Pacote é criticado por lideranças

Para setor, anúncio não contemplou algumas reivindicações da agricultura no Rio Grande do Sul .

O pacote de medidas emergenciais anunciadas ontem pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, não agradou aos produtores gaúchos, embora reconheçam seu efeito imediato. Apesar dos R$ 16,8 bilhões significarem quase o dobro do valor destinado ao plano safra da agricultura familiar em 2005, as principais lideranças reclamam que o socorro não incluiu o refinancimento das dívidas de Pesa e securitização, além de exigir avaliação individual para prorrogar o vencimento de dívidas de custeio referentes à safra 2005/06.

O presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro, considerou o pacote uma provocação. Ele criticou o prazo de 12 meses de adiamento das parcelas de custeio de 2006. A entidade reivindica prorrogação de seis anos, com dois de carência. Segundo Pinheiro, os produtores não conseguirão reunir receita suficiente para saldar os compromissos em um ano.

O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, classificou o pacote de ‘tímido’.

– O segmento não abrirá mão do que estava sendo negociado na MP do Bem, com desoneração da atividade, autorização para importação de insumos e uso de genéricos na agropecuária.

O gerente de agronegócios do Banco do Brasil, José Kochhann Sobrinho, explica que, com o novo prazo de pagamento, o produtor gaúcho poupará R$ 1,25 bilhão.

– Nas dívidas de custeio de 2006, os produtores deixarão de pagar R$ 465 milhões, e com a prorrogação do custeio que vence este ano, pouparão R$ 784 milhões.

Parlamentares da bancada ruralista na Câmara também criticaram as medidas. O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) diz que, com R$ 1,238 bilhão, liberado por MP, não haverá como ampliar os leilões de PEP e Prop. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) considera a prorrogação do custeio limitada.

– A maioria está com o crédito estourado.

O presidente da Federarroz, Valter Pötter, questiona a agilidade do Conselho Monetário Nacional (CMN) para aprovar os R$ 7,7 bilhões da prorrogação das dívidas e os R$ 5,7 bilhões para crédito de comercialização e estocagem. O presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, deputado Elvino Bohn Gass (PT), considerou o pacote um estímulo à produção.

– Foi uma grande ajuda – destaca.

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