Paquistão surpreende e vence concorrência do Iraque

 Paquistão surpreende e vence concorrência do Iraque

Baixa disponibilidade cambial e preço do petróleo mais barato faz Iraque procurar produto de segunda linha

Brasil, que teve o melhor preço das Américas, ficou de fora por diferença de 101 dólares, a tonelada .

Para a surpresa de todo o mercado internacional, a Autoridade de Alimentação do Iraque anunciou, nesta quinta-feira que a sua concorrência global para aquisição de arroz longo fino foi vencida pelo Paquistão, uma origem pouco provável até esta data. Serão dois barcos de 30 mil toneladas, cada um, negociados a US$ 595 CIF, (posta em Umm Qasr, no país do Oriente Médio).A trading ofertante foi a Saif International.

Agentes de mercado apostavam que a origem mais provável seria a Tailândia, que atende cerca de 30% do mercado anual dos iraquianos e tem um grão longo fino superior ao paquistanês. Além disso, a Tailândia ofertou 30 mil toneladas a US$ 575,95 e 40 mil toneladas a US$ 576,00 (Swiss Singapore e ADM, respectivamente).

Se optasse pelo arroz das Américas, que representa cerca de 70% das compras anuais do Iraque, o Brasil poderia ser a origem, uma vez que a trading ADM ofertou 30 mil toneladas a US$ 696 CIF, melhor preço envolvendo Mercosul e EUA,

A decisão é difícil de entender, uma vez que o arroz tailandês, em tese, é superior ao paquistanês. A menos que a decisão seja retaliação a um procedimento anterior. A autoridade iraquiana havia informado, extraoficialmente, preferência pelo grão do Mercosul.

Para o analista de Planeta Arroz, Cleiton Santos, essa foi uma péssima notícia. “O Mercosul e os EUA confiam em uma venda de pelo menos 700 mil toneladas para o Iraque este ano. O surgimento de um novo fornecedor, de fora do grupo de vendedores mais tradicionais, com produto inferior e mais perto, é preocupante”. Ele acrescenta que esse resultado demonstra, mais uma vez, que o Brasil vive um momento em que o nível da competitidade para exportar está posto. “É mais uma sinalização de que o preço, no porto, é R$ 85,00. E, neste cenário, com dólar mais baixo e sem competir lá fora, não mudará no curto prazo. Precisa acontecer algo importante para isso”.

Segundo ele, a semana começou promissora, mas termina mais tensa por causa do câmbio, do tender do Iraque e pelo avanço da colheita sem que isso tenha mostrado maior interesse de venda dos produtores. “São temas que estarão na nossa análise das segundas-feiras, no site”.

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