Para onde vai o arroz das terras altas
Preço e novas condições estão estimulando o plantio para 01/02
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O Brasil, em sua história, já plantou mais de 6,6 milhões de hectares de arroz, no auge do estímulo governamental à expansão da fronteira agrícola, em 1975/76. No final da última década (1997/98), entretanto, a nova política do setor fez o plantio alcançar seu ponto mínimo, com somente três milhões de hectares plantados em todo o país.
O arroz de terras altas, que apresentou crescimento de área desde o início dos anos 90, diminuiu na última safra. O cenário, todavia, vai reagir, principalmente porque os preços vão estar mais favoráveis. Para o plantio da safra que se aproxima, o Centro-oeste possui um estímulo adicional que é a disponibilização de 6.500 toneladas de sementes da nova cultivar BRS-Bonança.
A Bonança é um produto desenvolvido pela Embrapa Arroz e Feijão e seus parceiros estaduais, que, pela primeira vez, estão lançando uma semente seguindo a estratégia de licenciamento de cultivares. 24 produtores da região estarão comercializando essas sementes. O plantio representa 100.000 hectares de arroz no Centro-oeste.
Quem é
Élcio Guimarães é coordenador de pesquisa da Embrapa Arroz e Feijão, localizada em Goiás e responsável pelo Centro-oeste.
O Cenário
Os números
• Na safra 2000/01, o sistema de cultivo de arroz de terras altas contribuiu com quatro milhões de toneladas de arroz em casca, para uma produção total de 10,2 milhões.
• A Região Centro-oeste, maior produtora para esse sistema, plantou 620.000 hectares e respondeu por 1,6 milhão de toneladas.
• A Região Norte contribuiu com pouco mais de um milhão de toneladas, com uma área plantada de 533.000 hectares. Pará e Tocantins juntos contribuem com quase dois terços desses totais.
• Outro milhão de toneladas veio da Região Nordeste, onde o Maranhão, com seus pequenos agricultores, representa quase 70% desse total.
As projeções
• Para o ano agrícola 01/02, a safra de arroz de terras altas deverá ser melhor que a anterior. As perspectivas são para um aumento de área de cerca de 10% e também um incremento nas produtividades entre 10% e 15%, principalmente na Região Centro-oeste.
• A expansão da cultura do arroz de terras altas no norte do Mato Grosso e no sul do Pará, principais regiões de crescimento da fronteira agrícola, segue baseada na abertura de novas áreas para o cultivo. Estima-se que, para a próxima safra, nessa região, cerca de 50% a 60% do arroz seja plantado sobre essas condições. O restante deverá estar em sistemas de renovação de pastagens e somente uma pequena parte em rotação com a soja.
Estatística
Produtividade nas terras altas
1985/86 – 1.197 kg/ha
1999/00 – 1.904 kg/ha
2000/01 – 1.949 kg/ha