O valor bruto da produção agropecuária

Autoria: José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS).

O valor bruto da produção agropecuária do Brasil deve cair 3,3% neste ano comparado ao ano passado. Deveremos ter 504.4 bilhões de reais em 2016 versus 521.9 bilhões de reais de 2015.

A razão desses números se trata da queda de produção e da produtividade, principalmente em lavouras de alto impacto como arroz, feijão, e milho. Os levantamentos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura aponta também para redução nas frutas.

As lavouras no Brasil representam 327.5 bilhões de reais, praticamente 65% do total do valor bruto da produção, e a pecuária 176.9 bilhões de reais. Estas informações de queda nas lavouras e de menor receita do valor bruto da produção significam avisos e alertas de alta relevância. Para darmos os saltos que o Brasil pode e deve dar no aumento da oferta de todos os seus produtos, tanto para o mercado externo quanto interno, precisamos de um projeto, um plano do Brasil para 400 milhões de toneladas e muito treinamento e estímulos para adotarmos em altíssima velocidade a integração lavoura pecuária e floresta, nos próximos 10 anos.

Isso quer dizer na mesma área onde só havia pastagem degradada poderemos ter soja, milho, feijão, frutas, piscicultura, árvores, inclusive nativas, água, carnes. Ou seja, sem um projeto Brasil 400 não iremos competir, principalmente do lado de fora das porteiras das fazendas. E, em contrapartida, se nada fizermos, poderemos estancar no patamar que atingimos, sem coordenação das cadeias produtivas, seguro, estoques, armazenagem e acima de tudo, investimentos e educação.

Sobre o CCAS

O Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) é uma organização da Sociedade Civil, criada em 15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP, com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto.

O CCAS é uma entidade privada, de natureza associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico.

9 Comentários

  • O grande problema da agropecuária brasileira é a falta de uma política agrícola. O produtor não tem proteção nenhuma e a especulação e exploração do funciona solta e a vontade. Nosso industria com todos os altos custos, não tem condições de competir com ninguém, segundo analistas internacionais o México ultrapassará o PIB brasileiro até 2022. Muita quebradeira de industrias ainda vai ocorrer, se nosso mercado não fosse grande e não houvesse protecionismo muitas já teriam fechado as portas, nosso mão de obra é muito cara não bastasse isso é ineficiente comparada com a de outros países, nossa industria não tem como competir num mercado globalizado, então vai continuar tendo cada vez menos produção e prejuizos. A nossa salvação seria a agricultura, responde rápido, praticamente em 120 dias se planta e se colhe, retôrno rápido mas com prejuízo como ocorre em muitas culturas onde atuam fortes carteis a produção não avança como deveria pois não há rentabilidade para o produtor, sem renda o produtor não tem como investir mais e produzir mais. Os carteis devem ser eliminados, causam enormes prejuízos econômicos a nação e a população, não é só os políticos que devem ser reformados muitos dos nossos empresários também devem ser responsabilizados pelos prejuízos econômicos que causam a nação de um modo geral.

  • Interessante como a classe busca o protecionismo. Não querem produzir em um mercado livre. Querem uma rede de proteção em pleno seculo XXI e ainda vem me falar de cartel. Então quando tem excesso de oferta a culpa é de cartel? E quando a oferta é baixa como o momento atual, então a culpa é do cartel dos agricultores ? Sinceramente ….. Prejuízo qualquer classe econômica tem em determinados ciclos, pois existem momentos em que é preciso investir (ter prejuízo) se quiser se manter no negocio. Pensando como eles, então teremos que ter politica para os comerciários, para os profissionais liberais, para a industria automotiva,para as profissionais do sexo, para o micro empresario, pequenas empresas, grandes empresas……. Uma rede de proteção para todo mundo, assim a economia funciona que é uma beleza !!!

  • Sr. Bud, já pedi ao sr se identicar, de qual empresa do cartel o sr é representante ou quem sabe dos supermercado. Para sua informação formação de cartel pelas leis brasileiras é crime. Alias não só das leis brasileiras, também o é nos paises mais atrasados como EUA e Europa, digo atrasados porque o Brasil é um país muito adiantado e eles lá são muito atrasados, os brasileiros é que estão certos. Nada mais cabe que aplicar a lei. Nos EUA o produtor tem garantia de preço e estabilidade, na Europa chegam até pagar para que não se produza, aliás o mesmo ocorre nos EUA. Aqui é terra de ninguem, quem pode massacra quando pode para ganhar dinheiro. Se não fosse crime não estava na lei.

  • O senhor fala em cartel … qual cartel ? quem participa ? de nome aos bois ?
    Vamos lá abra o bico …..

    Então em países mais atrasados como a Europa o que prevalece são as regras da economia de mercado livre , com exceção da Suíça que é um monte de pedras, sem rede proteção, acredito que nesse quesito o senhor esteja desinformado. . Realmente são muito atrasados.

    Mas e quanto a rede de proteção e preço de lucro mínimos para o comercio, a industria, os profissionais liberais, os bancos, as cias aéreas, as siderúrgicas, as industrias produtoras de remédios ….. O que o senhor acha ? para eles não valem as mesmas regras ?

