Obstáculos a vencer

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Lavoura mineira cresce, ganha mercado e quer vencer a crise
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A lavoura de arroz em Minas Gerais tinha motivos de sobra para comemorações na safra deste ano, mas a crise que abala o mercado atrapalhou os planos da cadeia produtiva. Em apenas um ano, os mineiros aumentaram em 15% a área plantada, conseguiram um ganho de 4,4% na produtividade e tiveram uma produção 20,2% maior do que a obtida em 2004. A parte ruim está na comercialização. Com os preços abaixo dos custos de produção, os negócios são poucos e a tendência é de queda no volume de vendas e ainda nos preços do cereal até que haja uma interferência governamental no mercado. 

O presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz do Estado de Minas Gerais (Sindarroz-MG), Jorge Tadeu Meireles, concorda que a crise é resultado das importações de arroz do Uruguai e Argentina, situação que se agrava com a guerra fiscal entre os estados brasileiros. “A indústria mineira de arroz é vítima desta distorção de preços”, lamenta Meireles. “A cultura de arroz estava conquistando cada vez mais espaço, principalmente em lavouras que utilizam irrigação por pivô central. Em relação à safra 2003/2004, os produtores deverão diminuir em aproximadamente 10% a área plantada”, lamenta Meireles. 

Mesmo assim, o dirigente afirma que o setor não desanimou, apenas está reduzindo a marcha da progressão. Meireles acredita que se o mercado voltar ao equilíbrio, Minas Gerais tem todas as condições de abocanhar uma fatia maior do volume nacional de negócios. “Estamos mostrando bas-tante competitividade e qualidade nos grãos produzidos. Além disso, temos regiões com o uso de alta tecnologia e cultivares adaptadas”, frisou. A Epamig, empresa governamental, está entre os principais centros brasileiros de pesquisa de arroz. Nos últimos anos aumentou consideravelmente o lançamento de variedades, algumas em parceria com a Embrapa Arroz e Feijão, de Goiás.

Questão básica
Na safra 2003/2004, Minas Gerais plantou 94,4 mil hectares de arroz e na safra 2004/2005 a área chegou a 108,6 mil hectares. Segundo o presidente do Sindarroz, Jorge Tadeu Meireles, o aumento da lavoura e também da produtividade de grãos é resultado do trabalho de pesquisa desenvolvido pela Embrapa, Epamig e universidades da região. “A maior produtividade está diretamente relacionada às novas técnicas de plantio e evolução das variedades de arroz. Muitas lavouras irrigadas atingiram média de produtividade de 4,2 mil quilos por hectare. No cultivo de sequeiro, alguns produtores chegaram a colher 2,1 mil quilos por hectare”, observa Meireles.

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