Para o mundo
Brasileiros participam do trabalho que comparou genoma das espécies de arroz mais cultivadas do mundo
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Pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) integraram o trabalho que comparou o genoma das espécies de arroz mais cultivadas do mundo: os professores do departamento de fitotecnia da Faculdade de Agronomia, Eliseu Maciel Antônio Oliveira e Luciano Maia, e os egressos dos programas de pós-graduação em Agronomia e em Biotecnologia, Daniel Farias e Railson dos Santos, respectivamente. Um artigo com a participação dos brasileiros foi publicado em 23 de janeiro último em uma das mais prestigiadas publicações científicas do mundo, a revista Nature.
Antônio Oliveira liderou o grupo gaúcho. Segundo ele, o artigo é resultado de um grande esforço internacional de pesquisa chamado International Symposium on Rice Functional Genomics (Simpósio Internacional sobre Genômica Funcional do Arroz), que reúne cientistas de diversos países. A Ufpel é a única instituição brasileira. O mesmo grupo já havia publicado em 2005 os resultados do sequenciamento do genoma do arroz. Oliveira e Maia também publicaram outro artigo na Nature em 2010.
A pesquisa “Genomes of 13 domesticated and wild rice relatives highlight genetic conservation, turnover and innovation across the genus Oryza” compara 13 espécies de arroz domesticadas ou selvagens que são encontradas em diversas partes do mundo, entre elas o Brasil. O trabalho foi liderado pelo professor Rod Wing, da Universidade do Arizona (EUA). O sequenciamento do genoma de cada uma dessas espécies ficou sob responsabilidade de diferentes instituições. Coube ao grupo da Faculdade de Agronomia aplicar o procedimento na variedade Oryza glumaepatula, encontrada na América Latina, especialmente em biomas como a Amazônia e o Cerrado. “Os índios se alimentavam com ela”, explica Oliveira. A partir da decodificação do genoma de cada espécie foi possível traçar um comparativo entre elas mostrando quais são as mais próximas e as mais distantes.
Essa ação, porém, marca apenas o início da pesquisa. “Esse é um grande estudo básico que começa a gerar frutos”, afirma o docente da Ufpel. A partir da identificação desses genes pode-se buscar aqueles que possam ser aproveitados para a agricultura, criando plantas que sejam mais resistentes a mudanças climáticas e estresses causados por pragas, doenças ou fatores abióticos, além de buscar alimentos com maior qualidade nutricional. O artigo pode ser acessado em https://www.nature.com/articles/s41588-018-0040-0.
CLICPLANETA
O artigo também pode ser baixado na área de download de www.planetaarroz.com.br.