Os gigantes da indústria

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Camil, de Luciano Maggi Quartiero, é mais líder do que nunca

Ranking de arrecadação do arroz mostra mudanças em ano de pandemia

Exclusivamente para esta edição, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz/RS) ampliaram a lista do ranking de arrecadação com as 80 principais indústrias beneficiadoras e exportadoras de arroz do Rio Grande do Sul, em 2020. As 80 maiores empresas, que somam 104 unidades industriais, representaram 93,04% da arrecadação segmentada do Estado. Outras 149 empresas de menor porte representaram 6,96%.

João Batista Camargo Gomes, diretor Comercial do Irga, aponta que os dados da Divisão de Arrecadação da Secretaria da Fazenda têm a meta de atender demanda setorial e atualizar o perfil de processamento e comercialização do RS.

A relação segue método da listagem de 2019 e ratifica a Camil, com suas cinco unidades gaúchas, como líder disparada neste segmento. A empresa teve um aumento de arrecadação de 2,93% em 2020, e alcançou 14,40% de participação no setor. No país a empresa tem um share de 28% e filiais na Argentina, Chile, Peru e Uruguai. Os números de 2020 ainda recebam impacto da aquisição da SLC Alimentos, ao final de 2018.

Em segundo lugar está a Josapar, da marca Tio João, com 7,35% arrecadados nas duas unidades, resultado levemente inferior aos 7,59% da temporada anterior. O número de arrecadadores aumentou em 2020. Também com duas unidades, a Pirahy Alimentos é a terceira maior arrecadadora, com 3,27% de participação. Em 2019, a empresa havia sido responsável por 3,68% das receitas estaduais neste setor específico.

As mudanças
A Urbano Agroindustrial, que tem uma unidade em São Gabriel, assumiu o quarto lugar em arrecadação ao longo de 2020, com participação de 3,23%, apenas 0,04 pontos atrás da são-borjense Pirahy. Registrou leve crescimento, uma vez que contribuiu com 3,16% em 2019. Foi o suficiente para ultrapassar a Arrozeira Pelotas, agora quinta no ranqueamento, que caiu de 3,59% para 3,02% em arrecadação. O perfil das exportações e cotações em 2020 explicam em parte a mudança. As margens para quem comprou arroz em casca pelas cotações da temporada, beneficiou e exportou branco não foram tão altas quanto para quem tem foco no mercado interno ou exporta grão em casca.

Expressão
A mudança mais expressiva na listagem foi a da trading Glencore, que pulou da 59ª posição em 2019 para sexta em 2020, segundo a Secretaria da Fazenda. A empresa passou de 0,44% de participação para 2,71%, um crescimento de fantásticos 516%. Com isso, a Cotrisel, mesmo subindo de 2,24% para 2,46% de participação nas receitas segmentadas do Estado, perdeu um posto e foi para o sétimo lugar. O Top 10 fecha com o Engenho AM, Nelson Wendt e Cooperja. Na cooperativa o recuo se explica pela transferência interna de matéria-prima entre as unidades de Jacinto Machado (SC) e Santo Antônio da Patrulha (RS).

 

O mundo do arroz chorou por Yuan

Falou & Disse
“A busca de minha vida é garantir que todas as pessoas fiquem longe da fome”. Yuan Longping, cientista do arroz (+1930 – 2021+)

Comoveu o universo arrozeiro a morte, a 22 de maio, aos 91 anos, do pesquisador chinês Yuan Longping, que desenvolveu as primeiras variedades de arroz híbrido na China, nos anos 1970, e as melhorou por meio século até obter materiais que produzem médias superiores a 17 toneladas por hectare. Referência científica mundial, ele comandou o projeto de cultivo do arroz na China e Oriente Médio irrigado por água do mar diluída e participava do programa de desenvolvimento do cereal transgênico chinês resistente a doenças, pragas, invasoras, estresses climáticos, toxicidade alcalino-salina e por ferro, fortificações e capaz de funcionar como vacina.

Yuan foi hospitalizado em abril em consequência de uma queda enquanto trabalhava na estação de pesquisas que comandava em Hunan. Dezenas de milhares de pessoas acompanharam seu velório e enterro. As variedades híbridas cobrem 16,5 milhões de hectares na China e outros 10 milhões pelo mundo. Com sua descoberta, Yuan ajudou a alimentar quase um quinto da população mundial em menos de 9% das terras agricultáveis do planeta, ainda sob impacto da grande fome chinesa que matou até 55 milhões de pessoas.

Pelos chineses, era chamado “o homem que acabou com a fome”. Por sua relevância à ciência e à segurança alimentar, dá nome a um planeta, quatro asteroides e recebeu as maiores comendas do seu governo e da ciência alimentar mundial. Foi consultor-chefe da FAO e é patrono do Yuan Longping Rice Museum, em Hunan, na China. O maior do gênero no mundo.

 

Sulfato de cálcio: aliado do arroz irrigado

Um fertilizante mineral granulado à base de cálcio e enxofre vem trazendo resultados surpreendentes nas lavouras de arroz irrigado no Rio Grande e Santa Catarina. Desenvolvido pela SulGesso, empresa catarinense de fertilizante mineral, o SulFacal é uma tecnologia que proporciona maior resistência à cultura diante da ocorrência de doenças foliares e pode ser aplicado no período de preparo do solo, na pré-semeadura ou em cobertura até 25 dias após o plantio. O produto é de fácil manejo.

De acordo com o diretor técnico da SulGesso, Eduardo Silva e Silva, solos bem condicionados têm como resultado plantas mais vigorosas, com números excelentes para a lavoura. “Em áreas com produtividade média de 7.600 quilos por hectare, depois da aplicação de 100 kg por hectare de SulfaCal o rendimento foi elevado para 9.500 kg/ha. Um incremento de quase 2 mil quilos por hectare”, revela o pesquisador.

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