Para salvar a colheita, o arroz paraguaio precisa de novos mercados

 Para salvar a colheita, o arroz paraguaio precisa de novos mercados

Heinsecke: um milhão de hectares de horizonte para ser cultivado

Preços da tonelada do cereal em casca ficam entre 170 e 180 dólares para exportar ao Brasil.

A solução fundamental para a crise financeira e a obtenção de rentabilidade através de produção de arroz no Paraguai depende da abertura de novos mercados, disse Ignacio Vargas Heinsecke, presidente da Associação de Produtores de Arroz de Tebicuary.

Ele explicou que 85% da safra são exportados para o Brasil, e com a crise que atinge esse país, hoje em silos paraguaios sobraram 400.000 toneladas de cereais até o final de setembro.

“Todos os produtores de arroz são muito afetados pela forte queda da rentabilidade registrada pela categoria nos últimos meses", disse o principal representante da indústria, Ignacio Heisecke.

O líder sindical se recusou a comentar sobre a abordagem feita recentemente de uma outra sindicalização, a Associação dos Produtores de Soja (APS), que com a Associação de Bancos do Paraguai (Asoban) discutiu um eventual pedido de intervenção do Banco Central Paraguai (BCP) na crise financeira dos produtores de cereais.

"O problema é que veio a crise econômica no Brasil, um país que costumava comprar 85% da nossa cultura, por isso deve ser encontrada a solução real em outros mercados que são rentáveis", disse ele.

No entanto, argumenta que a base deve ser a procura de uma solução, porque a causa do problema afeta a todos igualmente.

Segundo Heinsecke, o preço do arroz na safra passada estava em US$ 250 por tonelada, e agora caiu para um valor entre US$ 170 e US$ 180 por tonelada. Com os atuais preços baixos de arroz, para cobrir os custos de produção a produtividade deve atingir de 7,5 a 8 toneladas por hectare, mas a média nacional atual é de cerca de 6,5 toneladas por hectare.

O dirigente também disse que os produtores que teriam hoje em uma situação de incompatibilidade financeira são principalmente aqueles que não alcançam o retorno que pode cobrir seus custos.

SAFRA

Ignacio Vargas Heinsecke estima que o cultivo de arroz no Paraguai, em 2014, foi mais de 120.000 hectares com uma colheita de cerca de 780 mil toneladas.

De acordo com outras fontes, como Capeco e INBio, a área de arroz estimada no ano anterior foi de cerca de 152 mil hectares; por sua vez, o SENAVE informou semanas atrás que teria cerca de 185.000 hectares de cereais, com avanços no território do Baixo Chaco.

Se fossem 120.000 hectares cultivados com a superfície de arroz, sua expansão nos últimos anos tem sido considerável, como de acordo com o Recenseamento Geral da Agricultura (CAN), do Ministério da Agricultura (MAG) em 2008 registrou 34.000 hectares e em 2010 cerca de 55.000 hectares.

Heisecke assegura que o Paraguai tem um horizonte de 1 milhão de hectares, somando áreas das duas regiões naturais, para produzir arroz.

20 Comentários

  • Que Otimo…1 milhão de hectares para produzir Arroz…Praticamente a area de Arroz que o R.G. do Sul Produz…Amigos, procurem COM CERTEZA outros Mercados, pois o nosso aqui, vai Saturar….

  • A lavoura do Paraguay, assim como dos demais integrantes do Mercosul deve ser repensada em termos de área cultivada pois, no modelo atual já estamos enfrentando dificuldades em desovar todo o volume produzido. Hoje temos um consumo nos integrantes do bloco um volume estimado de 13.500 mil ton para uma produção de 16.500 mil ton, ficando o saldo desse volume destinado à exportação para destinos fora do bloco e isso depende de variáveis que muitas vezes são ou não favoráveis. O grande mercado que é o Brasil consome independente de preço um volume de 12.500 mil ton, caindo assim a tese de que a crise no Brasil afetou os negócios dos parceiros do Mercosul. O que temos hoje e pode piorar, é a produção ficar muito acima da nossa capacidade de consumo a assim aumentar um problema que já existe e que se não fosse a alta do Dólar, aqui no Brasil estaríamos trabalhando em preços iguais praticados até agosto, ou seja R$ 32,00/R$ 33,00

  • Perfeita a análise do Sérgio; por isso, há anos(mais de 20) batemos na tecla dos problemas decorrentes do MERCOSUL, TEC, assimetrias etc etc

  • Plantam sem ter mercado, contam com o mercado brasileiro, não contam com a crise brasileira….. é o brasil do PT exportando crise!!!!!!!

