Orizicultor aposta nas exportações
Irga e Federarroz querem compensação de impostos para facilitar acesso à operação no Estado .
ORIZICULTOR APOSTA NAS EXPORTAÇÕES
Para enfrentar os altos e baixos do mercado de arroz – que sofre muitas variações da produção e dos estoques – os orizicultores gaúchos querem consolidar os mercados internacionais, para os quais exportam desde 2004. Para isso, o Irga e a Federarroz, em parceria com uma consultoria paulista, elaboram um projeto de reintegro, procedimento no qual há compensação de impostos, que pode chegar a 40%.
O diretor de Mercados da Federarroz, Marco Aurélio Tavares, comentou que o mecanismo é permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e aumentaria a competitividade das exportações brasileiras. É um benefício para o exportador e o produtor receberia um preço mais justo. O sistema já é utilizado por Uruguai e Argentina.
A idéia é valer-se do reintegro ainda neste ano. Por meio da opção, haveria uma equiparação entre a cotação de exportação e a utilizada no mercado brasileiro. Com o preço interno a R$ 21,00 e externo a R$ 19,00, ninguém vai exportar. De acordo com o dirigente, cerca de 16% do custo da lavoura são impostos e mais de 10% poderiam ser considerados na compensação. A medida também incentivaria a exportação de arroz beneficiado. Das 450 mil toneladas exportadas em 2006, 87 mil toneladas foram do grão beneficiado, especialmente para a União Européia (UE). O arroz quebrado é o grande carro-chefe e vai continuar, mas não agrega valor.
O diretor comercial do Irga, Rubens Silveira, concorda que as vendas externas não somente devem ser mantidas mas ampliadas. Ele estima que, neste ano, pelo menos, 450 mil t devam ser comercializadas para fora do Brasil, das quais 200 mil t poderão ser do cereal beneficiado. Ele lembra que o mercado internacional é complicado devido ao excesso de subsídios, especialmente os norte-americanos.
– Precisamos criar algo para avançar na exportação de arroz beneficiado. Para incentivar a comercialização internacional, os produtores esperam contar com o governo federal.
O assunto deverá ser levado, hoje, ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em reunião com representantes da Federarroz e do Irga, e o Secretário da Agricultura, João Carlos Machado.