  • O Senhor também não respondeu porque o senhor quebrou sua industria de arroz, que cito no tópico abaixo, conforme o senhor disse as margens anuais são de 700%. O que aconteceu ? O senhor não gosta de dinheiro ?

    http://www.planetaarroz.com.br/site/noticias_detalhe.php?idNoticia=14663

  • Sr. Bud, continua usando um pseudônimo para se esconder, não respondeu a qual industria ou mercado trabalha. Quanto a minha pequena industria, desativei pois trabalhava somente com arroz especiais, volume muito baixo, não dispunha de um canal de distribuição eficaz. O volume de venda de arrozes especiais na época era muito pequeno, embora o mercado mundial desses produtos represente 5% do volume do arroz branco. Nunca produzi arroz branco. Eu era lavoureiro, sofrendo com produzir arroz a um custo elevado e vender a preço abaixo do custo real em outras palavras descapitalizado. Quem não erra não acerta, quem não arrisca não petisca, faz parte do jogo, assim encaro como uma experiência a mais, não me sinto derrotado por isso. Agora persistir no erro sim é burrice.
    Agora dizer que não existe cartel é o mesmo que dizer que não existe o petrolão, todos sabem dele e os corruptos continuam negando que existe. Basta a federal e o ministério fazerem escutas telefônicas e investigação e vão provar facilmente que ele existe e quem são os chefões, ninguem está acima da lei e ela existe é a LEI Nº 12.529, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2011, ela trata da formação de cartel e também abuso de poder econômico. Considera-se cartel qualquer reunião de empresas com o intuito de estabelecer preços com o objetivo de manipular o mercado, não interessa se seja duas, tres ou mais empresas. Agora quando 65% da produção do estado se encontra sobre controle de meia duzia ou seja uma duzia de empresas que ditam os preço com o objetivo de lucrar e manipular o mercado isso está mais que evidente que está formado um cartel é só algum órgão governamental solicitar uma investigação que comprovará através de escutas e tudo mais que existe o cartel. Para a receita estadual e federal o cartel provoca anualmente uma perda de arrecadação perto de 7 bilhões de reais, isso equivale ao total de toda nossa produção de arroz deste ano se vendido ao preço que o cartel pagou até o mes passado. Por esse motivo é que os cartéis são altamente danosos a sociedade como um todo e não somente a classe de produtores que é atingido, os cartéis provocam um dano similar a corrupção neste pais. Ora está na hora de eles se darem conta que não adianta matar o produtor, estão secando a fonte, eles vão continuar ganhando e muito dinheiro, quanto mais o arroz subir mais ganharão, ganham sempre uma margem sobre o total, se o total aumenta sua participação aumenta.
    Todos os países adiantados, cuidam da garantia ao produtor, produtor não é comerciante que compra um produto todos os dias se quiser e no outro dia vende e compra novamente, ele só tem um giro no ano, uma safra, sujeito a todas as intemperies tem de ter garantia de preço mínimo. Nem tudo lá nem tudo cá, os abusos tem de ser coibidos, não pode valer a lei da selva. Quanto ao comércio não existe proteção nenhuma é capital de risco, mas ele compra por 100 divide por 0,70 para ter a margem de lucro de 30 e coloca o preço de venda em 142 ou muitas vezes por 200, tem comercio que coloca margem de 50% e depois as vezes liquida o que não vendeu abaixo do custo. O produtor não tem como fazer isso. O produtor de alimento tem de ter garantia, se o produtor não produzir quero ver o que as industrias vão fazer, quero ver o que o povo vai comer, vão importar, toda a nação vai mandar dinheiro para fora, vai enriquecer outros povos. O povo não come automóveis, não come televisão, não come cadeira, não come muitos outros produtos da industria, pode encher um armazem inteiro de produtos da linha branca, se não tiver la dentro comida o cara dono do armazem se não tiver alimento ele vai morrer de fome, por esse motivo em paises desenvolvidos alimento é assunto de segurança nacional.
    Quando eu disse que os paises europeus atrasados protegem eu fiz uma sátira, dando a entender que em paises mais adiantados se pratica a proteçao ao produtor de alimentos, mas parece que não percebeste a ironia, bem ao contrario dos países em que impera a corrupção e a lei do mais forte.

  • Esqueci de dizer que não quebrei, optei por não continuar, não fiquei devendo para ninguem,não quebrei, nem tive prejuízo, simplesmente achei que o momento não era oportuno para investir mais nessa atividade.

  • O senhor optou por não continuar porque sentiu na carne o quão DIFÍCIL é colocar o produto na gondola. E não é só colocar o produto na gondola, a dona de casa tem que levar para sua casa, experimentar e talvez voltar a comprar. Ou seja é muito mais difícil e arriscado do que simplesmente jogar a semente na terra e ve-la nascer. Porque intempéries no clima para o arroz sabemos é minimo o risco. A União Europeia, deve ser muito burra, pois por lá as regras para a agricultura são as de livre mercado, porque lá os agricultores conseguem ganhar dinheiro e aqui no Brasil não ? pelo vista a diferença está nos produtores mesmos. Agora abra o bico sobre o Cartel, assim saberemos a quem o senhor se refere.

  • Posso estar equivocado, mas pelo que sei a união européia paga ao produtor para não produzir quando vai haver excesso de produção, lá o produtor é amparado. Tanto é o produtor protegido e tem garantia de preço que muitas vezes há excesso de produto, eles colocam no mercado mundial o excedente a preços vis acarretando sérios problemas no mercado mundial. Esse sistema é exatamente para evitar o abuso de poder econômico que é praticado aqui.Eles querem garantia de não faltar produto por desestimulo da produção. Tudo é controlado, tanto é que distribuem cotas de importação de produtos agricolas onde limitam a entrada dos produtos oriundos do resto do mundo. Tem um enorme protecionismo, essa conversa de livre mercado só vale para os membros da UE, tenta vender arroz para êles em quantidades imensas e ve se vai conseguir.
    Quando ocorre esse excesso de produção fazem dumping ofertando o excesso do que produzem a preço baixos, para regular o mercado, provocam grande dano na Africa onde desestimulam a produção própria dos paises africanos provocando dependência e provocando fome e pobreza nos países africanos.
    É a lei do mais forte subjugando e explorando os mais fracos, não há humanidade nenhuma nisso. Isso é um neocolonialismo.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter