Paraguai busca variedades próprias de arroz

 Paraguai busca variedades próprias de arroz

(Por ABC Color) O Paraguai produz pouco mais de 1 milhão de toneladas de arroz e aproximadamente 80% é exportado, porém, os produtores devem comprar sementes de outros países para desenvolver a cultura, pois não temos variedades comerciais locais, explicou o engenheiro  agrônomo Hector Ramírez, produtor e consultor técnico.

O plantio de arroz no Paraguai começou em agosto e vai até aproximadamente dezembro, mas concentra-se mais entre agosto e outubro. Este ano muitos produtores avançaram ou plantaram principalmente nas margens do rio Paraguai, e as primeiras colheitas já devem ser realizadas a partir  de dezembro. Nos últimos anos, a área de plantio cresceu para mais de 170 mil hectares, abrangendo os departamentos de Concepción, San Pedro, Misiones, Paraguarí, Eymbucú, Caazapá, Cordilheira e Itapúa, entre outros, começa explicando o profissional.

 

Ramirez: cultivares próprias potencializam produção paraguaia

Problemas na importação de sementes

O engenheiro Ramirez enfatizou que o Paraguai deve importar sementes para semear todos os anos. Poder ter variedades de arroz não é importante apenas para os produtores, mas para todo o país, porque falamos em quase 1.000.000 de toneladas por ano de produção de arroz. Agora temos uma enorme dificuldade em importar sementes para cultivar no nosso país, e isso porque não temos um programa de certificação de sementes. Há três anos, o Instituto Paraguaio de Tecnologia Agropecuária (IPTA) lançou uma variedade de arroz, mas infelizmente não foi vista em nossos campos comerciais”, explica  o engenheiro agrônomo Hector Ramirez, produtor de arroz e pesquisador que atuou muitos anos no Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), uma referência na orizicultura das Américas.

Dependemos de variedades estrangeiras

“Seguimos contando com variedades estrangeiras, e penso que isso é um problema potencial. Meu sonho é que tenhamos variedades próprias, porque com isso podemos produzir vários tipos de arroz adaptado, dependendo do que queremos produzir e do que o mercado exige. Mas isso só será conseguido através de atividades nos setores público e privado, pois é a única forma de avançar para atingir a meta”, disse.

Obter suporte fora do país

“Existem organizações internacionais que podem nos apoiar nesse aspecto, como o Fundo Latino-Americano de Arroz para Irrigação (FLAR), que tem sede na Colômbia, mas estamos tendo dificuldades devido à falta de pagamento de custos adicionais de nossa representação e, com isso, a nossa provisão e o acompanhamento das nossas atividades geneticamente benéficas devido a esta situação são muito limitados”.

Um caminho

“Penso que os produtores devem estar sensíveis a esta situação, para continuarem a trabalhar no melhoramento de variedades para o nosso país. Estimo que pelo arroz entraria no país o valor de 300 milhões de dólares por ano em exportações. Portanto, penso que se nós, como produtores, contribuímos com 20 centavos por tonelada exportada, isso não incidiria em custos e permite-nos ter variedades próprias. Atualmente ainda temos linhas e materiais de arroz que entramos no país há 8 anos, embora faltem apenas alguns ajustes, mas isso deve ser feito na forma e, se possível, com a criação de um Centro de Pesquisa do Arroz”.

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