Para onde vai o dólar?
Autoria: Paulo Gala – Economista.
Nossa recuperação de atividade é muito lenta: talvez em 3 anos consigamos retomar o patamar de produção de 2014. As importações que despencaram 100bi de u$ por ano desde o estouro da bolha de crédito no Brasil, nesse patamar baixo continuarão. Com isso, o superavit comercial seguirá na casa de u$50 bilhões em 2017, 2018 e talvez 2019.
Isso somado às reservas de 375bi u$ e investimentos diretos de 80bi nos dão tranquilidade externa. SELIC a 7% ou abaixo não provocará outra bolha como a que se viu em 2012; é muito difícil inflar duas bolhas na sequência: o estoque de dívidas continua alto e o excesso de oferta criado durante a bolha demorará a ser absorvido. Cambio estável e recuperação lenta vão manter inflação na casa dos 4,0%.
Com juros mais baixos, a trajetória da dívida pública melhora muito. A sobra de dólares manterá nosso CDS abaixo dos 200 pontos e a taxa de câmbio seguirá relativamente comportada, talvez até para baixo!