  • Paraguai pegou nossa variedade 424 do Irga e registrou lá, não pagou nada para nós e nem vai pagar, junto com o arroz de lá no meio das cargas seguido apreendem maconha (só buscar no Google que rápido acha), pagam muito menos impostos que nós, CDO não existe lá , e o excelente acordo do merdosul para os produtores de arroz do Brasil permite que entre este arroz aqui sem pagar nada … Paraguai é nosso concorrente que mande arroz pra outro lado pare de estragar nosso mercado com arroz barato ou que quebrem duma vez, dólar tinha que estar 6,00 pra não entrar estas porcarias com droga no nosso país

  • Roubaram nossa variedade 424 e mandam arroz com maconha pra cá, que quebrem de uma vez ou exportem pra outro lado

  • Estimados desde Argentina sufrimos los mismos problemas: costos de producción, mais hectáreas sembradas, y nos dicen lo mismo que tenemos que obtener mais KG por Hectareas. Pero el problema es que para el mercosur ya casi nao ten mercados y tenemos demasiada ofertya exportable, y repito nao ten mercados

    Saludos para todos

  • Ahhh, el problema de la droga tambien nos afecta como a ustedes

  • Segue a questão que os Empresários ( Produtores, Indústrias ) do Brasil são uns heróis pois, alem dos enormes custos de produção e de logística, ainda temos que concorrer em desigualdade de condições tanto no mercado interno como no externo.
    Uma questão que está prejudicado muito a Indústria nacional é que as Exportações de arroz em casca não estão recolhendo Funrural e a Taxa de CDO, tributos e Taxa que as Indústrias que geram divisas e empregos tem que arcar pois, são valores devidos pelos produtores e que são recolhidos pelas Indústria pela facilidade em arrecadar e Fiscalizar, ao passo que esses mesmo tributos e Taxa não estão sendo recolhidos na exportação de arroz em casca. Concorrência desleal, apenas queremos trabalhar em igualdade de condições.

  • Como é que é Sr. Sergio quer que as exportações paguem taxas e impostos???? Já somos os únicos do mundo a exportar impostos!!!!! Além disso, a exportação não concorre com a indústria!!!!! Concorre sim na compra do arroz em casca e pelo visto o Sr. quer que ele permaneça com preço baixo, deve ser industrial, vamos aprender a enfrentar o comércio, a impor preços e não fazer do ganho da indústria o sacrifício do produtor. Desculpe mas não posso deixar de lhe contradizer.

  • Senhores sou Brasileiro, e defendo muito toda a questão do setor arrozeiro! Porem cultivo no paraguay! A questão das drogas é pura midia, a região produtora de arroz aqui não é a mesma região das drogas! Simplesmente encontam no transporte do grão traficar, mas isso pode acontecer em quaquer grão de exportação, então esse caso é uma verdadeira bobagem! A questão da variedade 424, realmente foi trazida para cá e esta sendo legalizada, mas senhores o Inia OLIMAR Uruguayo não foi parar no Brasil de forma legal! Concorrencia desleal em partes, pois aqui pagamos e caro pelos insumos! Fertilizantes e quimicos! O problema que nos prejudica tanto Brasil, Paraguay e Argentina, é governo e redução de consumo mundial! É facil por a culpa no que esta ao lado! Concordo com Sergio Dimas, a lavoura aqui no paraguay deve ser repensada!

  • Caro sr Henrique P Braccini,
    Muito oportuno seu comentário, como bras. e plantador no Paraguai, com sinceridade nos responda algumas questões básicas como subsídio de comparação entre produzir arroz aqui no RGS e Paraguai, custos:
    1- ton de adubo (qualquer formula)
    2- Uréia
    3- Litro óleo diesel
    4- Herbicida ( qualquer molécula que controle capim arroz e folhas largas )
    5- Qualquer fungicida que controle Bruzone
    6- Salário médio de 1 funcionário registrado
    7- Um trator de 100 cv
    8- Colheitadeira de 5 saca-palhas qualquer marca
    Faria a gentileza de nos informar ?

  • Ricardo como tu bem disse, sou mesmo um dos que exporta Impostos pois, realmente acertou, sou industrial e exporto 70% da nossa produção e a única coisa que quero é competir na compra de matéria prima em pé de igualdade com os exportadores de arroz em casca. Nos pagamos Tx de CDO e FR, porque beneficiamos o arroz aqui no RS.
    A diferença é de R$ 0,51/ sc de arroz em casca de CDO + 2,3% de FR., e isso pesa na composição de preços na hora da venda, custos que exportadores de arroz em casca não tem. Só quero igualdade de tratamento tributário, trabalhar sabemos.

  • Sr Sergio boa tarde.
    Pergunto:
    Tanto CDO quanto Funrural não estão na sua planília de custo?
    Não está calculado o desconto na hora da compra?
    Não se tratando do Sr, mas as indústrias da minha região descontam funrural e ou tem liminar para não serem responsáveis pelo recolhimento do mesmo (Sabemos que estão criando um possível passivo fiscal para o produtor desavisado)
    Entendo que, no fim, sempre estes descontos estão, mesmo que não claramente, sendo descontados do produtor. Vamos também incluir a corretagem e deixar de lado a tabela de classificação ( esta eu somente consegui incluir nos meus custos na totalidade na safra 2014).
    O que está ficando diferente neste final de ano é que a balança está deixando de pender somente para um lado da comercialização, mas ainda não chegou ao ponto de equilíbrio para todos ganharem em cima do cereal.
    Quanto a custos cada um tem o seu. Ficam os que sabem administrar o retorno, que na minha opinião, desde de 2010, têm sido negativo para os produtores de maneira geral.
    Bons negócios!

