87,00 por hectare com aviação agrícola sob as regras do projeto, e com a redução do uso de fungicidas e inseticidas o valor a menos bateu em R$ 119,00. “No total, a economia projetada foi de R$ 554,00 por hectare, equivalentes a 8,5% do custo base de R$ 6.500,00 por hectare estimado pelo Irga”, frisa o coordenador.
Por outro lado, usando como base os custos de produção informados pelo instituto, o preço base ao produtor de R$ 40,00 a saca no primeiro semestre de 2017 – equivalente a R$ 800,00 por tonelada (base casca) – e a redução nos custos que foram implementadas, o resultado financeiro dos arrozeiros do Projeto 10+ foi de R$ 1.051,00 por hectare. “Levando em conta as 94 lavouras demonstrativas do projeto, foi propiciado um ganho médio de R$ 2.259,00 por hectare”, enfatiza Carmona. Nas 24 áreas demonstrativas onde o manejo alcançou o ponto ideal, e sob as condições de preços até agosto, os ganhos estimados chegaram a R$ 3.090,00. Para o coordenador do projeto, estes resultados evidenciam que as altas produtividades e a gestão dos custos são fundamentais para determinar se a lavoura dará lucro ou prejuízo.