Paraguai confirma exportação de 200 contêineres para a Europa

 Paraguai confirma exportação de 200 contêineres para a Europa

Contêineres seguirão de trem até a Argentina e, de lá, partirão para o velho continente

Produto vai de trem até o porto de Zárate, na Argentina, desde Itapúa, por causa da baixa do Rio Paraná.

Depois de vários anos voltarão a sair cerca de 200 contêineres de arroz paraguaio com destino à Europa, via ferroviária, desde Encarnación, capital do Estado de Itapúa, no Paraguai, até Zárate-Buenos Aires, na Argentina, de onde seguira, por mar, até o Velho Continente. São cerca de 5,5 mil toneladas do grão que serão fracionados semanalmente entre 20 e 30 contêineres.

O último comboio com arroz paraguaio que seguiu este caminho foi formado em 2012. O envio dos grãos por este meio de transporte se dá, basicamente, pelo baixo nível do Rio Paraná, cuja navegabilidade está prejudicada, e também por aquela que a imprensa paraguaia considera uma “superprodução do cereal em nosso país”.

Diante das dificuldades para a navegabilidade dos barcos cargueiros, entrará novamente a alternativa de serviços em trem de carga desde a cidade de Encarnación. O anúncio foi feito do lado argentino, depois da passagem do trem de cargas até Garupá, após dois anos de inatividade. Também contempla estender sua operatividade até o território paraguaio, através da Ponte Encarnación-Posadas, cujas vias estão em condições totalmente operacionais, atendendo sem inconvenientes ao trem de passageiros.

O acordo entre as autoridades ferroviárias dos países se deu há alguns meses diante da seca que afetou a navegabilidade do rio Paraná. O Paraguai tem a segunda maior frota de barcaças do mundo, e costuma escoar a parte da safra direcionada ao mercado internacional – exceto o Brasil, Chile e comunidade Andina – por meio do porto de Nova Palmira, no Uruguai, através do Rio Paraná.

A partir da próxima semana se prevê o envio de novos comboios com destino ao mercado europeu.

O primeiro comboio partirá com 20 vagões-contêineres e sairá na próxima semana de Encarnacíon através da ponte San Roque González de Santa Santa Cruz. A esta carga se somarão vagões com pasta celulósica de uma empresa de Misiones, que normalmente opera o embarque em Garupá. Também serão adicionadas outras cargas gerais entre Misiones e Zárate.

Desde a zona de controle integrado de fronteira, indicaram que o Centro Unificado da Ponte Internacional San Roque González de Santa Cruz, que fica do lado paraguaio, tem toda a operação pronta e está em condições de receber ao primeiro trem argentino que levará o arroz ao porto de Zárate, graças ao acordo binacional. 

A respeito, o presidente da “Trenes Argentinos de Cargas”, Daniel Vispo, em diálogo com a imprensa de Posadas (Argentina), confirmou a informação sobre a reativação do serviço de trens de cargas e os planos que buscam colocar em condições as vias para que os vagões chineses possam transitar desde Buenos Aires até Encarnación. Atravessando as províncias de Entre Ríos, Corrientes e Misiones.

“Estimamos que nas próximas semanas as locomotivas estarão chegando até Encarnación. As vias estão em condições operativas, sem nenhum problema técnico”, assinalou Vispo. Há um investimento de 20 milhões de pesos argentinos (R$ 1,5 milhões) para dar as condições de base logística na estação de Garupá, bem como melhorias nas vias para estender o percurso do trem de cargas.

A região mais próxima de Assunção, no Paraguai, já está plantando arroz desde o início da semana, graças ao clima favorável e variedades de melhor "arrancada" na germinação e estabelecimento de estande. Já com relação ao mercado, os paraguaios consideram que há apenas cerca de 300 mil toneladas disponíveis para exportar, graças a um bom desempenho das vendas para outros destinos, em especial arroz de tipo 2 para o Chile e Bolívia, Angola e outros 45 países, mesmo com a navegabilidade do Rio Paraná afetada desde a colheita. Já os negócios com o Brasil não evoluiram tanto quanto o esperado, uma vez que os estoques disponíveis estão acompanhando parcialmente os preços do Rio Grande do Sul. 

Como no Sul do Brasil, no Paraguai também produtores e indústrias que têm estoques estão determinando seus preços, frente a uma indústria e um varejo brasileiros mais ávidos por produto. (Com informações de Última Hora, Território de Posadas, TAC e AgroDados)

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