  • Lobato, a questão é a divergência de preços criada entre a exportação de casca e o mercado de beneficiamento no RS, que como tu mesmo disse, tenho na minha planilha de custos esses tributos e taxas, porém a diferença de R$ 1,50 referente aos tributos e taxas não recolhidos, está refletindo nos preços pagos ao produtor aqui na nossa região, onde o Casca para exportação esta com preços de R$ 40,50/R$ 41,50, e o mercado interno em R$ 40,00. Essa diferença na cotação está calcada nos tributos e taxas não recolhidos pelos exportadores de arroz em casca. Quero somente o mesmo tratamento, ou paga todo mundo, ou não paga ninguém, como já disse anteriormente, tratamento igual e o resto sabemos como fazer.

  • Sr, Sergio, desculpe mas o sr. está equivocado, temos sim de isentar o produto exportado, todo ele, beneficiado ou não!!!!! Essa deveria ser a sua fala!!!!! Da mesma forma o arroz em casca exportado não é concorrente do arroz beneficiado exportado, vão para mercados completamente diferentes, A exportação beneficia o produtor porque promove preços melhores e faz com que indústrias como a sua passem a pagar preços melhores coisa que não fariam!!!!!! É só choro de indústria que não sabe sobreviver ser achacar o produtor!!!!!! Exportação Neles!!!!!

  • Posto RG até 45 e só forçar , pouco mundo pouco não dá u$12,00 tínhamos que vender a u$15,00 no mínimo
    O Paraguay roubou nosso 424 e registrou como se tivesse produzido lá, pior que foi gente daqui que levou … Seguem abaixo links da maconha aprendida toda hora no meio do arroz paraguaio e as indústrias Brasileiras ainda importam esse lixo de lá só pra baixar o preço aqui, pobre consumidor brasileiro …
    http://www.diariodaregiao.com.br/cidades/apreens%C3%A3o-de-caminh%C3%A3o-de-maconha-mostra-vigor-do-tr%C3%A1fico-na-regi%C3%A3o-1.226534

    http://noticias.r7.com/sp-no-ar/videos/policia-apreende-maconha-disfarcada-com-arroz-em-caminhao-09092014

  • Negativo Sr. Sergio!!!! Nada de tratamento igual!!!!! Quem exporta não pode pagar tributos!!!!! É assim para todos, o automóvel exportado não tem os impostos que são pagos quando vendidos no mercado brasileiro!!!!!! Ou estou enganado???? E esse é só um exemplo, poderia seguir dando muitos outros. Mas o que precisa é o Sr. aumentar as suas tabelas de venda e cobrir esse R$ 1,50 que o sr. está defasado!!!! Simples assim!!!!! Se não houvesse a exportação o Sr, não teria que pagar esse R$ 1,50 a mais, e é isso que lhe incomoda. Por isso temos de apoiar qualquer iniciativa de exportação, chega de termos preços que sequer cobrem os nossos custos de produção. E isso acontece por culpa de procedimento na indústria que coloca preços nas suas tabelas de venda, naquelas famosas reuniões das segundas-feiras, sem se preocupar se o preço é suficiente para aquele que sustenta todo o negócio, O PRODUTOR!!!!!

  • Nem perca seu tempo sr. Carlos!!!!! É claro que o sr. Henrique foi plantar no Paraguay porque os seus custos são muito inferiores lá. Ou foi por causa da milonga paraguaia!!!!!! Lá não tem Fepam, Min. do Trabalho, não se respeita patentes, se importa insumos chineses sem ter de passar por validação ou testes no Min. Agricultura, Anvisa, etc. Quem atravessa a fronteira indo colocar seu dinheiro num país cujo nome é sinônimo de falcatrua???? Mas não acho que o sr. Henrique está errado, deve-se buscar as melhores oportunidades…. o problema é o nosso ptaís aceitar como parceiro de bloco comercial um país como esse!!!!!!

  • A PRINCIPIO PRA EXPORTAR EM HIPÓTESE ALGUMA PODE SER TAXADO. NÃO TEM COMO TRATAR IGUAL, TODA INDÚSTRIA PAGA IMPOSTOS SEJA DE ALIMENTOS, MAQUINÁRIO, ETC… AS INDÚSTRIAS ATÉ PARECEM PARTIDÁRIOS FERVOROSOS DO GOVERNO QUE TEM UMA GRANDE DIFICULDADE DE SUBIR OS PRECOS. SE OS SUPERMECADOS QUEREM ARROZ BARATO, ELES QUE SUBSIDIEM PARA ATRAIR CLIENTES PRA COMPRAR OUTROS BADULAQUES. ‘TÁ BEM RESUMIDO, OU QUEREM QUE DESENHE. EXPORTACÃO NELES.

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